Brasil defende projetos estruturantes de integração regional para a América Latina
A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, alertou, nesta segunda-feira (19), em Montevidéu (Uruguai), que a crise internacional não pode servir de motivo para a redução do ritmo de crescimento da América Latina e do Caribe.
“Nossos avanços foram fruto de muitos sacrifícios. Não é justo, portanto, que o custo da crise internacional provoque retrocesso em nossas conquistas”, afirmou a ministra em discurso durante a 53ª Reunião Anual da Assembleia de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Miriam Belchior lembrou que a América Latina e o Caribe encontram-se hoje em novo patamar econômico, político e social, e que todas as previsões apontam para o crescimento acima da média internacional em 2012, mesmo em um cenário de forte incerteza. Segundo ela, é preciso dar continuidade a esses avanços, para alcançar a efetiva superação dos problemas históricos do desenvolvimento.
“O BID precisa, portanto, estar sintonizado com a dimensão desses desafios, priorizando projetos estruturantes, especialmente os de integração regional e sub-regional”, defendeu, acrescentando que é fundamental que o banco continue apoiando também ações demandadas por situações de emergência, como no caso de desastres naturais e intervenções anticíclicas.
A ministra reiterou o compromisso do Brasil com o Haiti, incentivando o BID a engajar-se ainda mais em projetos estruturantes naquele país, “num esforço solidário que ganha maior nitidez nos momentos em que o resultado financeiro do Banco causa preocupação”.
O BID é fonte de financiamento multilateral em 26 países, por meio de empréstimos e operações de cooperação técnica não reembolsáveis. Atua com os setores público e privado, além de organizações da sociedade civil, para estimular o desenvolvimento econômico sustentável, modernizar as instituições públicas e fomentar o livre comércio e a integração regional.
No discurso, Miriam Belchior afirmou que o Brasil acompanha a evolução das reformas do BID e fez um alerta, chamando atenção para que “a Análise de Sustentabilidade Macroeconômica não veicule juízos de valor sobre as políticas nacionais e não se converta em instrumento que dificulte o apoio do Banco às economias que enfrentem desafios conjunturais”.
“É justamente nesses momentos que o BID deve demonstrar sua vocação de não ser apenas um banco, mas, sim, uma instituição que também promove o intercâmbio de experiências e a geração de conhecimentos aplicáveis à realidade de nossa região”, afirmou a ministra.
Fonte:
Ministério do Planejamento
19/03/2012 19:34
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