Britto participa de convenção da Assembléia de Deus em Ijuí









Britto participa de convenção da Assembléia de Deus em Ijuí
O candidato ao governo do Estado pela coligação O Rio Grande em 1º Lugar, Antônio Britto, participou ontem da Convenção Geral dos Pastores da Igreja Evangélica Assembléia de Deus, que reuniu cerca de 500 representantes em Ijuí. Bastante aplaudido pelos pastores, o candidato da coligação PPS/PFL/PTdoB/PSL elogiou o trabalho do Terceiro Setor e das igrejas: "Acertamos quando dedicamos um espaço, em nosso governo, às questões sociais. Se cada voluntário decidisse cruzar os braços, começaria uma revolução no Brasil. Sem o Terceiro Setor e sem as Igrejas o governo perderia um parceiro importante".

Britto e o candidato ao Senado José Fogaça encontraram-se na convenção com o candidato Sérgio Zambiasi (PTB), indicado, por moção, durante a convenção da coligação O Rio Grande em 1º Lugar, como segundo voto ao Senado. Fogaça afirmou aos pastores da Assembléia de Deus que "um senador tem que representar o povo, a gente do seu Estado. Um senador não é eleito para ficar a serviço de uma ideologia".

Britto almoçou com os 400 funcionários da Cotrijuí e visitou as dependências da Cooperativa. O candidato também visitou a indústria de Máquinas Agrícolas Fuchs S/A Imasa, onde cumprimentou os 270 funcionários e distribuiu material de campanha. Na tarde de ontem, Britto foi a Panambi, onde visitou a Brunning Tecnometal, que produz componentes metálicos para automóveis, caminhões e máquinas agrícolas.

Tarso também fala no encontro de evangélicos
Sociedade Neoliberal ou Solidária foi o tema da palestra que Tarso Genro realizou ontem para cerca de 400 pastores presentes à Convenção Estadual da Igreja Assembléia de Deus, em Ijuí. O candidato ao governo do Estado pela Frente Popular foi ao evento a convite do presidente da Convenção, pastor João Ferreira Filho.

Tarso propôs ao público refletir sobre os problemas decorrentes da sociedade mundial, que, segundo ele, banaliza a vida humana, estimula a violência e corrompe valores fraternos. "Precisamos fazer a opção: ou nos submetemos ao modelo neoliberal ou lutamos para superá-lo", afirmou.

Após a fala com os pastores, Tarso Genro visitou o comitê da campanha da majoritária e almoçou com 250 profissionais da área da educação da região de Ijuí e ressaltou a reconstrução da educação no Governo Olívio.

Para Tarso, o papel de um Estado solidário é oferecer um modelo educacional que reintegre o ser humano à sociedade e ofereça perspectivas de crescimento pessoal, intelectual e profissional. Segundo ele, "a falta de recursos financeiros não pode ser empecilho para quem quer e precisa estudar". Destacou o movimento de alfabetização, com 140 mil alunos jovens e adultos, a ampliação de 120 mil novas vagas na rede formal de ensino, e a criação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). "Da alfabetização à vida universitária: este é o compromisso da Frente Popular com os gaúchos", disse o petista.


Rodoviários pedem aprovação de lei contra catraca eletrônica
Representantes do Sindicato dos Rodoviários de Pelotas estiveram na Assembléia Legislativa pedindo apoio do presidente Sérgio Zambiasi (PTB), para que seja votado o Projeto de Lei (PL) 130/02 - de autoria do deputado João Luiz Vargas (PDT). O PL proíbe a utilização de sistema de catracas eletrônicas nos veículos de transporte coletivo em todo Estado.

O vereador pelotense Jesus David (PMDB) está confiante na aprovação do projeto. "Somente de salários, os cobradores representam R$ 250 milhões por ano para a economia", afirma. Segundo ele, este montante deixará de ser distribuído para a população, para se concentrar em um pequeno grupo de empresas que produzem os sistemas de bilhetagem eletrônica. "Catraca eletrônica e cobradores não cabem no mesmo ônibus. O custo seria repassado para o usuário e a passagem subiria", alega o vereador.

De acordo com o Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre, 3,6 mil cobradores podem ficar desempregados com a utilização das catracas eletrônicas, somente na Capital. Zambiasi afirmou que após o fim do recesso parlamentar, que deve ocorrer no final do mês, o tema deverá voltar ao plenário.

