TIÃO VIANA QUER ACABAR COM A HANSENÍASE NO BRASIL



Ao registrar a passagem neste domingo (dia 30) do Dia Mundial das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, o senador Tião Viana (PT-AC) disse que o Brasil poderá acabar com a doença em três anos, sem precisar de recursos adicionais, bastando apenas garantir os já previstos no Orçamento. Ele lamentou que, embora tenha tratado do assunto pessoalmente com o presidente Fernando Henrique Cardoso, quando de sua visita em agosto ao Acre, a burocracia está impedindo que seja marcada uma audiência para colocar em prática o projeto elaborado pelo Ministério da Saúde.
Tião Viana lembrou que a hanseníase talvez seja a doença mais antiga descrita pela literatura médica e provavelmente é uma das mais violentas no sentido do preconceito que a acompanha. O senador falou da necessidade de a imprensa ampliar o debate sobre o assunto para que a sociedade deixe de tratar os atingidos pela doença, geralmente os mais pobres e humildes, com preconceito.
- Esta é uma das poucas doenças em que o Brasil tem um instrumento claro de eliminação em suas mãos, mas parece que o país prefere conviver com o indicador de sermos o segundo do planeta em número de casos registrados, somente perdendo para a Índia, que carrega o maior número de pobres do planeta - afirmou Tião Viana.
O Movimento pela Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, segundo documento lido por Tião Viana, está fazendo uma série de atividades em todo o Brasil para divulgar a existência da doença, seus sinais e sintomas e chamar atenção para a falta de campanhas. O senador informou que foi lançado em todo o Brasil o Telehansen. Através do telefone 0800-262001 qualquer pessoa poderá receber esclarecimentos ou ser encaminhada para tratamento.
Tião Viana lembrou que na última grande campanha nacional contra a hanseníase, realizada em 1988, foram identificados 35% a mais de casos novos em relação ao ano anterior. O senador pelo Acre registrou que a Organização Mundial de Saúde doará o medicamento para o tratamento e a cura dos pacientes até o ano de 2005, mas para isso é necessário que o combate à doença seja encarado como prioridade.
O caso de Francisco Rodrigues de Oliveira, que teve na sua carteira de identidade registrada "ausência total de impressão digital - portador de hanseníase" porque o funcionário da identificação não quis tocá-lo para colher a digital, foi contado por Tião Viana. Ele registrou que Francisco estava curado há 42 anos mas continuava sofrendo com a discriminação e apenas recentemente recebeu sua nova carteira de identidade.

31/01/2000

Agência Senado


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