Suplicy relata viagem ao Oriente Médio, onde visitou Israel e a Palestina



O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) relatou ao Plenário a viagem de três dias que fez ao Oriente Médio em companhia do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) e parlamentares de vários outros países, a convite do governo de Israel. Suplicy informou nesta segunda-feira (21) que, logo ao receber o convite, explicou ao embaixador de Israel no Brasil que seria importante ter encontros também com o primeiro-ministro palestino, Abu Mazen, e com o líder Yasser Arafat.

Como presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Suplicy levou cartas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para os dois primeiros-ministros, Ariel Sharon, de Israel, e Abu Mazen, da Palestina. Na carta, Lula apresenta aos dois líderes seus votos por um esforço cada vez maior por uma paz duradoura, a garantia da amizade do povo brasileiro, que tem grande percentual de judeus e descendentes de árabes.

Eduardo Suplicy explicou que não pôde encontrar-se com Ariel Sharon, que estava em viagem ao Reino Unido e à Noruega - a comitiva de parlamentares foi recebida pelo vice-ministro das Relações Exteriores, Yoar Biran. No diálogo que se seguiu, o vice-ministro criticou duramente Yasser Arafat, que segundo ele era leniente com os atentados cometidos em território israelense por homens-bomba. Nesse momento, um parlamentar colombiano perguntou: -Por que então, em um dos bombardeios ao território palestino, não mataram Arafat, como se fez na Colômbia com o guerrilheiro Tirofijo (Tiro Certeiro, um dos líderes das Farc)?-, relatou o senador.

O ministro, que tanto atacara Arafat, disse que Israel não poderia fazê-lo, porque Arafat era um líder verdadeiro de seu povo, tinha sido eleito e o seu assassinato faria Israel perder o apoio de vários países, inclusive dos Estados Unidos. No escritório de Yasser Arafat, Suplicy viu que houve bombardeios em vários prédios ao redor do prédio do velho líder, o que comprovaria que, se o exército israelense quisesse, teria matado facilmente Arafat.

Em aparte, o senador Hélio Costa (PMDB-MG) relatou que esteve há poucos anos na região e foi proibido de entrar em território palestino pelos guardas israelenses. Conseguiu entrar clandestinamente e chegou a Ramallah, onde pôde ver a destruição causada pelos israelenses.

Suplicy relatou ainda que conheceu uma indústria de origem alemã que emprega meio-a-meio israelenses e palestinos, o que, segundo ele, -comprova que é possível uma convivência pacífica entre os dois povos-.



21/07/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


Suplicy relata participação em encontro de incentivo à paz entre Israel e Palestina

Suplicy presta contas de sua viagem ao Oriente Médio

Brasil, Índia, África do Sul e Palestina se reúnem para discutir paz no Oriente Médio

Brasil prossegue em busca de entendimento no Oriente Médio, diz futura embaixadora em Israel

Suassuna faz defesa da viagem de Lula ao Oriente Médio

Suplicy destaca avanço do processo de paz no Oriente Médio