Brasil e União Europeia debatem clima e economia verde



O Brasil e a União Europeia estão trocando experiências para se antecipar aos próximos encontros mundiais relacionados a questões ambientais. Nessa segunda-feira (27), dois encontros, um sobre mudanças climáticas e o outro sobre economia verde, marcaram o Diálogo de Alto Nível Brasil-UE sobre a Dimensão Ambiental do Desenvolvimento Sustentável e Mudança do Clima, no Ministério das Relações Exteriores (MRE).

"Esses encontros têm sido bastante proveitosos para a troca de experiências e o aprofundamento da confiança entre o Brasil e a União Europeia", afirmou Natalie Unterstell, gerente de Clima e Florestas no Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Entre os temas abordados na reunião sobre clima, Natalie acentuou o papel das florestas, que servem tanto para evitar a emissão de gases-estufa quanto para a recuperação de áreas que já sofrem com as mudanças climáticas.

Denominado Diálogo de Alto Nível Brasil-UE sobre a Dimensão Ambiental do Desenvolvimento Sustentável e Mudança do Clima, o encontro no Itamaraty contou com a presença do chefe da Unidade de Finanças do Clima e Florestas da Comissão Europeia, Peter Wehrheim, e do responsável pela Política de Finanças do Clima e Relações com a América Latina, Stefan Agne.

"O Brasil é muito ambicioso em seu compromisso ambiental e, por isso, essa parceria", comentou o conselheiro de Meio Ambiente da delegação da União Europeia no Brasil, Arnold Jacques de Dixmude.

Os encontros com a UE têm sido anuais e são realizados alternadamente em Brasília e em Bruxelas. "Nosso principal desafio é chegar a um acordo multilateral para o clima que seja legalmente obrigatório para todos os países, mas especialmente para os principais poluidores." Dixmude considera que o Brasil é estratégico para levar outras nações a se comprometer com esses esforços.


Sustentabilidade

Os técnicos do MMA e do MRE e os representantes da UE também debateram os rumos da economia verde e as perspectivas para a Rio+20. A reunião de alto nível, mediada pelo embaixador André Aranha, diretor de meio ambiente do Itamaraty, serviu para a troca de pontos de vista e para estreitar o diálogo multilateral.

Os europeus defenderam o comunicado dos países da Comunidade Europeia (CE), de 20 de junho, em que descrevem o estágio atual das iniciativas de economia verde e os planos de adotar medidas visando à sustentabilidade. Foram abordados, ainda, os principais entraves enfrentados nas negociações entre os países desenvolvidos e aqueles em desenvolvimento para um acordo sobre os investimentos necessários à mudança nos atuais modelos econômicos.

Para Nicholas Heley, representante da CE, apesar das divergências, o essencial é a disposição da Comunidade Europeia em prosseguir nos entendimentos com os países em desenvolvimento. O comunicado expressa a posição europeia e destaca a importância da Rio+20 para o desenvolvimento sustentável, classificando o evento de "oportunidade única".

Heley lembrou, ainda, a crise econômica mundial, que atingiu principalmente a Europa e os Estados Unidos e gerou dificuldades na aprovação dos investimentos necessários à implementação de programas de economia verde. Segundo ele, o crescimento econômico é prioridade nos países europeus, mas a agenda de sustentabilidade está presente nas medidas que estão sendo adotadas.

O embaixador André Aranha falou dos avanços brasileiros a partir da Rio-92 e frisou que o Brasil, hoje, "é referência internacional" em iniciativas de transição para modelos econômicos com menor impacto ambiental. Segundo ele, a Rio+20 será o momento de fazer com que esses avanços sejam ampliados.


Fonte:
Ministério do Meio Ambiente



28/06/2011 15:02


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