A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) garante que o emprego dos cobradores estão garantidos com a adaptação das catracas eletrônicas. "Eles terão novas funções dentro do ônibus", afirma o assessor do Setor de Gerência e Projeto, Francisco Horbe. Conferir fotografias dos smart-cards das pessoas isentas, além de receber dinheiro dos que não têm o cartão, podem estar entre as novas atribuições. No final de outubro a EPTC entregará o projeto onde constarão as definições da adaptação da catraca eletrônica na Capital. "Se tudo der certo, o sistema poderá estar implantado no final de 2003", afirma. Entre as vantagens do sistema, está cobrança de tarifa diferenciada.


Demhab atualiza dados para financiar casa própria
As famílias que se inscreveram para obtenção de financiamento da casa própria há quase 30 anos começaram a ser recadastradas ontem pela prefeitura de Porto Alegre. No primeiro dia do recadastramento feito pelo Departamento Municipal de Habitação (Demhab), 120 pessoas atualizaram seus dados, para ingressarem no Programa de Arrendamento Residencial (PAR), em convênio com a Caixa Econômica Federal (CEF). A expectativa da prefeitura é de que o movimento se intensifique nos próximos dias, com a maior divulgação da medida. O prazo para inscrição se encerra no dia 27.

Nesta primeira fase da execução do PAR, será incluído quem se inscreveu entre 1970 e 1988 e que não tem outro imóvel. Cerca de 30 mil famílias se inscreveram nesse período. O Demhab vai encaminhar a listagem para a CEF, que fará a triagem e indicará os escolhidos, que passarão a morar em construções novas ou em prédios restaurados. A prestação aproximada do plano habitacional é de R$ 140,00. Ao final de 15 anos, o mutuário tem a opção de compra do imóvel.

Os primeiros mutuários vão ocupar, até a metade do próximo ano, três empreendimentos escolhidos para o
programa, como o Edifício Sul América (na Borges de Medeiros), que terá 78 unidades, entre JKs e apartamentos de um dormitório. Também fazem parte do plano dois conjuntos residenciais: um na Zona Norte, com 144 apartamentos de dois dormitórios, no Beco José Paris, no bairro Sarandi, e outro na Zona Sul, com 216 unidades dispostas em sobrados de dois dormitórios, na rua Atilio Superti, Vila Nova.

A atualização dos dados está sendo feita das 9h às 12h e das 13h30min às 17h30min, inclusive aos sábados, no Grêmio Esportivo Força e Luz, na rua Alcides Cruz, na Capital. Quem perder o prazo estará automaticamente excluído do cadastro do Demhab.

O aposentado Alfredo Ferreira se inscreveu para obter a casa própria em 1988. Ele e sua mulher aguardam serem escolhidos nesta fase do programa. "Estou na fila de espera há 14 anos, e mantenho a esperança de finalmente ter meu próprio lar", afirmou ele ontem, na fila de inscrição.

O que é necessário
Os interessados devem receber até seis salários mínimos, apresentar protocolo de cor rosa com o número do processo administrativo do Demhab, além de CPF, carteira de identidade e comprovante de residência. Quem perdeu o protocolo deverá passar no Núcleo de Arquivos e Registros do Demhab, na avenida Princesa Isabel, 1057, para retirar a segunda via.


Brasil vai custear superlaboratório em Centro de Aftosa
O Ministério da Agricultura vai custear a construção e o equipamento de um laboratório especial, orçado em US$ 1,5 milhão, no Centro Panamericano de Febre Aftosa, em Duque de Caxias (RJ). As obras começam em agosto e devem ser concluídas em oito meses, de acordo com o se cretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Carlos de Oliveira. O anúncio foi feito ontem, em reunião entre o ministro da Agricultura Marcus Vinicius Pratini de Moraes, Oliveira e o diretor do centro, Eduardo Correa Melo.

"O centro coordena os procedimentos de combate à febre aftosa na América do Sul e promove auditorias técnicas em cada um dos países de modo independente. Como o Brasil é a sede do centro, o governo federal vai custear a construção do novo laboratório", explicou Oliveira. "O ministro manifesta todo o apoio para ações pela erradicação da febre aftosa no continente, especialmente no Cone Sul", disse o secretário.

