Bolsa Família não vai acabar com a pobreza, diz Mão Santa
O senador Mão Santa (PMDB-PI) criticou, nesta quinta-feira (16), o programa de transferência de renda do governo federal Bolsa Família, que, para ele, é "uma esmola aos pobres". O parlamentar disse reconhecer que se trata de uma política emergencial para assistir os que têm fome - ele informou que, em seu estado, o Piauí, mais da metade da população recebe a bolsa -, mas ponderou que esse tipo de prática jamais vai eliminar a pobreza.
Mão Santa argumentou que é preciso valorizar o trabalho como forma de acabar com a miséria. Ele fez uma série de citações sobre o tema, incluindo a letra de Vozes da Seca, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, em que o compositor afirma que "uma esmola, para um homem que é são, ou lhe mata de vergonha, ou vicia o cidadão". O senador lembrou também as Escrituras Sagradas onde se encontra, no livro do Gênese, a sentença de Deus aos homens após sua expulsão do Éden: "Comerás o pão com o suor do teu rosto".
Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) sugeriu a Mão Santa que ambos promovam, no Piauí, um debate sobre os programas de transferência de renda e sobre o direito de todos de partilharem a riqueza da nação.
Médicos residentes
O senador Mão Santa também voltou a tratar da greve dos médicos residentes, em paralisação por reajuste da bolsa e melhores condições de trabalho. Ele lamentou que não esteja sendo dado ao movimento dos residentes o mesmo destaque dado ao protesto dos controladores de tráfego aéreo.
- Os residentes são responsáveis por 70% do atendimento nos postos de saúde, mas ninguém fala sobre isso, pois quem precisa de hospital público são os pobres. Se dá atenção aos controladores de vôo, porque quem usa os aviões nesse país são os ricos - disse.
Eduardo Suplicy informou que participará de uma audiência com representantes do movimento dos médicos residentes nesta sexta-feira (17), em São Paulo. Eles solicitam o acompanhamento, com atenção, do projeto de lei (PLC 295/06) que tramita na Câmara dos Deputados para o atendimento de suas reivindicações.16/11/2006
Agência Senado
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