Brasil é visto como parceiro pela África, dizem embaixadores



O Brasil tem sido visto pelos países africanos como um parceiro na busca do desenvolvimento, disseram nesta terça-feira (7) os futuros embaixadores brasileiros em dois países daquele continente. Indicados para representar o país junto à República de Camarões e à Tanzânia, os ministros de segunda classe Orlando Galvêas Oliveira e Francisco Carlos Soares Luz foram aprovados pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). As duas mensagens presidenciais serão agora apreciadas em Plenário.

- Existem diferentes percepções a respeito do Brasil na África. Mas, em todas elas, há um elemento comum: o Brasil é visto como um irmão que deu certo - disse Galvêas, ao responder a uma pergunta a respeito do tema feita pelo senador João Pedro (PT-AM).

Em suas exposições aos senadores da comissão, os dois diplomatas ressaltaram a importância de se ampliar tanto a cooperação técnica quanto o intercâmbio econômico com os países africanos. Entre as áreas de cooperação, segundo os indicados, as de saúde, educação e agricultura estão entre as mais importantes.

Especialistas brasileiros já têm promovido o treinamento de técnicos dos Camarões no combate à malária, segundo informou Galvêas, e haveria, em sua opinião, possibilidade de cooperação também no combate à Aids. Na área de agricultura, programas de transferência de tecnologia para a plantação de cacau e algodão já se encontram em andamento, de acordo com o diplomata. Os dois países estão ainda negociando a ampliação do ensino naquele país da língua portuguesa.

Também está previsto o fortalecimento do ensino da língua portuguesa na universidade de Dar es Salaam, na Tanzânia, segundo Soares Luz. E, da mesma forma que vem ocorrendo em Camarões, também naquele país deve ser ampliada a cooperação tanto em agricultura quanto na saúde, com especial ênfase para a Aids, uma vez que existem ali 1,4 milhão de pessoas infectadas pelo HIV. Ainda neste mês, antecipou, será enviada uma missão brasileira com este objetivo.

Segundo o diplomata, o projeto que mais interessa ao Brasil na Tanzânia é o da produção de etanol. Em sua opinião, existe um potencial "inegável" para a produção de etanol na Tanzânia e no vizinho Moçambique - o que seria visto de forma positiva pelo governo brasileiro, interessado em criar um mercado mundial para o produto. Os investimentos feitos na Tanzânia poderão gerar mercado para a exportação de equipamentos brasileiros de produção de álcool, segundo previu.

- O futuro do relacionamento está no etanol, que será uma de minhas áreas prioritárias - afirmou Soares Luz.

O embaixador indicado disse ainda que os recursos naturais de países africanos estão motivando uma presença cada vez maior, no continente, de investidores da China e da Índia. Os chineses acabam de construir, por exemplo, o novo estádio de futebol de Dar es Salaam, como informou. Países como a Tanzânia, recordou, ainda dependem de doações internacionais, principalmente de países europeus. E o Brasil tem sido visto por muitos desses países, segundo observou, como uma alternativa a essa dependência.

Durante a reunião, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) colocou-se à disposição dos dois embaixadores para ajudar na implantação de programas de renda mínima. As mensagens de indicação dos embaixadores junto aos Camarões e à Tanzânia tiveram como relatores, respectivamente, os senadores Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) e Renato Casagrande (PSB-ES). A reunião foi presidida pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).



07/04/2009

Agência Senado


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