Bornhausen: o governo está sem autoridade moral



O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), afirmou em Plenário que o governo tem sido incompetente para reduzir o desemprego, reduzir a taxa de juros e promover o crescimento econômico e, desde a semana passado, mostrou-se "também que está sem autoridade".

- Um governo que é contestado até por nota pública do PT, que pede nova política econômica, que tem um aliado a pedir a demissão de seu ministro da Fazenda, atravessa uma crise moral. Agora, além da incompetência, temos um governo sem autoridade - criticou Bornhausen.

O senador oposicionista sustentou que chega "a ser primária" a afirmação dos governistas de que a oposição está trabalhando para desestabilizar o governo Luiz Inácio Lula da Silva.

- Ora, se pedir investigações transparentes sobre a atuação de um dos principais assessores da Casa Civil apanhado em falcatruas vai desestabilizar o governo, é porque o governo já está perdido, está confuso, está sem autoridade moral. Pela incompetência, esse governo não consegue reagir à crise que ele próprio criou - afirmou Jorge Bornhausen.

A instalação e total funcionamento da CPI dos bingos, na opinião do oposicionista, não vai prejudicar a economia, como têm sustentado os governistas. Para ele, o prejudica a economia é a falta de marcos regulatórios claros na economia, é a incompetência das autoridades ao identificar com clareza os sinais da economia, especialmente na área inflacionária.

Jorge Bornhausen sustentou que o governo não pôde reduzir ainda mais as taxas de juros no ano passado por ter ele mesmo provocado inflação, ao elevar a carga tributária das empresas, com o aumento da Contribuição Financeira para a Seguridade Social (Cofins). Com isso, a inflação apresentou soluços e o governo não pôde continuar sua política de redução de juros.

Em aparte, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio Neto (AM), sustentou que o ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, nas últimas horas passou a fazer ameaças às oposições.

- Parece coisa de mafioso: "você não mal de mil que eu não fale de você - disse Virgílio.

Para ele, "namorar o perigo", como disse José Dirceu, é contratar um homem corrupto para trabalhar no Palácio do Planalto, como é o caso de Waldomiro Diniz. Já o líder do PFL, José Agripino (RN), manifestou receio quanto ao futuro do país "pela inépcia de quem está no governo".



17/03/2004

Agência Senado


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