Britto cumpre roteiro de campanha em Santa Maria









Britto cumpre roteiro de campanha em Santa Maria
O candidato da coligação Rio Grande em Primeiro Lugar ao governo do Estado, Antônio Britto, esteve reunido ontem, em Santa Maria, com nove prefeitos e três vice-prefeitos do PDT da região Centro. Disse que este é o momento de convocar militantes de todos os partidos para unir o Estado. Também visitou o comércio, distribuiu o jornal de campanha e conversou com moradores.


Tarso buscará suporte a empresas
Afirma que pequenos e médios negócios terão papel destacado para desenvolvimento e emprego

O candidato ao Palácio Piratini pela Frente Popular, Tarso Genro, afirmou ontem a necessidade de forte rede de negócios com respostas tecnológicas para que grandes empresas busquem se instalar no Rio Grande do Sul. A declaração foi feita em reunião com empresários na Câmara de Indústria e Comércio de Esteio. Tarso ressaltou a importância das pequenas e médias empresas para o desenvolvimento do Estado e a geração de empregos, enfatizando que elas se destacam no programa do PT.

Tarso informou que o seu governo estará aberto para discutir propostas e prazos, renegociando as dívidas fiscais. Segundo ele, é fundamental facilitar a sobrevivência das empresas, mas não através de anistia: 'Seria incorreto isentar alguns enquanto outros pagam seus débitos'.

O candidato do PT reafirmou compromisso com a agroecologia em encontro à tarde com representantes do setor. Ele ressaltou a identidade ideológica que une a Frente Popular aos ecologistas, como a busca por qualidade de vida baseada no respeito à natureza. Tarso enfatizou que irá continuar e ampliar o que está sendo feito pelo governo Olívio Dutra em relação à agroindústria, à agroecologia e à agricultura familiar, fortalecendo a parceria com os agricultores. Foram citados como exemplos de realizações o projeto Merenda Ecológica e os benefícios obtidos na comercialização dos produtos através da Ceasa.


Emília prega status à Secretaria da Mulher
A Secretaria de Direitos da Mulher, aprovada ontem pelo Senado, será vinculada à Presidência da República num eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. A garantia foi dada pela senadora Emília Fernandes, que defendeu a inserção da nova pasta, com status de ministério, em todas as áreas da administração federal. Pelo formato atual, a secretaria está ligada ao Ministério da Justiça. 'Ela não pode ficar num espaço subalterno', diagnosticou a senadora, candidata à reeleição. Emília argumentou com base na sua experiência parlamentar que busca mais espaços para as mulheres no Congresso e também entre a militância do PT. Mesmo assim, ela reconheceu o avanço da criação da secretaria para valorizar essas questões. No comício com a presença de Lula, em Porto Alegre, terça-feira, a senadora fez um dos discursos mais fortes com críticas à exploração feminina. 'Daremos a resposta a quem pensa que as mulheres só servem para serem usadas', afirmou.

A senadora volta hoje ao Estado para cumprir novo roteiro da sua campanha de reeleição. Nos próximos dias, ela seguirá aos municípios do Alto Uruguai. Participará sábado, em Ronda Alta, de comício da Frente Popular com o candidato ao governo, Tarso Genro. Nessa região, com domínio da agricultura familiar, há casos de mulheres que sustentam a casa com a aposentadoria de R$ 200,00. 'Não é apenas como mulher que recebo os votos', advertiu.

Emília ressaltou que a escolha para o Senado é mais criteriosa e os eleitores prestam atenção nas propostas. O Centro de Pesquisa Correio do Povo desta semana indicou que os indecisos para as duas vagas ao Senado somam 47,5% do total. 'A definição acaba ocorrendo só depois dos demais cargos em jogo', constatou. Emília tem reforçado nos programas de rádio e TV e no corpo-a-corpo com eleitores os seus projetos. Entre eles, estão a reserva de 20% dos recursos da casa própria às chefes de família e as cirurgias reparadoras para mulheres que tiveram câncer de mama. O procedimento é financiado pelo Sistema Único de Saúde.


