Brasil e Irã dialogam sobre libertação de presos, em Nova York



Pouco depois de o Conselho de Segurança das Nações Unidas divulgar, na quarta-feira (22), comunicado em defesa da busca do fim da controvérsia em torno do programa nuclear iraniano, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, conversou por cerca de uma hora com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. O encontro ocorreu no intervalo das reuniões da 65ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.


Antes da conversa, Amorim confirmou que ia apelar a Ahmadinejad pela libertação dos dois norte-americanos presos em Teerã sob suspeita de espionagem, assim como fez com a jovem Sarah Shourd, de 31 anos. Porém, após o encontro, o chanceler evitou detalhar a reunião. Ele afirmou apenas que o iraniano elogiou a “sinceridade brasileira” e que “as coisas estão avançando”. “Nós conversamos muito”, disse Amorim. “As coisas estão avançando”, completou. “Temos muito em comum.”


Na semana passada, depois de um ano e quatro meses presa em Teerã, Shourd foi libertada ao pagar fiança no valor de US$ 500 mil. A norte-americana, o noivo dela, Shane Bauer, e o amigo do casal Josh Fattal, ambos com 29 anos, foram presos por iranianos enquanto escalavam as montanhas localizadas na fronteira entre o Irã e o Iraque.


As autoridades iranianas os acusaram de espionagem a serviço dos Estados Unidos. Mas os norte-americanos negaram a acusação. Anteontem (21), Amorim se reuniu com Shourd, que agradeceu a ajuda brasileira e apelou que a mesma fosse dada em relação a Bauer e Fattal.


Brasil apóia produção pacífica do Irã

Os governos do Irã e Brasil mantêm relações políticas e diplomáticas intensas. Para as autoridades no Brasil, os iranianos têm direito de desenvolver o programa nuclear desde que para fins pacíficos. Porém, a comunidade internacional desconfia que ocorra uma produção secreta de armas atômicas no Irã.


Desde junho, o Irã está submetido a rigorosas sanções econômicas impostas pelo Conselho de Segurança da ONU. As restrições atingem principalmente as áreas comercial e militar do País. A conversa ontem de Amorim e Ahmadinejad, no final da tarde, ocorreu horas depois de o grupo P5+1, integrado pelo membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, Inglaterra, França, Rússia e China) e pela Alemanha discutir a questão nuclear iraniana.


Em declaração conjunta, o grupo defendeu a retomada das negociações com o Irã. Mas não houve sinalizações para a suspensão das sanções ao país. Para o Conselho de Segurança, é fundamental o Irã provar que o programa nuclear desenvolvido no país não tem fins militares. O governo Ahmadinejad nega as suspeitas.


Fonte:
Agência Brasil



23/09/2010 11:54


Artigos Relacionados


Brasil e EUA dialogam sobre infraestrutura

Senadores conversam com ministro de Cuba sobre apoio à libertação de cubanos presos nos EUA

DE NOVA YORK, BRASILEIRO PEDE PRESERVAÇÃO DA VOZ DO BRASIL

DE NOVA YORK, BRASILEIRO PEDE PRESERVAÇÃO DA VOZ DO BRASIL

Brasil apresenta Marco Civil da Internet em Nova York

Brasil é premiado em exposição internacional de Nanoarte em Nova York