"Mesmo que o Brasil erradique a doença em todo o seu território, se os países vizinhos ainda registrarem casos, o risco de reintrodução da doença no Brasil será muito grande, daí a necessidade de uma ação continental coordenada", ressaltou o diretor do centro, Correa Melo.

O novo laboratório pertence à categoria P3 Plus, com rigorosas instalações de biossegurança, que impedem a saída de vírus para o meio ambiente. O laboratório será utilizado também para análises e formação de banco de dados e materiais relativos a outras doenças animais. Correa Melo anunciou que entre os dias 25 de novembro e 6 de dezembro o centro será sede de reunião das comissões especializadas em aftosa e da comissão do Código Zoossanitário da Organização Internacional de Epizootias (OIE). "Pela primeira vez estas comissões estarão reunidas fora da França, desde a criação da OIE", disse Correa Melo. "Isto é importante porque elas poderão fazer aqui as análises dos aspectos técnicos de propostas de países do continente, incluindo o Brasil, para o reconhecimento de novas áreas livres de aftosa", ressalta.


Inadimplência está 30% acima dos índices apurados em 2001
Os índices de inadimplência do varejo brasileiro estão 30% acima dos números registrados no ano passado. O crescimento é conseqüência da queda de 10% no poder de compra dos consumidores e do desemprego, motivo apontado por mais da metade das pessoas que deixam de pagar suas contas. Como a média de recolocação no mercado de trabalho é de nove meses, o cliente leva mais tempo para negociar as dívidas.

Outro reflexo é o aumento do endividamento individual. "Em Minas Gerais, por exemplo, o débito médio ficava entre R$ 100,00 e R$ 150,00. Hoje, esse valor ultrapassa os R$ 500,00 e mais de 45% dos inadimplentes estão classificados nessa faixa", informa o presidente do Conselho de Administração do Serviço de Proteção ao Crédito Brasil (SPC Brasil), Manoel Bernardes, que participou ontem da 33ª Convenção Estadual Lojista, em Tramandaí.

Como as empresas trabalham com margens de lucro cada vez menores, qualquer índice que ultrapasse de 4% a 5% da venda é considerado um risco. "Por isso a inadimplência virou um item estratégico de controle", diz Bernardes. Ele lembra que a redução do poder aquisitivo faz com que as lojas, para poder vender, aumentem os prazos de pagamento, o que implica também no crescimento da inadimplência.

As regiões do País mais afetadas são aquelas onde a economia é mais dependente do governo ou de uma única atividade. "Normalmente os estados do Nordeste têm mais dificuldade pelo peso do poder público na economia", relata. No Rio Grande do Sul, segundo dados da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), a inadimplência na Região Metropolitana de Porto Alegre está em 8,8% e chega a 12,9% no Interior do Estado. "Os números só não são maiores porque muitas das pessoas que perderam o crédito não conseguiram voltar a fazer novas dívidas", explica o presidente da FCDL, Carlos Henrique Levandowski.

O SPC Brasil deverá contribuir para o controle dos índices de inadimplência. O serviço reúne informações das
as regiões, formando um cadastro único. "O País está 100% coberto", destaca Bernardes. Em uma consulta on line, o lojista pode obter informações sobre o consumidor de qualquer município. Em setembro, o SPC Brasil lançará um telefone único de consulta.

Lojistas defendem adoção do Simples Estadual
A adoção do Simples Estadual é uma das propostas que os empresários do varejo esperam ouvir hoje dos candidatos ao governo do Estado que participam de um painel na 33ª Convenção Estadual Lojista, que se encerra amanhã. "Precisamos de uma reforma tributária interna do Rio Grande do Sul", defende do presidente da FCDL, Carlos Henrique Levandowski.

A federação comemora a modificação da Lei 10.045 das Empresas de Pequeno Porte (EPPs), feita no ano passado, mas considera a medida insuficiente. Uma das propostas é a redução da alíquota de ICMS para empresas que contribuírem com a geração de emprego. A segurança é outra questão considerada pontual pelos lojistas. "Isso permitiria uma ampliação do horário de abertura", afirma Levandowski.

A FCDL também vai propor que o próximo governo estadual estimule a livre iniciativa. A sugestão é a aprovação de uma lei que leve em consideração as situações municipais. Levandowski lembra que muitas cidades gaúchas ainda não conseguem abrir as lojas no sábado, caso de Pelotas. "A idéia é que o governo, através das alíquotas de ICMS, pudesse incentivar os municípios que se transformarem em pólos turísticos e abrirem o comércio", explica.