Agenda dos candidatos

HOJE
11 Celso Bernardi (PPB)
8h30min: debate entre os candidatos na Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e de Televisão (Agert). 20h: comício em Santiago.
13 Tarso Genro (PT-PCB-PC do B-PMN)
8h30min: debate na Agert. 15h15min: Tapejara. 18h30min: Passo Fundo.
15 Germano Rigotto (PMDB-PSDB-PHS)
8h30min: debate na Agert. 14h: reunião com a coordenação da campanha. 20h: palestra na Feevale.
22 Aroldo Medina (PL-PSD)
8h30min: debate na Agert. 10h30min: colégio Santa Tereza de Jesus. 14h: gravação de programas de rádio e TV. 19h30min: bairro Cristo Redentor.
23 Antônio Britto (PPS-PFL-PT do B-PSL)
8h30min: debate Agert. Tarde: Caxias.
40 Caleb de Oliveira (PSB)
8h30min: debate na Agert. Após, acompanha roteiro do candidato à Presidência Anthony Garotinho em Novo Hamburgo, Campo Bom e Esteio.


Rigotto promete investir no turismo
Germano Rigotto, candidato da coligação União pelo Rio Grande ao governo, afirmou ontem, durante palestra na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Garibaldi, que o setor de turismo terá papel fundamental no desenvolvimento do Estado. 'Espero que o destino reserve a honra de inaugurar no meu governo a Rota do Sol, rodovia que terá papel ainda mais importante na concepção de projeto turístico que envolve não apenas a região da Serra como também o Litoral Norte', afirmou. Rigotto defendeu ainda a necessidade de aproximar as prefeituras e a iniciativa privada para a ampliação de investimentos no setor. Espera contar com informações de universidades de cada região.


Rosário luta contra tráfico de crianças
A deputada estadual Maria do Rosário disse ontem que o seu principal objetivo ao tentar se eleger à Câmara dos Deputados é criar uma rede nacional de busca às crianças e aos adolescentes desaparecidos no país. Segundo ela, a bancada federal gaúcha não dá a atenção devida ao assunto e é preciso reforçar o combate ao tráfico de crianças a partir de trabalho ostensivo do Congresso Nacional. Maria do Rosário salientou que a presença das mulheres nesse debate é fundamental pelo seu lado mais humanizador.

Maria do Rosário está no primeiro mandato como deputada estadual, mas este ano decidiu concorrer à Câmara por entender que as principais discussões do país passam atualmente por Brasília. Enfatizou que quer entrar no debate sobre as leis trabalhistas e as modificações na Consolidação das Leis do Trabalho. 'As crianças e os adolescentes não estão tendo dos deputados a atenção merecida', avaliou.


Serra quer 45 mil equipes de saúde
Agentes ampliariam atendimento a famílias nas periferias das grandes cidades e em regiões distantes

A ampliação do número de equipes do Programa Saúde da Família, das atuais 15 mil para 45 mil, com intensa atuação na periferia das grandes cidades e prestação de assistência nas regiões mais distantes, é uma das prioridades para o setor do candidato da aliança PSDB-PMDB ao Palácio do Planalto, José Serra. O plano de governo foi apresentado ontem ao Conselho Nacional de Saúde, em Brasília, pelo representante da coligação Geraldo Biazzoto. Pelo conjunto de propostas, as equipes do programa trabalhariam precedidas por um agente de saúde, que apuraria as necessidades das famílias e agiria como mediador entre elas e o Sistema Único de Saúde (SUS).

Biazzoto destacou que outra prioridade do plano de Serra será a criação de código de defesa do cidadão frente ao sistema de saúde. Essas regras definiriam as diretrizes de conduta dos profissionais da área e a instituição de ouvidoria para encaminhar as reclamações quanto ao atendimento nos órgãos públicos d e saúde.

