Brasil e Estados Unidos retomam fórum de diálogo comercial



O fórum de discussão Diálogo Comercial Brasil - Estados Unidos, que estava paralisado desde 2008, deve retomar suas atividades, segundo informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O fórum foi criado em 2006.

De volta ao diálogo, Brasil e Estados Unidos devem ter como principal tema de discussão a inovação tecnológica. Os países pretendem trocar experiências e cooperar nas áreas de propriedade intelectual; estabelecimento de padrões de medição (normas e metrologia); facilitação de comércio e desenvolvimento de negócios, e serviços (franquias, pequenas e médias empresas).

A retomada das discussões interessa aos dois países. Os Estados Unidos, que já foram o principal parceiro comercial brasileiro, tiveram de janeiro a abril deste ano uma participação de 10,8% das exportações (abaixo da União Europeia, China e do Mercosul); e de 14,8% das importações (atrás da União Europeia e da China).

De acordo com o secretário executivo do ministério, Ivan Ramalho, o comércio com os Estados Unidos tem uma preponderância histórica de produtos industrializados, de maior valor agregado. As exportações para a China, o atual maior parceiro comercial, têm base em commodities (soja e minério de ferro).


Sanções a produtos

O anúncio da volta do diálogo comercial ocorre paralelamente às negociações de retaliações do Brasil contra os subsídios americanos ao algodão, que prejudicaram as exportações brasileiras, conforme reconheceu a Organização Mundial do Comércio (OMC).

Daqui a 45 dias expira o prazo acordado com os Estados Unidos para o Brasil aplicar as sanções. No próximo dia 10, os governos dos dois países farão uma reunião em Washington para tratar do assunto.

Francisco Sanchez, subsecretário de Administração de Comércio Exterior do Departamento de Comércio dos Estados Unidos fez questão de frisar que a volta do diálogo comercial nada tem a ver com as retaliações. "Desacordos virão e irão embora", disse.

Os representante americano também salientou que o país mantém interesse nos biocombustíveis e tecnologia verde. "Não abandonamos os biocombustíveis. Os Estados Unidos têm o que aprender com o Brasil nesse setor". Recentemente, os Estados Unidos anunciaram a realização de testes com aviões do tipo caça abastecidos com 50% de etanol.

O Brasil vende para os Estados Unidos petróleo, máquinas e equipamentos, café, celulose, produtos químicos orgânicos, granito e borracha. As importações se concentram em combustíveis e lubrificantes, aparelhos eletroeletrônicos, plásticos, instrumentos de ótica e precisão). Entre janeiro e abril, as exportações alcançaram US$ 5,8 bilhões (19,4% acima do mesmo período no ano passado); e as importações totalizaram US$ 7,7 bilhões (12,7% a mais na comparação com o período entre janeiro e abril de 2009).


Fonte:
Agência Brasil



06/08/2010 03:26


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