Brasil precisa reduzir casos de hanseníase, alerta Tião Viana



Com mais de 20 casos de hanseníase a cada 100 mil habitantes menores de 15 anos, o Brasil precisa com urgência de ações voltadas para o tratamento precoce da doença. Foi o que afirmou o senador Tião Viana (PT-AC), ao discursar nesta quinta-feira (14), quando registrou também que o Nepal ocupa o segundo lugar mundial em número de casos de hanseníase na população de até 15 anos: dez a cada 100 mil habitantes. Ele leu nota do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), que promoveu manifestação na frente do Congresso Nacional na manhã dequarta-feira (13).

- Não há qualquer razão que justifique esse tipo de incidência da hanseníase no nosso país, e nós temos o dever de lutar contra essa doença negligenciada. É uma doença órfã. O Brasil ainda tem essa dívida a pagar nos seus 500 anos - afirmou.

Na manhã da quarta-feira (13), integrantes do Morhan estenderam, no gramado em frente ao Congresso, um painel de 30 metros por 30, elaborado pelo artista plástico goiano Siron Franco. O painel representou o mapa da hanseníase no Brasil, nos últimos cinco anos. As regiões mais atingidas pela doença são Norte, Nordeste e Centro-Oeste, e os estados mais afetados são Maranhão, Piauí, Pará, Tocantins, Mato Grosso e Goiás. O ato fez parte do 1º Encontro Nacional de Jovens do Morhan.

Tião Viana, que é médico, ressaltou que a hanseníase hoje tem cura e que os medicamentos, que interrompem a cadeia de transmissão, são doados pela Organização Mundial da Saúde.

O senador elogiou o Executivo e o Legislativo brasileiros por terem, em 2007, criado a lei que concede pensão especial às pessoas atingidas pela hanseníase que foram submetidas a isolamento e internação compulsórios (Lei 11.520/07). Essa indenização, disse o senador, já beneficiou mais de 2 mil brasileiros e 8 mil processos aguardam julgamento na Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria, comprometendo principalmente a pele e os nervos e deixando sequelas, se não for tratada precocemente. A doença pode ser transmitida de pessoa para pessoa por meio das secreções das vias respiratórias (nariz e boca). A enfermidade tem lenta evolução: após o contágio, o indivíduo leva de dois a sete anos para apresentar sintomas, que são, principalmente, lesões ou manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na pele, em qualquer parte do corpo. Essas manchas ou lesões são dormentes (sem sensibilidade, anestesiadas). O tratamento é realizado em postos de saúde, gratuitamente e sem necessidade de internação. Os pacientes em tratamento podem conviver normalmente com sua família, seus colegas de trabalho e amigos.

Em apartes, os senadores Romeu Tuma (PTB-SP) e Augusto Botelho (PT-RR) apoiaram o pronunciamento do colega.



14/05/2009

Agência Senado


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