Diretora do FMI se encontrará com Malan e FHC
A vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Anne Krueger, virá ao Brasil na próxima semana e terá contatos com representantes do governo brasileiro. Na terça-feira, ela almoça com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e no mesmo dia tem agendado um encontro com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Assessores da área econômica se esforçam para evitar expectativas em torno da visita. Oficialmente, ela virá a Brasília de passagem, pois seu objetivo principal é a participação do Encontro Latino-Americano da Sociedade Econométrica, na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, na quarta-feira.

No entanto, o simples anúncio da vinda de Krueger ao Brasil fez despencar as cotações do dólar e lançou a expectativa de que um novo entendimento com o Fundo pode estar muito próximo. Analistas do mercado apostam na prorrogação do acordo do Brasil com o FMI. Técnicos da área econômica evitam falar sobre o assunto. Eles ressaltam, porém, que tanto a vinda de Krueger quanto a do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O'Neill, programada para o fim de julho ou início de agosto, marca uma mudança no tratamento dispensado pela administração George W. Bush ao Brasil.

O passado recente mostra que são grandes as chances de um novo acordo com o Fundo. Em 1998, o Brasil conseguiu firmar um programa com o FMI num momento em que sofria com turbulências no mercado internacional iniciadas pela falência de um megafundo norte-americano, o LTCM.

Agora, da mesma forma, o País enfrenta dificuldades principalmente por causa da crise de confiança do mercado, após os escândalos de fraudes nos balanços de grandes companhias dos Estados Unidos.

Se o Brasil optar por um novo acordo com o FMI, boa parte do trabalho já estará feita. O governo já firmou em lei a meta fiscal para o ano que vem, que é de 3,75% do PIB. O número consta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2003, aprovada pelo Congresso em junho. Também já está escolhida uma meta de inflação, que é mais folgada do que a deste ano: 4%, com margem de tolerância de 2,5 pontos porcentuais. Ou seja, a meta será considerada cumprida se a inflação for de até 6,5%. A meta deste ano é de até 5,5%, e o mercado já dá por certo seu descumprimento. As metas fiscal e de inflação são o coração do acordo com o FMI.


Artigos

Segurança para a saúde dos transgênicos
Franco Lajolo

Por m ilhares de anos o homem foi intuitivamente selecionando, para uso alimentar, plantas que apresentassem maior rendimento, maior resistência a pragas e melhor qualidade. Com o tempo, a ciência veio auxiliá-lo nesta tarefa. Manifestação mais contemporânea desta aliança é o desenvolvimento, nas últimas décadas, de variedades de trigo, arroz, milho e soja com alto rendimento agrícola, capazes de alimentar uma população mundial crescente e urbanizada. Há muito tempo novas variedades vêm sendo produzidas a partir de técnicas tradicionais de cruzamento e melhoramento, envolvendo transferência de genes por reprodução normal ou pelo uso de metodologias que alteram cromossomos, como a mutagênese química e a irradiação. Nos últimos 10 ou 15 anos, no entanto, introduziu-se uma nova tecnologia: a modificação genética para a produção de alimentos, chamada de "tecnologia do DNA recombinante", que consiste num avanço nos processos naturais de melhoramento de plantas. Nos cruzamentos convencionais, misturam-se ou transferem-se para uma planta, ao acaso e ao mesmo tempo, um grupo de genes, sendo o resultado a produção de uma variedade com múltiplas características, nem todas desejáveis. Como esse processo convencional é impreciso, separar as características desejáveis das indesejáveis é bastante demorado. Com a tecnologia do DNA recombinante pode-se, de forma rápida, alterar a operação de um gene pré-existente ou incorporar numa nova planta um único gene exógeno, correspondente a uma determinada característica que se deseja desenvolver.

