Biblioteca comemora 177 anos
Em 18 de maio de 1826, a Câmara dos Senadores do Império do Brasil decidiu, logo após a criação da Secretaria Geral da Mesa, determinar o surgimento do Arquivo e da Livraria do Senado. Começava aí a história da Biblioteca da Casa, hoje denominada Biblioteca Acadêmico Luiz Viana Filho, que completa agora 177 anos sem, no entanto, carregar o peso da idade. Pelo contrário: a Biblioteca do Senado tem hoje na leveza do trânsito de informações da rede mundial de computadores - a Internet - uma de suas principais armas.
Conectado à página da Biblioteca (www.senado.gov.br/biblioteca/) por meio de qualquer computador ligado à rede, o internauta tem acesso à legislação brasileira, aos indicadores e publicações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e à Rede Mundial de Informações Jurídicas, além das bases de dados de livros, artigos de revistas, artigos de jornais, coleção de periódicos, coleção de obras raras, Bibliografia Brasileira De Direito (BBD) e a coleção digital da Biblioteca.
- Nesses 177 anos, a biblioteca não se tornou um local estático, parado, mas acompanhou a história e a evolução do país. Nossa preocupação é garantir ao cidadão o acesso a seu acervo, por isso temos todos esses produtos na Internet. Garantir não mais somente o acesso ao patrimônio físico, mas também o acesso à informação, onde ela estiver - afirmou a diretora da Subsecretaria de Biblioteca, Simone Bastos Vieira.
O acervo atinge hoje a aproximadamente 150.000 livros, 4.000 obras de referência (dicionários, enciclopédias, etc.) e 3.600 títulos de periódicos (revistas e jornais). A Biblioteca dispõe ainda de mapas, microfilmes, audiovisuais, recortes de jornais nacionais e CD-ROMs, além de outros materiais. Embora tenha publicações nas mais diversas áreas do conhecimento, a Biblioteca é especializada em Ciências Sociais e Políticas.
A concentração está na área de Direito, que tem 60% do material. Desde 1986, por solicitação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), a Biblioteca é responsável pela edição regular da BBD. No próximo sábado (17), na Bienal Internacional do Livro no Rio de Janeiro, o primeiro secretário da Mesa, senador Romeu Tuma (PFL-SP), lança a coletânea, em CDROM, dos 22 últimos anos da BBD, abrangendo toda a doutrina jurídica produzida no Brasil neste período.
A Biblioteca, que já ocupou o anexo ao Palácio Conde dos Arcos e depois o Palácio Monroe, veio para Brasília junto com o Senado e está, desde 1999, instalada em uma área de 3.250 metros quadrados. No local, além das coleções de livros, de periódicos e de referência, estão a de recortes de jornais, a do Depósito Legal (com todas as obras publicadas pela Casa), a coleção particular do senador Luiz Viana Filho (incorporada em 1997, com 10 mil volumes), a sala Multimeios (biblioteca digital, microfilmes e outros suportes) e a Coleção de Obras Raras, que reúne aproximadamente 4.000 volumes, entre livros e periódicos. A obra mais antiga é a Novus Orbis, de Joannes de Laet, editada em 1633 - quase 200 anos antes da criação da Biblioteca.
Desde dezembro de 2000 a Biblioteca participa da Rede Virtual de Bibliotecas - Congresso Nacional - RVBI, que substituiu a extinta Rede SABI - Subsistema de Administração de Bibliotecas, iniciada em 1972. A RVBI conta com uma plataforma de gerenciamento da informação e de base de dados multimídia, utilizando o sistema ALEPH, que adota mesmo formato bibliográfico internacional usado pelo seleto clube das bibliotecas digitais. Fazem parte da RVBI 15 bibliotecas, incluídas as da Câmara dos Deputados e a do Supremo Tribunal Federal.
Os 177 anos da Biblioteca serão lembrados pelo presidente do Senado, José Sarney, no próximo dia 14 (quarta-feira), durante o lançamento do livro "Carlos a Mário", que reúne a correspondência completa entre Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade. O livro, com 616 páginas e 320 ilustrações, foi editado pela Bem-Te-Vi Produções Literárias e organizado por Lélia Coelho Frota, que cuidou também pesquisa iconográfica.
12/05/2003
Agência Senado
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