Para Bornhausen, crise moral do governo aumentou durante o recesso
Durante o recesso parlamentar de julho, as diversas denúncias contra o governo aumentaram a “crise moral” da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na opinião do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC). As acusações de irregularidades cometidas por diretores do Banco do Brasil (BB) e do Banco Central (BC) e a incoerência governamental nas ações de política externa do governo, para o senador, demonstram a falta de autoridade do presidente. A falta de autoridade e a incapacidade administrativa do governo, segundo Bornhausen, serão tema dos debates do Congresso na volta aos trabalhos legislativos. As lideranças da oposição marcarão presença no Senado todas as semanas para fiscalizar as ações do governo, afirmou. Além dessas discussões, o fato de haver cinco medidas provisórias trancando a pauta do Senado impõe prejuízos aos trabalhos da Casa. - O esforço concentrado será mais para votar medidas provisórias que para decidir sobre o principal, que é a reforma do Judiciário – lamentou. Bornhausen disse que neste momento prefere não fazer um pré-julgamento sobre o presidente do BC, Henrique Meirelles, mas defendeu que ele apresente documentos e responda as acusações que lhe foram feitas pela imprensa. Da mesma maneira, o senador disse que o ex-diretor do BC, Luiz Augusto Candiota, que pediu demissão na semana passada, também deve prestar contas ao Congresso, já que ocupou cargo público até recentemente. Na política externa, Bornhausen afirmou que o governo não manteve uma postura adequada diante das imposições feitas pela Argentina para reduzir as importações de eletrodomésticos do Brasil. Na sua opinião, apesar de usar o Mercosul como escudo nas negociações comerciais internacionais, o Brasil vem sendo desrespeitado pelos demais membros do bloco econômico. As críticas do senador do PFL estenderam-se à viagem de Lula à África. - O presidente deu-se ao luxo de passear no Gabão com um ditador, em carro aberto, e perdoar dívidas quando todos sabem que o presidente daquele país é acusado de desvio de recursos públicos em valor superior à dívida perdoada – condenou Bornhausen.
02/08/2004
Agência Senado
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