A história mostra que mudanças na forma de produção e conservação dos alimentos sempre causaram preocupação e, quando recentes, geraram medo. Foi o caso do enlatamento, da pasteurização, da comercialização da margarina, do milho híbrido, do uso da irradiação e de microondas. E é por essa desconfiança face ao novo que crescem as questões relativas à segurança dos alimentos transgênicos. A tecnologia do DNA recombinante permite a transferência específica de novos genes para uma planta, alterando a sua composição. Esta alteração acarreta efeitos intencionais, correspondendo à característica do gene introduzido (por exemplo, resistência a herbicidas), mas também pode gerar efeitos não intencionais (por exemplo, alteração do teor de um composto químico). Os riscos potenciais estão, portanto, associados ao novo DNA introduzido, ou ao produto de expressão desse DNA (proteína) ou a efeitos não intencionais, decorrentes da introdução no genoma e da expressão desse novo gene. Muitos genes já foram transferidos de um organismo a outro com o objetivo de desenvolver características desejáveis, como melhoria do valor nutricional, da conservação ou da resistência a pragas. A segurança desses alimentos, obtidos por modernas técnicas da biotecnologia, é avaliada pela análise de risco que se baseia em princípios básicos, que medem sua segurança em relação à segurança dos alimentos que lhe deram origem. A aplicação dessas metodologias e o histórico de uso conhecido vêm mostrando que esses produtos não são menos seguros do que aqueles que lhes deram origem.

No Brasil, esses novos alimentos estarão submetidos aos ministérios da Saúde, da Agricultura e da Ciência e Tecnologia, sujeitos a legislação específica relativa a normas de segurança e rotulagem, e avaliados por várias comissões técnico-científicas, responsáveis pela aprovação de sua comercialização. Por isso, quanto mais qualificada for a discussão em torno dos alimentos contendo organismos geneticamente modificados, maior será a informação que terão seus eventuais consumidores, e mais exigentes e mais adequadas serão as políticas reguladoras de sua produção, divulgação e distribuição.


Colunistas

FERNANDO ALBRECHT

Tampa de saúde
A tampa higiênica nas latas de refrigerantes e cervejas poderá ser obrigatória se for aprovado projeto do Orlando Fantazzini (PT-SP). As empresas terão que colocar uma proteção na parte superior da latinha, como usado em alguns países sob o nome de Healthy Cap (Tampa de Saúde). Cá pra nós, não precisa ser perito para saber que a céu aberto as latas acumulam sujeira e são passarela de tudo quanto é tipo de insetos, sem falar nos roedores. Além de evitar eventuais contaminações, a proteção também deve acabar com uma mania chata que os rapazes dos supermercados tem: colocar a etiqueta gomada do preço bem em cima da argola de abertura. Parece até que é de propósito.

Problemas da cidade I
Antes uma área tranqüila, o trecho inicial da 24 de Outubro, entre Ramiro Barcelos e Dr. Valle virou zona de assaltos. Há dias, uma adolescente de 16 anos foi assaltada por um bando de pivetes, para quem eventualmente até dava roupas e agasalhos. Todos os comerciantes da área conhecem os bandidos, que chegam a praticar de seis a oito assaltos por dia, mas impera a lei do silêncio por temor de represálias.

Problemas da cidade II
Ao saber do assalto, no qual a menina levou várias bofetadas no rosto, o indignado pai atacou uma viatura da Brigada Militar que passava por lá e fez a queixa. Teria ouvido de um dos PMs que o ideal era alguém dar uma surra de laço nos delinqüentes, porque eles estavam de mãos amarradas. Olha que chegará o dia que as pessoas tomarão este conselho ao pé da letra. Não dá mais para agüentar tanta impunidade.

Casseta no Casseta
Pululam na Internet mensagens de protesto contra a turma do Casseta e Planeta porque vivem botando homossexuais pilchados. Uma destas mensagens critica "o máximo de preconceito para com nosso Estado" e lembra que os bailes gay mais famosos são exatamente no Rio de Janeiro. O fato é que às vezes Bussunda & Cia. encontram uma bola picando de graça. No próximo ou próximos programas vão pegar no pé do PM Lilica e, por tabela, nos gaúchos.

Por falar em Lilica...
...o dublê de PM e cozinheiro, ou alguém que se adonou da sua cara e do seu apelido, andava a mil ontem ao meio-dia em uma manifestação na Esquina Democrática. Fez discurso inflamado para entusiasmados ouvintes GLS. Disse que a Brigada Militar era dos cabos e soldados e não apenas de alguns oficiais que dela se achavam donos. Perto dali, um oficial da Brigada Militar ouviu a arenga mas não se manifestou, saindo de fininho.

De muda
A loja terceirizada da CRT que fica no antigo cinema Vitória, na esquina da Borges de Medeiros com a Andrade Neves, vai sair do local e se mudar para perto, na Uruguai quase esquina com a José Montauri. O que vai ser das atuais instalações ainda não se sabe.

