Brasil está indignado diante da violência, diz Jayme Campos



O senador Jayme Campos (PFL-MT) afirmou nesta quinta-feira (8), em Plenário, que o Brasil vive em estado de indignação coletiva diante da criminalidade, ao comentar estudo que aponta os dez municípios mais violentos do país, dos quais quatro estão localizados em Mato Grosso: Colniza, em primeiro lugar; Juruena, em segundo; São José do Xingu, em quinto, e Aripoanã, em oitavo.

Os dados constam do Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, divulgado no final do mês passado pela Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura (OEI).

- Tristemente, o município de Colniza converteu-se em sinônimo de violência e impunidade. Não por culpa dos honrados moradores daquela localidade, mas, sim, pela falta de vocação do Estado nacional na mediação dos conflitos de natureza agrária - avaliou.

O estudo, realizado com apoio do Ministério da Saúde, revela a "interiorização" da violência no Brasil, ao revelar que 10% dos 5.560 municípios do país concentram 71,8% dos casos de homicídios. Em Colniza, segundo o mapa, foram registrados 165,3 homicídios por 100 mil habitantes, em 2004.

- Não somos um povo violento. Somos vítimas da violência, por despreparo dos organismos públicos, que sustentam uma política desaparelhada, um Judiciário moroso e um Estado que não pune. No caso de Colniza, Juruena e Aripuanã, os crimes de morte poderiam ser reduzidos drasticamente com medidas puramente burocráticas. Bastava que o Incra desse mais celeridade ao processo de regularização fundiária. E que o Ibama fiscalizasse com mais acuidade a exploração de madeira nesta área - afirmou.

Na avaliação de Jayme Campos, o Estado aparelhou-se para intervir no desenvolvimento urbano do país, para firmar-se como potencia industrial, abandonando a "inquestionável aptidão para o aprimoramento do setor agrícola".

- Colniza é o Brasil. Um Brasil sem retoques, sem o repique de tambores e sem fantasias. É o Brasil de fato, encoberto pela lama das estradas esburacadas, distante 1.044 quilômetros da capital do estado, onde as pessoas não morrem de bala perdida, mas, sim, de bala encomendada. Tombam em solo amazônico para defender a sua pequena porção de pátria, a sua modestas noção de cidadania, o seu pedaço de chão - disse.



08/03/2007

Agência Senado


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