BRASIL NÃO FEZ JUSTIÇA A LÚCIO COSTA, LAMENTA ARTUR DA TÁVOLA



O senador Artur da Távola (PSDB-RJ) lamentou hoje (dia 19) as escassas homenagens prestadas ao arquiteto e urbanista Lúcio Costa, recentemente falecido. Segundo o senador, o governo, Brasília e o Brasil "não fizeram justiça a Lúcio Costa, arquiteto que, ao lado de outros de sua geração, trouxe o modernismo para a arquitetura brasileira, a exemplo do que fizeram outros intelectuais, em outros campos, com a Semana de Arte Moderna de 22".

Disposto a reparar, da tribuna do Senado, "parte desse erro", o parlamentar carioca criticou "certo tipo de jornalismo brasileiro" para o qual certamente a briga entre Dunga e Bebeto era mais importante que registrar à altura a obra e o papel de Lúcio Costa na arquitetura nacional, pelo menos no momento de sua morte.

No entender de Artur da Távola, a cidade de Brasília e sua concepção "socialista e resistente à voracidade da especulação imobiliária" são o exemplo maior do trabalho de Lúcio Costa como arquiteto e urbanista, ao lado de Oscar Niemeyer. A cidade, hoje, seria "o último suspiro do modernismo aplicado à arquitetura e razoavelmente preservado", acrescentou.

O senador enfatizou a organização da cidade em quadras e sua estrutura, buscando equilibrar espaço e construções: "Brasília só veio a ter grandes edifícios no tempo da ditadura", afirmou, lamentando que a ocupação da Asa Norte tenha sofrido o assédio da especulação imobiliária, ao contrário do que ocorreu na Asa Sul. Em aparte, a senadora Marina Silva (PT-AC) apoiou o pronunciamento de Artur da Távola e sua crítica às poucas homenagens prestadas ao arquiteto Lúcio Costa.



19/06/1998

Agência Senado


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