Em Pernambuco, o presidenciável afirmou que o programa de governo do adversário Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, é 'desequilíbrio puro'. Em artigos veiculados pelo site (www.joseserra.com.br), destacou propostas de Ciro e críticas de jornalistas e especialistas. Os temas escolhidos para atacar Ciro foram as reformas política, tributária e previdenciária, a economia, a dívida interna, o emprego e a habitação, entre outros. Serra se encontrou com artistas em Recife, acompanhado do governador Jarbas Vasconcelos.
Serra ganhou ontem novo direito de resposta no programa eleitoral gratuito de Ciro. Poderá usar 1 minuto e meio do espaço destinado à Frente Trabalhista. O ministro Gerardo Grossi, do Tribunal Superior Eleitoral, concluiu que Ciro praticou injúria ao acusá-lo de manipulação e subtração clandestina de imagens.


Bogo defende fim da guerra fiscal
Vicente Bogo, que concorre ao Senado pelo PSDB, tem como principal bandeira o combate à guerra fiscal. Diferentemente do candidato da sua coligação ao governo, Germano Rigotto, do PMDB, Bogo sustentou que a prática deve ser eliminada porque não traz desenvolvimento e só estimula o prejuízo de um estado pelo outro. Bogo disse que os investimentos são válidos apenas como instrumento de promoção de determinadas regiões dentro de cada unidade da federação. Um exemplo que merece ampliação, segundo ele, é o Programa de Meso Regiões, do Ministério da Integração Nacional, que visa atrair recursos para áreas menos favorecidas como a Metade Sul do Estado. Para o candidato, a comunidade deve participar das decisões sobre os incentivos e das iniciativas para o desenvolvimento. 'Defendo a máxima descentralização', afirmou Bogo.

A atualização da lei que regula o cooperativismo, de 1971, é uma das principais causas do candidato, que preside a Organização das Cooperativas do Estado. Segundo Bogo, a legislação não acompanhou a modernização do setor, que hoje abrange, além das tradicionais áreas de agropecuária e crédito, os serviços urbanos, o turismo e as alternativas de renda para comunidades carentes. 'A Constituição, de cuja elaboração participei, determina que a lei apóie o cooperativismo e dê tratamento tributário adequado. Vou defender isso no Senado', declarou. Ele é a favor do modelo unificado, com órgão responsável pelo registro e pela certificação das cooperativas. Hoje há 885 organizações em situação regular no Estado, com 830 mil associados. Bogo justificou o empenho: 'As cooperativas pertencem à comunidade e não mandam os lucros para outro lugar'.


ACM diz que disputa para ser voz contra corrupção
O ex-senador Antônio Carlos Magalhães festejou ontem seus 75 anos em Salvador. Num breve discurso, explicou que decidiu se candidatar novamente ao Senado porque, com a sua saída, a Casa teria ficado 'sem voz contra a corrupção e a roubalheira'. ACM teve festa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e recebeu homenagens de artistas populares no Mercado Modelo.


Aécio venceria no 1º turno com 44%
O candidato ao governo de Minas pelo PSDB, Aécio Neves, pode ser eleito no 1O turno segundo o resultado da pesquisa Ibope divulgada ontem. Além da aliança com nove partidos, tem pesado a favor do tucano o apoio do governador Itamar Franco. Aécio subiu de 42% para 44%. Todos os outros candidatos somam 25%. Newton Cardoso, do PMDB, caiu de 16% para 14%. O Ibope ouviu 1,6 mil eleitores em 94 municípios mineiros entre 31 de agosto e 2 deste mês. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais.


