Brasil irá repatriar amostras de plantas coletadas por estrangeiros durante os séculos 18, 19 e 20



O governo brasileiro irá repatriar cerca de 600 mil amostras de plantas desidratadas coletadas por pesquisadores estrangeiros durante os séculos 18, 19 e 20 e depositadas em importantes museus de história natural, como o Jardim Botânico Real (Kew Gardens), em Londres, e o Museu Nacional de História Natural de Paris. As amostras e as informações sobre a biodiversidade da flora brasileira farão parte do Herbário Virtual para o Conhecimento e Conservação da Flora Brasileira (REFLORA), que incluirá informações sobre flora e fungos e deverá se alojar no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. As informações ficarão disponíveis na internet.

Para o projeto, o governo destinará R$ 17 milhões por meio de um edital voltado a projetos individuais ou redes temáticas com o foco em pesquisas integradas ao processo de repatriamento. Há três anos, o governo vem trabalhando junto com as instituições estrangeiras depositárias do acervo de plantas nativas.

“Estamos treinando curadores e promovendo visitas de especialistas para identificação de material e no desenvolvimento do sistema de informação de acesso livre e aberto na Internet”, explica José Oswaldo Siqueira, diretor de Ciências Agrárias, Biológicas e Botânicas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) órgão vinculado ao ministério de Ciência e Tecnologia.

Segundo ele, o Brasil também trabalha na elaboração de uma estratégia de repatriamento de dados de herbários, integrando ao acervo nacional os dados dos jardins botânicos de Nova Iorque e Missouri e do departamento de botânica do Museu Smithsonian, nos Estados Unidos


Espécies raras

Essas coleções são fundamentais aos estudos taxonômicos e fornecem grandes subsídios para futuros avanços científicos e tecnológicos para a ciência Botânica do Brasil para o conhecimento da biodiversidade nacional. “Muitos exemplares foram coletados em áreas que hoje estão degradadas ou urbanizadas no país”, afirma Siqueira.

Ele lembra que partir do final do século 20, novas tecnologias de digitalização de disseminação da informação possibilitaram a disponibilização de dados e imagens de coleções científicas depositadas no exterior e no País, tornando viável o interesse do Brasil em resgatar, atualizar, validar e disseminar o conhecimento sobre a informação contida nestas coleções, consideradas relíquias e que ainda hoje são desconhecidas por grande parte da comunidade científica.

O REFLORA pretende agregar ao conhecimento atual informações que possibilitarão georreferenciar muitos dos espécimes e coletar novas amostras de espécies ainda pouco representadas em herbários nacionais, além de fornecer dados relevantes para subsidiar a revisão da lista de espécies brasileiras ameaçadas de extinção. Ajudará ainda a selecionar espécies para o desenvolvimento de estudos taxonômicos, morfogenéticos, populacionais e moleculares, direcionados à conservação da flora.


Fonte:
Portal Brasil



22/10/2010 18:28


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