Bancos estrangeiros divergem sobre risco eleitoral no Brasil
Bancos estrangeiros divergem sobre risco eleitoral no Brasil
Os bancos estrangeiros não se entendem mais nas análises sobre o quadro eleitoral brasileiro. Ontem, cinco deles divulgaram avaliações sobre o Brasil voltando a citar o cenário político como critério a ser levado em conta na hora de se investir no País.
Quatro continuam otimistas: JP Morgan, ING Barings, Barclay's Capital e Dresdner Kleinwort Wasserstein mantiveram a recomendação positiva (overweight) para investimentos em títulos da dívida brasileira.
Já o espanhol Santander, a exemplo do que fizeram os americanos Morgan Stanley e Merrill Lynch e o holandês ABN Amro, rebaixou a classificação do Brasil. Em flagrante discordância com o relatório do pessimista ABN Amro, que chegou a apontar as dificuldades enfrentadas pelo tucano José Serra para crescer nas pesquisas, um executivo do JP Morgan, otimista, diz que o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, deverá perder a eleição.
Lula reagiu dizendo que os bancos são aventureiros. Serra também criticou as análises depois de receber apoio e orar com pastores da Assembléia de Deus, no Rio. Em Nova York, Ciro Gomes (PPS) defendeu as reformas tributária e previdenciária.
O Governo brasileiro disse ontem que a União Européia não tem base legal para erguer barreiras às importações de aço. O argumento foi apresentado na primeira consulta formal feita pelo Brasil, questionando as sobretaxas impostas pela UE. O Brasil pediu que os europeus suspendam a medida, mas saíram da reunião sem obter qualquer resultado.
Levantamento do Ministério da Saúde revela que, no primeiro semestre do ano passado, 1.190 pessoas (uma média de seis por dia), tiveram membros inferiores amputados no Rio. Em 90% dos casos, a causa era a diabetes.
A Força Sindical voltou atrás e está orientando os metalúrgicos de São Paulo a romperem o acordo firmado com o Governo para o pagamento parcelado da correção do FGTS. Isto porque a Justiça determinou que a Caixa Econômica se pronuncie em 10 dias sobre o pedido de pagamento imediato da correção pelos planos Verão e Collor I.
O delegado Francisco Coelho da Silva anunciou ontem que vai pedir a prisão preventiva dos políticos e dos representantes comerciais envolvidos nas denúncias de corrupção em São Gonçalo apresentadas pelo "Fantástico", da Rede Globo.
O diretório municipal do PMDB afastou ontem o vereador Ricardo Castor, um dos acusados, por 60 dias.
O PL ainda não conseguiu administrar as resistências internas para fechar uma aliança nacional com o PT, mas já antecipou seu apoio a uma possível composição na disputa presidencial entre os pré-candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e Ciro Gomes (PPS).
Para o presidente do PL, deputado Valdemar Costa Neto (SP), Lula e Ciro juntos poderiam resolver a eleição no primeiro turno.
Colunistas
PANORAMA POLÍTICO - Tereza Cruvinel
A Câmara dos EUA aprovou ontem e o Senado deve ratificar em breve a Farm Bill, lei agrícola pontilhada de subsídios aos produtores rurais, notadamente os de soja.O Brasil, informa o chanceler Celso Lafer, deve entrar com uma reclamação na OMC, no âmbito do Sistema de Solução de Controvérsias.
Editorial
"FUNÇÕES BÁSICAS"
O Estado cresceu exageradamente ao longo do século XX sem atender a suas funções básicas. Mesmo em países de cultura liberal, como os Estados Unidos, a participação estatal na economia multiplicou-se por três nesse período. E fora do mundo socialista a nação onde o Estado mais se expandiu foi o Brasil.
Esse crescimento ocorreu por diversos fatores, sendo o principal a facilidade de o poder público absorver poupanças compulsoriamente, assumindo investimentos volumosos que na época a iniciativa privada não teria condições de se responsabilizar.
Ao se agigantar, o Estado ficou fora do controle da sociedade, tornando-se cada vez mais perdulário e ineficiente. Em vez de alavanca para o desenvolvimento, ele passou a ser uma barreira contra o crescimento.
A tese que prevalece hoje é aquela em que o Estado deve se voltar para finalidades básicas, como a segurança do indivíduo e a proteção social. No mais o que puder ser repassado para a responsabilidade da iniciativa privada, tanto melhor.
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05/04/2002
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