Bernardi garante: não vai privatizar
Celso Bernardi, do PPB, disse ontem aos diretores da Associação dos Diários do Interior do Estado que, se vencer a eleição, seu governo não terá nenhuma política de privatização. Em encontro realizado no hotel Plaza São Rafael, ele afastou definitivamente qualquer possibilidade de vender empresas públicas, dizendo que, ao contrário, irá concretizar nelas sistema moderno de gerenciamento, buscando melhoria nos serviços prestados. 'Por exemplo, mudarei o perfil do Banrisul a fim de transformá-lo em banco de fomento', disse. Quanto à possibilidade de alteração da matriz tributária, Bernardi ressaltou que em sua administração será proibido falar em aumento de impostos. Ele prometeu criar comissão paritária, envolvendo o governo e os empresários para uniformizar as alíquotas do ICMS dos produtos no Rio Grande do Sul com os demais estados.


Ciro usa site para defender o seu vice
Ciro Gomes, candidato da Frente Trabalhista à Presidência, criticou no site (www.ciro23.com.br) a divulgação de suspeitas de irregularidades envolvendo seu vice, Paulo Pereira da Silva, do PTB, quando presidia a Força Sindical. O texto contesta denúncias da corregedora-geral da União, Anadyr de Mendonça. Ela é acusada de levantar 'de forma irresponsável e leviana suspeitas vagas de irregularidades numa das maiores centrais sindicais do país'. Sobre a saúde, Ciro afirmou ontem que a sua proposta é baseada no atendimento de equipes multidisciplinares e terá caráter domiciliar. Os recursos da União serão destinados após levantamento das urgências de cada comunidade.


FHC deixa temas para a transição
Acompanhado dos presidentes da Câmara, Aécio Neves, e do Senado Ramez Tebet, Fernando Henrique Cardoso tratou em Johannesburgo, África do Sul, sobre o processo de transição do atual para o próximo governo. Ele explicou que pretende esperar passar a disputa eleitoral para discutir alguns assuntos, como o Imposto de Renda e a compra de novos aviões para a Força Aérea Brasileira (FAB). A licitação internacional envolve o montante de 700 milhões de dólares e, nos bastidores, significa decidir se a Embraer será ou não contemplada.

Fernando Henrique explicou que não quer transformar essa decisão sobre os aviões da FAB em tema eleitoral. Buscando garantir tranqüilidade no processo da sucessão, o presidente criou programa que inclui prédio para a equipe do eleito e 50 cargos especiais a serem ocupados por assessores. O objetivo das medidas, segundo o governo, é assegurar a transparência.


Garotinho sugere ações ao jovem
O candidato do PSB à Presidência da República, Anthony Garotinho, reforçou ontem a proposta de criação de ministério da juventude com o objetivo de dar alternativas a carentes. Garotinho revelou a idéia logo após projeção do filme 'Uma Onda no Ar', de Helvécio Ratton, argumentando que essa parcela da sociedade tem vivido momentos difíceis devido à falta de políticas públicas. Lembrou projeto que concretizou no Rio, destinando bolsas de trabalho a 10 mil jovens. Depois de cumprimentar rapidamente o adversário da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, Garotinho disse ao diretor Ratton que o filme é perfeito. O presidenciável confessou ter se identificado com o enredo, dizendo que tal como no filme teve de criar rádio alternativa.

Garotinho cumpre hoje roteiro de campanha na região Metropolitana do Estado. Faz caminhada partindo às 10h da Rua dos Andradas, no centro de Porto Alegre. Depois, encontra-se com a diretoria e alunos da Escola Técnica Liberato Salzano, em Novo Hamburgo. O candidato também visita Parobé e Campo Bom. No final da tarde, haverá comício em Esteio.


Governador do PT recebido com festa
O governador do Acre, Jorge Viana, candidato à reeleição pelo PT, foi recebido ontem à noite com festa no Aeroporto Internacional de Rio Branco. Os militantes também o esperavam no Palácio Rio Branco para comemorar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de manter o registro da sua candidatura. Houve shows musicais e queima de fogos. Viana retoma hoje a campanha na capital e planeja roteiros em municípios do interior do estado. A sua candidatura havia sido cassada devido à acusação de abuso de poder econômico e político.


