Brasil e Argentina renovam terceiro acordo para importação de leite em pó



O Brasil fechou o terceiro acordo de cotas e preços para importação de leite em pó da Argentina. A nova cota de importação será de 3.600 toneladas por mês de leite em pó desnatado e integral, volume inferior ao exigido inicialmente pelos argentinos de cinco mil toneladas, mas é maior que o limite em vigor até o momento, de 3.300 toneladas mensais. A partir de novembro as cotas passam a valer com duração de um ano.
O acordo entre os dois países foi assinado por representantes do setor privado, na quarta-feira (16), em reunião realizada em Punta Del Leste, no Uruguai.  O objetivo é regular o comércio do produto entre os países.
O primeiro acordo foi fechado em 2009. Em 2010, na renovação, estabeleceu-se a atual cota de 3.300 toneladas mensais de exportações argentinas de leite em pó para o Brasil.
O ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Afonso Florence, manifestou-se positivamente a respeito do assunto. “O acordo é bom para os dois países. A Argentina ganha porque terá garantido uma margem de crescimento no mercado brasileiro, e o Brasil porque tem a garantia de que não haverá surtos de importação ao longo do ano, sem prejuízos à produção nacional”.
Além de uma cota e um preço mínimo para o comércio de leite em pó entre os dois países, o novo acordo pretende ampliar o diálogo setorial entre o Brasil e a Argentina. Para isso, serão realizadas  reuniões trimestrais ao longo do próximo ano para discutir as questões relativas à integração produtiva entre os países e perspectivas para o mercado internacional de leite e derivados.
O secretário de Agricultura Familiar do MDA, Laudemir Müller, destaca a importância do acordo para a agricultura familiar do País ao lembrar que, dos 1,8 milhão de produtores de leite no Brasil, 1,4 milhão são familiares. “Esperamos, nesse espaço de diálogo, construir estratégias comuns de promoção comercial e unir forças para ganhar espaço no mercado internacional”.
Cadeia produtiva
A produção de leite no Brasil avançou de 20,5 bilhões de litros em 2001 para 28 bilhões em 2010. A cadeia produtiva é uma das mais importantes da agricultura familiar devido a sua capacidade de geração de renda e agregação de valor à produção. Esta potencialidade foi ampliada nos últimos anos com a implementação pelo MDA, em conjunto com representantes do setor, de uma política setorial nos eixos produtivo, industrial, comercial, associativo e cooperativo, com ações nas áreas de crédito, seguro de renda, assistência técnica e extensão rural, capacitação e ações no mercado internacional.
Um dos principais suportes da estruturação da cadeia produtiva são as linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O Mais Alimentos, com juros de até 2% ao ano e prazo de pagamento de até dez anos, financia projetos de melhoramento genético e compra de equipamentos como tanques de resfriamento. O beneficiamento e industrialização da produção são financiados por meio do Pronaf Agroindústria, que atende agricultores familiares e suas cooperativas ou associações.
Os agricultores familiares que produzem leite também são atendidos por políticas de compras públicas do governo federal, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Fonte:

Ministério do Desenvolvimento Agrário



17/11/2011 19:59


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