A defesa de Chavez
Quem quiser saber a realidade da Venezuela do ponto de vista do governo Hugo Chaves terá uma boa oportunidade para tanto na semana que vem. É que falará dia às 19h do dia 24 no Ciclo de Debates O Mundo, na Usina do Gasômetro, o ministro da Educação, Cultura e Esportes da Venezuela, Aristóbolo Isturiz. A entrada é franca e a promoção é da Secretaria Municipal da Cultura.

Filme antigo
Entra ano e sai ano e a história se repete: o nosso HPS está superlotado e as ambulâncias continuam chegando do interior, inclusive da vizinha Santa Catarina. Um cidadão que aguardava parente que buscava atendimento no HPS registrou a chegada de oito ambulâncias do interior em menos de uma hora. Não é a toa que a emergência está lotada. Ele registra ainda a ótima qualidade dos serviços do setor de Tomografia computadorizada e a extrema cordialidade dos funcionários.

Pura lã
Ao lançar o projeto Lã o Ano Todo, o presidente da Paramount Têxteis, Fuad Mattar, contou que certa vez sua mulher o presenteou com um terno que deveria ser mas não era de pura lã. A reprimenda à mulher foi tanta que chegou a balançar o casamento, confessou. No bom sentido, é claro. Isso sim que é levar a profissão a sério. Imagine se ela compra uma "lã" de camelô. Dava divórcio. < BR>
Ataque ao caixa
Estão correndo umas histórias impressionantes sobre mordidas ou tentativas de mordidas eleitorais em alguns serviços e empresas. E não é pouca coisa, o pessoal ataca já de saída com valores grandes, tipo centenas de milhares de reais. De tanto este pessoal achar que está impune tudo pode, cedo ou tarde acabarão quebrando a cara. Já inventaram as câmaras miniaturas e os microgravadores.

Será de 10 a 14 de setembro, em Bento Gonçalves, o Salão Brasileiro do Vinho - VinoBrasil 2002.

Julgamento do prêmio Colunistas Nacional será realizado dia 20 de julho, em São Paulo.

Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia promove dia 1º, no Plaza, o encontro Velhice Avançada.

Centro Tecnológico do Mobiliário Senai de Bento Gonçalves realiza dias 22 e 23 seminário sobre normalização e certificação.

Martha Becker fala hoje em Caxias no encerramento do curso de formação de Psicologia Organizacional do IDG.

Banrisul lança hoje no Sierra Park de Gramado o CDC Decorações pessoa física no Sierra Móveis Bota-Fora.


ADÃO OLIVEIRA

Está faltando grana
Outro dia, eu e José Salimen Júnior, diretor do Jornal do Comércio, visitamos João Roberto Vieira da Costa, o Bob, secretário de Comunicação Social da Presidência da República. O encontramos muito preocupado com os rumos da campanha de José Serra, à Presidência da República. A preocupação era tanta que, eu e o Salimen, saímos do encontro com a certeza de que Bob estava sobrando no cargo. Parecia claro que ele estava deixando o governo para acompanhar o seu antigo chefe na nova e dura empreitada.

Não deu outra. João Roberto Vieira da Costa está deixando a secretaria de Comunicação Social da presidência da República, para ser o novo homem forte do comitê eleitoral de José Serra, em Brasília. Essa foi a primeira medida surgida da reunião realizada quarta-feira à tarde, aqui na cidade, com os cardeais da candidatura tucana.

Um outro peso pesado da política poderá deixar o governo para assumir importante cargo na campanha de José Serra. Trata-se do paranaense, Euclides Scalco, que hoje ocupa a secretaria geral da Presidência da República. Na última eleição de Fernando Henrique, Scalco foi coordenador político do comitê. Agora, poderá atuar na campanha para socorrer José Serra.

O que muda com a mudança? Quase tudo. Bob Vieira da Costa era o homem de confiança de Serra, no Ministério da Saúde, e assumirá a campanha para implantar algumas correções no seu rumo, bem como abrir espaço para Fernando Henrique, no palanque do candidato do governo.

O ex-ministro das Comunicações Pimenta da Veiga, atual coordenador político, perderá espaço no comitê central. O gaúcho Milton Selligman, que estranhamente, deixou a Ambev para participar da campanha de Serra, é outro que deve perder poder, mas a área mais atingida da campanha deve ser a de imprensa, que, para a cúpula tucana, não estava funcionando.