Lula propõe rede de medicam ento mais barato
A proposta do presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, para a saúde inclui entre as prioridades a montagem de rede de insumos que possibilite a produção de medicamentos e hemoderivados mais baratos e de melhor qualidade do que os que existem atualmente no mercado. Garantiu que irá intensificar o repasse de recursos para a área e incentivar mais a pesquisa. Essa produção iria abastecer os programas governamentais de assistência à saúde e estariam também disponíveis à população nas farmácias comerciais a preços acessíveis.

A secretária estadual da Saúde, Maria Luiza Jaeger, que entregou a proposta do PT ontem ao Conselho Nacional de Saúde, disse que o governo Lula propõe ampla discussão sobre os medicamentos. 'Somos um dos países do mundo onde mais se faz mau uso de remédios', disse Maria Luiza. Outra proposta é que os conselhos de saúde tenham a responsabilidade de deliberar sobre as políticas de saúde como determina a legislação. Ela afirmou que a valorização dos recursos humanos será uma preocupação constante do PT, com melhor remuneração aos agentes de saúde.

O programa educacional do partido foi apresentado por Lula na Universidade de Brasília. Hostis aos candidatos Ciro Gomes, da Frente Trabalhista, e Anthony Garotinho, do PSB, nos encontros realizados anteriormente, estudantes e professores saudaram Lula como futuro presidente. Ele também recebeu o apoio de 52 reitores de universidades públicas. Durante meia hora, prometeu não deixar nenhuma criança fora da escola, aumentar o número de beneficiados com o crédito educativo, dobrar as vagas para o ensino superior federal e investir maciçamente na área. Abordou ainda as reformas política, agrária e tributária, a sua política de habitação e os projetos para energia elétrica.


Paulinho autoriza quebra de sigilos bancário e fiscal
O candidato à vice-presidência na chapa de Ciro Gomes, Paulo Pereira da Silva, protocolou ontem no Ministério Público Federal, em São Paulo, documento autorizando a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal e uma cópia da última declaração de renda. Paulinho pediu para ser ouvido pela procuradora-chefe Zélia Luiza Pierdona, mas ela recebeu apenas os seus advogados.


PMDB de Minas critica Itamar e exige fidelidade
O PMDB de Minas Gerais enviou ontem carta aos seus filiados exigindo fidelidade. O documento critica duramente o governador Itamar Franco, que foi eleito pelo partido. 'Ele usou o PMDB enquanto lhe foi útil e agora, além de despudoradamente apoiar um candidato de outro partido, faz todo tipo de ameaça e usa a máquina administrativa para constranger nossos prefeitos e nossas lideranças', consta na nota.


Artigos

Guerra Santa
Valmir Batista

A publicidade dada a minha declaração de voto num dos candidatos ao governo do Estado, que não foi feita à imprensa, como foi noticiado, e sim ao próprio candidato, tem servido para que algumas pessoas a utilizem como pretexto para alimentar o atual quadro de guerra político-partidária vivenciada no nosso Estado, além de tentar macular a imagem da OAB gaúcha. Trata-se, no entanto, de manifestação de cunho pessoal, como cidadão e advogado, fruto de minhas convicções morais e ideológicas.

O Conselho da Ordem dos Advogados, que honrosamente presido no RS, é constituído por advogados e advogadas livres, que defendem, cada um, as suas próprias idéias e credos, sem que isso interfira na vida da entidade, cuja história é repleta de exemplos de luta a favor da sociedade brasileira, independentemente de partidos que eventualmente estejam no poder. Cabe destacar que na própria OAB/RS há conselheiros que apóiam ostensivamente outras candidaturas, inclusive com manifestações públicas, sem com isso comprometer o trabalho institucional que desenvolvem, muitas vezes contrário aos interesses dos partidos políticos aos quais são filiados.

