Brasil é o paraíso dos bancos estrangeiros








- Brasil é o paraíso dos bancos estrangeiros

- A turbulência do mercado financeiro brasileiro não vai impedir o País de funcionar como tábua de salvação para alguns dos principais bancos estrangeiros que têm presença em solo nacional. De acordo com estudo da ABM Consulting, as 10 maiores instituições financeiras brasileiras vão fechar o ano com rentabilidade média de 24%, o dobro da média mundial (12%).

Com números assim, mesmo bancos com pouca exposição no País, como o Deutsche Bank, vão tirar daqui ganhos proporcionalmente maiores do que os que obtêm em seus países de origem. A instituição alemã guarda no Brasil apenas 0,35% de seus ativos totais no mundo, mas deve obter, no país, lucro de mais de US$ 18 milhões, 11% dos ganhos globais do grupo.

Por essas e outras razões, alguns dos mais importantes consultores do setor financeiro descartam completamente a hipótese de o Brasil ser obrigado a decretar moratória de sua dívida. Afinal, seria como matar a galinha dos ovos de ouro da história infantil, comparam.

"Não interessa a ninguém que o País decrete moratória. A chance de isso ocorrer é praticamente nula", diz Carlos Coradi, sócio da consultoria EFC Engenheiros Financeiros. (pág. 1 e A13)

- Com a estréia da italiana TIM nessa semana, o consumidor fluminense passou a ter quatro opções de operadoras de telefonia para escolher. Diante de tamanha concorrência, pouco vista em outros lugares do mundo, a disputa por clientes está acirrada. As armas: serviços, preços e novidades tecnológicas.

TIM e Oi, da Telemar, apostam na tecnologia GSM, com celulares que tiram fotos digitais e acessam a internet em alta velocidade, para tomar assinantes da Telefônica e da ATL e conquistar novos usuários. A última confia na tradição e grande cobertura nacional da tecnologia TDMA, enquanto a Telefônica, com o padrão CDMA, associou-se à Portugal Telecom para diminuir custos e ampliar domínio do mercado. (pág. 1 e A14)

- Os concorrentes ao segundo turno aos governos dos estados estão tirando proveito do crescimento do candidato do PT à Presidência da República. No Ceará, José Airton pode conseguir virada histórica depois de estar 40 pontos atrás do candidato oficial Lúcio Alcântara.
Em proporções diferentes, o fato se repete em Sergipe, São Paulo, Distrito Federal, Pará, Amapá e em vários outros estados. Na maioria deles, os concorrentes, que até a metade do primeiro turno estavam em franca desvantagem, acabaram encostando nos líderes ou os ultrapassaram depois da ascensão de Lula nas pesquisas. (pág. 1 e A3)

- Formado por 10 presídios e três hospitais, o complexo penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio, se tornou espécie de paiol para alguns dos mais perigosos bandidos da cidade. Desde a descoberta de três granadas e cinco quilos de explosivos no interior do Presídio Bangu 3, na terça-feira, o governo estadual iniciou a busca por mais armamentos que acredita estarem em algum ponto do complexo e espalhados pelas 22 unidades do sistema penitenciário do Rio.

"Sabemos que esse problema deve acontecer em diferentes prisões. Por isso, começamos a buscar informações que nos levem até onde estão estocados esses armamentos", afirmou o major Ugo Freire, diretor do Desipe.

E o poder de fogo dos traficantes presos não se limitaria às unidades da Zona Oeste. Há notícias de que presos da Casa de Custódia Milton Dias Moreira, no complexo da Frei Caneca, no Estácio, estariam escondendo até mesmo uma metralhadora. (pág. 1 e C1)

- O próximo presidente da República vai receber precatórios trabalhistas calculados em R$ 2,4 bilhões, segundo levantamento feito pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). São débitos judiciais acumulados e não pagos desde 1990, tanto aos celetistas como aos prestadores de serviços do setor público.

Do total desses débitos, resultantes de sentenças trabalhistas executadas e lançadas nas previsões orçamentárias, o montante de R$ 1,8 bilhão (75% do estoque) vem das autarquias. A administração federal direta tem uma dívida acumulada de R$ 437,8 milhões, dos quais 80% são relativos a 2000 e 2001. O precatório judicial reconhecido em determinado ano só pode constar do Orçamento do ano seguinte. (pág. 1 e 2)


Colunistas

COISAS DA POLÍTICA - Dora Kramer

A contrariar as probabilidades mais improváveis dessa vida - aí incluindo os milagres - existentes as impossibilidades numéricas. E estas, na opinião de dois diretores de institutos de pesquisas, dão por liquidadas as chances de José Serra ganhar a eleição no próximo domingo.

Marcos Coimbra, do Vox Populi, e Ricardo Guedes, do Sensus, afirmam, sem hesitação, que Luiz Inácio Lula da Silva está eleito e dificilmente o será com quantidades de votos muito diferentes daquelas expostas pelas pesquisas da última semana. (...) (pág. 2)

(Boechat) - Tantas vezes tema de discursos e de artigos em revistas e jornais, a independência do Banco Central pode virar realidade.

Segundo Aloízio Mercadante, estrela de primeira grandeza do PT, num eventual governo Lula a tese sairá do papel em menos de um ano.

Nada além disso. (pág. 2)


Editorial

OPORTUNIDADE HISTÓRICA

Ao tomar conhecimento do plano do PT para revitalizar o mercado de ações, a Bolsa de Valores de São Paulo animou-se e fechou em expressiva alta de 6,3%. A reação faz sentido. O projeto petista - que inclui incentivo fiscal aos fundos de pensão e uso do FGTS na compra de ações - vem ao encontro de antigas demandas do setor produtivo.

A equipe de Lula mostra-se consciente da importância do mercado de capitais. Em geral, os governantes reconhecem que não há melhor fonte de recursos para as empresas, mas na prática pouco fazem. À falta de capital, só resta a alternativa do endividamento. Fala-se muito mas as Bolsas continuam ao relento. (...) (pág. 16)


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10/20/2002


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