A reformulação do setor de imprensa é o pretexto para a entrada de Bob Vieira da Costa na campanha mas, na realidade, ele terá amplos poderes sobre todas as atividades do comitê eleitoral, inclusive, na área da articulação política.

Além da mudança de pessoal, haverá modificação na estratégia do candidato José Serra. A agenda de Serra já sofreu alteração com a entrada de seu antigo assessor na campanha. Inicialmente estava previsto que Serra, esta semana, visitaria as regiões mais distantes e pobres do país. Mudou. Serra deverá concentrar sua atenção no eixo-Sudeste-Sul.

Semana que vem, Serra, terá reunião aqui em Brasília, com 17 governadores, cem prefeitos de cidades grandes, e encontro com coordenadores de cada partido integrante da coligação. Tudo isso para conquistar espaços na mídia. Amanhã, a campanha de Serra chegará as ruas por meio de 2.100 outdoors a serem colocados em 30 grandes cidades.

Depois de reformular os rumos da campanha, a falta de contribuições financeiras, é a questão que está deixando José Serra impaciente. Todos os setores da campanha foram advertidos para promover ajustes. A grana anda curta!


CARLOS BASTOS

Frente quer trazer Ciro em agosto
O coordenador da campanha de José Fortunati, da Frente Trabalhista, Romildo Bolzan Junior, esteve no Rio de Janeiro participando de uma reunião do comando nacional com os coordenadores dos 27 Estados. Em contato com o presidenciável Ciro Gomes, o dirigente pedetista convidou-o para participar aqui em Porto Alegre, nos primeiros dias de agosto próximo, de uma caminhada no centro da cidade. Este seria o primeiro evento público do candidato a presidente da Frente Trabalhista no Rio Grande do Sul, juntamente com o candidato da aliança PDT-PTB. A vinda de Ciro ainda não foi confirmada, mas a proposta da Frente Trabalhista gaúcha está na pré-agenda do candidato. Ciro confirmou por enquanto só sua presença no dia 24 de agosto em São Borja, juntamente com o ex-governador Leonel Brizola, para uma homenagem a Getúlio Vargas na data de sua morte.

Diversas
Nos dois eventos promovidos por iniciativa do PDT, por certo não participarão nem o PPS gaúcho, nem seu candidato ao governo, Antônio Britto.

E o PT está se preparando para receber na próxima semana, mais precisamente no dia 24, quarta-feira, em Ijuí a visita de Luiz Inácio Lula da Silva que vai discutir na Unijui a linha de seu programa quanto à política agrícola.

Haverá depois uma caminhada no centro da cidade de Ijuí. E, no final da tarde, às 17h, Lula participa em Porto Alegre de uma caminhada que vai começar na sede municipal do PT, na Avenida João Pessoa, percorre diversas ruas do centro, e termina com um comício no Largo Glenio Perez.

O candidato do PPB ao governo, Celso Bernardi, se reúne hoje com a direção do Cpers-Sindicato, quando apresentará suas propostas para a área de educação e como pretende se relacionar com o magistério.

O marketing do PPB e de seu candidato, Celso Bernardi, estão a cargo de seu filho, o publicitário Fábio Bernardi. A produção dos programas de televisão e rádio serão de responsabilidade da produtora Mór, da jornalista Tania Moreira.

A Juventude do PPS realiza amanhã seu Primeiro Encontro Regional, que terá como local o Círculo Operário na cidade de Passo Fundo. O candidato ao governo, Antônio Britto, e o senador José Fogaça, que concorre à reeleição, participam do evento partidário.

O aniversário da senadora Emília Fernandes, candidata à reeleição pelo PT, será comemorado hoje à noite no Clube Farrapos. Participam do evento o candidato ao governo Tarso Genro, o governador Olívio Dutra, o candidato à reeleição, vice-governador Miguel Rossetto, e o outro candidato ao Senado, deputado Paulo Paim.

