Brasil prossegue em busca de entendimento no Oriente Médio, diz futura embaixadora em Israel
O Brasil prosseguirá em busca do entendimento no Oriente Médio, anunciou nesta quinta-feira (14) a embaixadora nomeada para Israel, ministra de primeira classe Maria Elisa de Bittencourt Berenguer, cuja indicação recebeu parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). E o pais está disposto a contribuir para a paz na região, "na medida que for do interesse de nossos interlocutores", informou.
Em sua exposição aos integrantes da comissão, a embaixadora considerou "altamente exitosa" a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Israel, em março. Ela recordou que o presidente brasileiro foi aplaudido de pé no Parlamento israelense mesmo depois de haver feito críticas à construção de novos assentamentos judeus em Jerusalém Oriental. Ressaltou ainda que o governo brasileiro julga poder ser útil no processo de paz.
- Caso tenha a minha indicação confirmada, eu me pautarei pela busca do diálogo e de uma solução justa e duradoura para o Oriente Médio - disse Berenguer, cuja mensagem de nomeação, que teve como relator o senador Marco Maciel (DEM-PE), ainda será submetida ao Plenário do Senado.
Segundo a embaixadora, não se deve permitir que a questão política do Oriente Médio "ofusque" o grande potencial das relações bilaterais entre o Brasil e Israel. Ela classificou Israel como um Estado moderno, com uma "população jovem e dinâmica e de cabeça aberta". Em sua opinião, existem amplas possibilidades para uma maior cooperação, entre os dois países, em ciência e tecnologia.
A respeito do comércio bilateral, Berenguer admitiu que se encontra atualmente abaixo do potencial. Em 2008, segundo informações contidas no parecer elaborado por Maciel, as trocas bilaterais alcançaram US$ 1,6 bilhão, mas caíram a pouco mais da metade em 2009, em função da crise internacional. Na opinião da embaixadora, o comércio entre os dois países terá, porém, um "grande impulso" com a entrada em vigor do acordo de livre comércio entre o Mercosul e Israel, já ratificado pelo Brasil. O acordo passa a valer para cada membro do Mercosul depois da sua ratificação pelo respectivo Poder Legislativo.
Após ouvir a exposição da embaixadora, o senador Romeu Tuma (PTB-SP) - descendente de árabes - ressaltou a "forte união" existente no Brasil entre árabes e judeus e informou que será realizada em São Paulo uma Corrida pela Paz no Oriente Médio.
Angola
Deverá ser votada dentro de duas semanas, pela comissão, a mensagem presidencial de indicação da ministra de primeira classe Ana Lucy Gentil Cabral Petersen para o cargo de embaixadora do Brasil em Angola. O relator da mensagem, senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), apresentou seu voto favorável à indicação, mas a votação foi adiada depois de um pedido de vista apresentado pelo senador Fernando Collor (PTB-AL).
O presidente da comissão, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), concedeu vista da mensagem, mas anunciou que a colocará em votação dentro de duas semanas. Os senadores João Tenório (PSDB-AL), Rosalba Ciarlini (DEM-RN) e Paulo Duque (PMDB-RJ) lembraram a importância das relações do Brasil com Angola e pediram a rápida votação da indicação da nova embaixadora brasileira naquele país.
No início da reunião, Azeredo agradeceu a visita à comissão do ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, há uma semana, mas reiterou que a oposição mantém "algumas preocupações" em relação à política externa, especialmente a respeito de temas como as relações do Brasil com o Irã e a Venezuela. Segundo Azeredo, Amorim deverá voltar a debater a política externa com os senadores da comissão em junho.
Marcos Magalhães / Agência Senado
15/04/2010
Agência Senado
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