Brizola: “PT já aceita condimentos do neoliberalismo”.




Brizola: “PT já aceita condimentos do neoliberalismo”.
Presidente nacional do PDT garante que se elegeria senador pelo Rio de Janeiro “com um pé nas costas”.

"O PT já está aceitando alguns condimentos do neoliberalismo. Nós jamais aceitaremos. Jamais poderão ver o Brízola com o Duda Mendonça ao seu lado", provoca Brizola.

O ex-governador Leonel Brizola disse ontem em Porto Alegre que se o PDT não fechar alianças com o PPS e o PMDB, para as eleições à presidência da República, não ficará parado. "Não vamos ficar flutuando como um asteróide. Vamos de candidatura própria", afirmou.

De acordo com Brizola, existe um ambiente de bastante cordialidade entre o PDT e o PMDB. "Estão abertos os caminhos para o aprofundamento dessas discussões".

Enfatizou, entretanto, que o PDT já tem uma situação definida de candidatura própria para o governo do Rio Grande do Sul, com o vereador José Fortunati, mas admite avanços no entendimento com outras correntes, sem abrir mão da cabeça de chapa. Sobre uma aliança regional com o PPS, disse que se o ex-governador Antônio Britto for candidato ao governo do Estado, a coligação é "impraticável".

O presidente nacional do PDT voltou a insistir na tese de uma chapa única: “ Se nós tivéssemos adotado aquelas idéias que eu preguei de reunirmos a candidatura Ciro Gomes (PPS) e Itamar Franco (PMDB), poderíamos ter encontrado uma fórmula para unir as oposições.

Creio que estávamos caminhando eficientemente, mas isso não ocorreu e temos que ver como o processo vai se desdobrar”.


Câmara: novo presidente só no final de janeiro
Novo impasse adiou a escolha. Vereadores da Mesa Diretora decidiram não renunciar à função, o que impediu a eleição

A falta de consenso entre os vereadores transferiu para o dia 30 de janeiro a data da escolha do novo presidente da Câmara de Porto Alegre. O vereador José Fortunati (PDT), pré-candidato ao governo do Estado, deveria ser eleito com o apoio de todos os partidos de oposição, mas os atuais componentes da Mesa se negaram a renunciar ao mandato, impedindo nova eleição.

A eleição na Câmara centralizou diversas forças políticas. O presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, veio a Porto Alegre para discutir a posição do partido nessa disputa. Da mesma forma, os presidentes estadual do PMDB, César Schirmer, e municipal, Mendes Ribeiro Filho, vieram dar apoio para o presidente do Legislativo Municipal, Luiz Fernando Záchia (PMDB), e acompanharam tudo da sala da presidência da Câmara.

Záchia, que teve seu mandato prorrogado por mais 27 dias, disse que "apresentou a sua renúncia assinada, mas um acordo entre as 13 bancadas da Câmara, diante da situação delicada criada pela oposição, determinou a dilatação do seu mandato".

O líder do PITB, Cassiá Carpes, negou-se a assinar o acordo, dizendo que "sua coerência o mandou". "Um papel não resolve nada, só a palavra dada e o que eu vi aqui não me agradou."


Quem tem medo de Fortunati?
O vereador José Fortunati (PDT), disse ontem que "está confiante da sua eleição para a presidência da Câmara porque possui 21 dos 33 votos da Casa. Ele afirmou que a polêmica sobre o seu nome surgiu porque o PT "tem medo" dele e explicou: "Não serão manobras regimentais que estarão acontecendo nas eleições de outubro, mas o voto do povo gaúcho em mim".

Para Estilac Xavier (PT), indicado pela bancada governista para dirigir a Câmara, "a sessão foi convocada para anunciar a renúncia do presidente e nada aconteceu". Ele denunciou que "ficou claro um acordo para excluir o PT da disputa, num processo 'anti-petista' instalado no Legislativo municipal".

Sobre o PT temer Fortunati em 2002, Estilacac ressaltou: "Primeiro ele tem que passar dos 6% por cento. Ele foi eleito com os nossos votos e prometeu renunciar ao mandato se saísse do PT”.


Guerra de Itamar, agora, é com o amigo Newton
Governador mineiro determina a exoneração de todos os cargos de confiança, surpreedendo mais uma vez seu vice

O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), divulgou ontem uma nota em que determina a todos os servidores estaduais que ocupam postos de confiança que coloquem, hoje, seus cargos à disposição do governo.

O governador, que não deu mais detalhes sobre a medida, dá prosseguimento à reforma "administrativa e política" que vem fazendo neste ano e que atingiu principalmente aliados do vice-governador, Newton Cardoso (PMDB).

Itamar e Newton estão em crise desde o mês passado, devido a divergências em torno da definição sobre qual dos dois disputará o governo do Estado. A idéia do ex-presidente com a ordem de exoneração para funcionários com cargos de confiança seria, segundo assessores, a de não passar pelo desgaste político de continuar demitindo aliados de seu vice.

Newton Cardoso que tenta minimizar a crise existente entre ele e Itamar, disse, durante a tarde, não acreditar que as demissões de alguns de seus correligionários tenham o propósito de atingi-lo.


Verba para deputado passear.
Bancada pela Câmara Federal com dinheiro do contribuinte, a Associação Interparlamentar de Turismo gastou no ano passado R$ 401,2 mil para levar deputados e senadores a Cuba, México, Portugal, Ucrânia, Japão e Coréia do Sul.

No Orçamento de 2002, o turismo parlamentar contará com mais R$ 357 mil dos cofres públicos. Apesar de ter sido criada por orna resolução da Câmara de 1957, a Associação Interparlamentar de Turismo é desconhecida até mesmo para deputados ligados ao setor.

O secretário da Associação, Wellington de Franco, informou que a entidade conta com 50 associados, entre deputados e senadores, sendo 25 suplentes e 25 titulares. Além do dinheiro do contribuinte, seria financiada por mensalidades de R$ 30, 00 recolhidas dos seus integrantes.

Antes de cada viagem, a associação encaminha à presidência da Câmara ofícios para informar sobre os deputados que viajam e solicitar que suas faltas sejam abonadas. Quando a viagem é para um local mais distante, pede uma folga extra por conta das dificuldades com deslocamentos.

O presidente da Associação, deputado Robson Tuma, (PFL/SP) disse que a associação é filiada à Organização Mundial de Turismo, e que existe desde 1957.


Mão Santa perde mais uma.
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Marco Aurélio Mello, negou ontem liminar impetrada pelo ex-governador do Piauí, Francisco de Assis Moraes Souza, o Mão Santa, e pelo ex-vice-govemador, Osmar Ribeiro de Almeida, contra decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que cassou seus mandatos e mandou empossar o senador Hugo Napoleão (PFL).

Por votação unânime, em 6 de novembro, o TSE anulou a eleição de Mão Santa e de seu vice, por abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral de 1998 .

No último dia 28, eles entraram no STF com uma "medida cautelar", sob a alegação de que a decisão do TSE violara a Constituição e lhes causara "danos irreparáveis".
O ministro Marco Aurélio explicou em seu despacho que a jurisprudência do STF só admite a apreciação de medida cautelar quando já apresentado recurso extraordinário.

No momento, tramita ainda no TSE urna outra medida cautelar proposta pela defesa de Mão Santa. Na pe tição ao STF, o governador cassado Mão Santa argumentou que não lhe foi dado o direito de ampla defesa, nem ao contraditório.

Entre as provas de abuso de poder político e econômico, a que mais chamou a atenção dos ministros do TSE foi a distribuição de medicamentos pelo comitê de campanha do candidato do PMDB.


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01/04/2002


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