Última
Ex-governador Leonel Brizola se reaproximou agora do governador Espiridião Amin, de Santa Catarina, para atrair o apoio do PPB daquele estado para a candidatura de Ciro Gomes, em troca da boa vontade do PDT com Amin. O governador do PPB era partidário de Brizola nas eleições presidenciais em 1989, tendo participado de atos políticos aqui no Rio Grande, depois aderiu à campanha de Collor. Chegando a Florianópolis, no Aeroporto, Brizola foi perguntado por jornalistas a que ele atribuia a mudança do governador catarinense, naquela oportunidade. Ele apontou para uma biruta e saiu-se com esta: "Ele muda de acordo com o vento, como aquela biruta".


Editorial

DA EXUBERÂNCIA IRRACIONAL À GANÂNCIA INFECCIOSA NOS EUA

Se há um defeito que os norte-americanos não têm é a tendência, muito latina, de varrer para debaixo do tapete as suas mazelas, sejam políticas ou empresariais. Lá, desde que as 13 colônias declararam a independência da Inglaterra, em 1776, o clamor popular obriga a que a Justiça reine soberana, ao lado do Legislativo, os dois Poderes cuidando do Executivo e este sempre de olho nos juízes e parlamentares. Os norte-americanos foram isolacionistas desde que os peregrinos chegaram à América, no May Flower.

Buscavam liberdade religiosa, antes de tudo, e novas oportunidades. Não eram degredados, nem criminosos, mas traziam no seu DNA o gene da ambição, a vontade de vencer, onde o lucro fazia parte do cotidiano e subir na vida pelos próprios meios era motivo de aplauso. Podia-se invejar a vitória do vizinho, mas jamais se tachava de imerecida, se não fosse. Aqui, abaixo do Equador, a tendência foi o contrário. Ser pobre era motivo de orgulho para muitos e garantia de benesses religiosas e políticas, fácil de passar, igual ao camelo, no buraco de uma agulha. O poder, na Colônia, no Vice-Reinado e no Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves vinha do Estado e somente encostando nele e nos seus dirigentes é que alguém conseguiria melhorar de vida. Trabalhar era coisa de escravo, não de gente "de bem". O ócio não precisava de nenhuma dignidade, bastava usufrui-lo. Nos EUA não houve maior riqueza até a Grande Corrida ao Oeste, atrás do ouro, enquanto, bem antes, as colônias portuguesas e espanholas da América eram ricas, com o ouro, a prata e os diamantes à flor da terra no Peru, no México e no Brasil, tudo enviado para as Cortes, em Madri e Lisboa.

Como na Europa, no Japão e nos Estados Unidos, foram as crises e as guerras que forjaram povos trabalhadores e amantes da organização, da poupança e da obediência às leis. A fome e a desocupação trouxeram milhões de alemães, italianos e japoneses para o Brasil e a América do Norte, nos século 19 e 20.

Não foi opção, mas puro instinto de sobrevivência e não havia nada de romântico na imigração em massa, como mostrado. Deu certo após anos de sacrifícios, doenças, separações e fracassos. Os norte-americanos se expandiram no século 19 e tomaram do México o Texas, o Novo México e a Califórnia, além de comprarem territórios da Rússia e da França. Na I Guerra Mundial não se envolveram, deram apenas apoio moral à Inglaterra. Na II Guerra, mais de dois anos após Hitler incendiar o Velho Mundo e invadir a Polônia, a França e confinar os ingleses em sua ilha, os norte-americanos ignoravam o conflito. Ainda curavam as feridas pela grande quebra, 10 anos antes, da Bolsa de Nova Iorque, em 1929. Se os japoneses não tivessem, insuflados por Hitler e Mussolini, atacado Pearl Harbor, em dezembro de 1941, a História seria outra. A partir dali a língua, os militares, usos e costumes e os produtos Made in USA invadiram o mundo, iniciando, na "marra", uma globalização só agora teorizada. Mas, conforme disse Alan Greenspan, quando as coisas vão erradas, a ferida é limpa, o anti-inflamatório tomado e a infecção combatida. Antes, foi a exuberância irracional da Nova Economia, baseada na informática, bolha que explodiu. Hoje é a ganância infecciosa empresarial que liquida com as aposentadorias e pensões de milhões de contribuintes que acreditaram nos fundos de ações de Wall Street. Porém, a impunidade não dura muito tempo nos EUA. Os de colarinho branco vão para a cadeia, é uma questão de tempo. Dilapidadores do erário público, empresários e executivos corruptos e políticos safados existem em todos os países, não somente aqui. A diferença é a punição ágil. Só isso, mas uma atitude fundamental em tudo e por tudo.


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07/19/2002


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