Essa é a OAB do RS, integrada por homens e mulheres politizados, de todos os matizes ideológicos e que legítima e livremente representam o pensamento plural dos advogados gaúchos. É claro que os tradicionais opositores da atual administração da ordem e os críticos de ocasião não perderiam a oportunidade para tentar ressuscitar o surrado e ultrapassado argumento de partidarização da OAB. Minha consciência, contudo, está absolutamente tranqüila, pois jamais, durante a gestão que presido, permiti que a OAB se incorporasse à 'guerra santa' que domina o sentimento de parte do eleitorado gaúcho e de expressivo contingente dos chamados 'formadores de opinião'.

Neste sentido recuso-me a assumir qualquer outra posição que não seja a da transparência e a da sinceridade, desafiando os contestadores de minha opção eleitoral a apontarem um ato que seja, durante meu mandato, que configure partidarização da OAB do Rio Grande do Sul. Independência e firmeza de convicções não se excluem entre si, mas, sem dúvida, exigem, de quem se propõe a afirmá-las, um enfrentamento constante com os oportunistas e detratores de plantão que, valendo-se de uma suposta neutralidade, exibem a sua hipocrisia, os seus verdadeiros propósitos e a sua notável falta de coragem.


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - A. Burd

MAIS PODER AOS GOVERNADORES
Surpreendeu ontem a decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que estenderam para os governadores de Estado o poder de editar medidas provisórias em casos urgentes e relevantes, desde que a norma esteja prevista nas constituições estaduais. A do Rio Grande do Sul não prevê a hipótese. O que pode agora ocorrer é a iniciativa do poder Executivo em propor à Assembléia Legislativa emenda constitucional para usufruir da prerrogativa. Na seqüência, os prefeitos também poderão seguir o caminho, sugerindo a alteração da Lei Orgânica do Município, para obter o mesmo direito. A medida provisória é uma prerrogativa do presidente da República com força de lei, devendo após ser submetida à apreciação do Congresso Nacional.

EXCESSO
Criada na Constituição federal de 1988, a medida provisória passou a ser criticada pelo uso excessivo. Atribuiu ao presidente da República uma prerrogativa originariamente exclusiva do Legislativo.

COMO ERA
A medida provisória substituiu decretos-lei, utilizados largamente até 1988, sobretudo no período em que o Congresso Nacional estava debilitado para o exercício pleno de suas funções constitucionais.

EFEITO
1) Os candidatos do PMDB e do PPB ao governo do Estado, à Câmara dos Deputados e à Assembléia abraçaram fortemente a campanha de José Serra, que antes era levada com certa timidez. Efeito do crescimento nas pesquisas; 2) não apareceu nesta campanha imitador de Jânio Quadros: roupas amarrotadas, barba por fazer, ombros brilhando de caspa. No palanque, desmaiava para dramatizar o discurso. Pois S.Excia era fogo.

QUEM VÊ E OUVE
O Centro de Pesquisa Correio do Povo perguntou semana passada: no dia 20 de agosto, teve início o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Você assistiu ou ouviu algum programa neste período? Resultado final: não, nenhum (31,7%); sim, pelo menos um (17,1%); sim, mais de um (42,2%); sim, todos (9,1%).

DIFERENÇA
Em 1987, de tudo o que o governo federal arrecadava, 51% ia para o custeio e o investimento. Em 2001, a destinação caiu para 13%.

FALTA CONSENSO
A oposição na Câmara ainda não se entendeu sobre o projeto de lei do Executivo que regulamenta e cria o quadro de funcionários de autarquia para gerenciar o sistema de previdência dos municipários. As galerias do plenário lotaram ontem com servidores pressionando os vereadores.

MUDANÇA
Esta coluna publicou a seguinte nota na edição de 8 de outubro de 1999: 'A repórter Simone Iglesias cutucou o candidato Ciro Gomes, na Fiergs, dizendo que a sua imagem tem sido associada com a direita. A resposta veio a jato: *Se couber a mim a tarefa de mudar o país, tudo começará com o PFL na oposição*'.

DOS LEITORES
- Uri Legluender: 'As bandeirolas com a propaganda de candidatos, que já amassaram com o passar do tempo, estão enfeiando as cidades. Não há como exigir a retirada?'.

- Carlos Moreno: 'Ainda quero ver candidato apresentar em programa de propaganda eleitoral proposta de remédio genérico para ressaca'.

- Luíza Maria Rezende: 'A baixaria da campanha presidencial acontece porque tudo virou um Clube do Bolinha. Se houvesse uma mulher concorrendo, seria bem diferente'.

APARTES
Tema que ainda não entrou na pauta dos candidatos: o aumento ou a redução do gasto público. Deveria.

Candidatos confundem debate com embate. Precisariam ter à mão um dicionário de português.

Serra cobra de Ciro na página na Internet: 'Compostura, candidato'.

Marcelo Zaffari recebe às 17h de hoje na Câmara Municipal merecido título de Cidadão de Porto Alegre.

Senador Simon requereu sessão especial, a 12 de outubro, para lembrar os dez anos da morte de Ulysses.

Artimanhas do marketing político não são exclusividade brasileira. Modelo foi importado do 1º Mundo.

Depois dos celulares, Senado examina projeto de lei que proíbe os motoristas de fumarem quando dirigem.

Deu no jornal: 'Argentina espera sinal do FMI sobre empréstimo'. É a célebre tática do matar no cansaço.

Devem ecoar no ouvido do ex-presidente as palavras de ordem dos anos 80: 'Sarney, suas terras tomarei'.


Editorial

O FRACASSO DA CÚPULA MUNDIAL

A Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, promovida pela Organização das Nações Unidas e que reuniu na África do Sul cerca de 200 países, ao seu final deixou uma sensação de frustração, pois, mais uma vez, como em tantas outras conferências internacionais realizadas no passado, ficou demonstrado quão difícil é o consenso, mesmo quando, como agora, o mundo se defronta com graves riscos de deterioração do meio ambiente, vital para a sobrevivência da própria humanidade. O planeta continua dividido entre ricos e pobres, e os países do hemisfério Norte pouco ou quase nada têm feito para reduzir as desigualdades existentes. Embora nos países do chamado Primeiro Mundo se concentrem os mais importantes centros de estudos de todos os campos, seus dirigentes não têm iniciativas que partam da premissa de que o todo exige equilíbrio entre as partes.

Por mais paradoxal que possa parecer, a pobreza continua figurando como um dos mais graves problemas do terceiro milênio. A falta de recursos dos países pobres para o investimento capaz de melhorar as condições sanitárias que, por precárias, provocam epidemias em suas populações, não sensibiliza os países ricos, e os recursos que oferecem para mudar a situação são escassos, não passam, na prática, de pequenas esmolas. Nas grandes questões que envolvem a imperiosa necessidade de melhorar as condições ambientais do planeta, como por exemplo a da redução dos gases poluentes, responsáveis pelo gradual e perigoso aumento do aquecimento, os avanços alcançados são inferiores às mais realistas expectativas que antecederam a reunião de Johannesburgo.

Nem mesmo foi possível obter a certeza de ratificação do Protocolo de Kyoto, que prega, para a proteção do clima do planeta, a redução em 5,2% das emissões de gases causadores do efeito estufa nos próximos dez anos. Restou, contudo, a esperança de que os Estados Unidos, a exemplo da China, da Rússia e do Canadá, que vinham se mostrando contrários à aprovação do Protocolo de Kyoto, mudem também de posição. A Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, apesar de não ter alcançado o sucesso que dela se poderia esperar, pelo menos contribuiu para ampliar a conscientização e estimular debates sobre questões da mais alta importância para a humanidade.


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09/05/2002


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