CAE APROVA NOVO CONTRATO DE REFINANCIAMENTO DE DÍVIDA PARA SANTA CATARINA



A Comissão de AssuntosEconômicos (CAE), presidida pelo senador Ney Suassuna (PMDB-PB), aprovou, nestaterça-feira (dia 17), parecer favorável à mensagem do Executivo que acrescenta termoaditivo ao contrato de refinanciamento da dívida de Santa Catarina. Essa alteração nocontrato inicial introduz a assunção, pela União, da dívida do estado para com oInstituto de Previdência de Santa Catarina (Ipesc), até o dia 31 de outubro de 1994. Oprojeto de resolução, que ainda será apreciado pelo plenário em regime de urgência,adiciona ao contrato de refinanciamento das dívidas do estado R$ 514,8 milhões, devidospelo Ipesc. O relator da matéria foi o senador Pedro Piva (PSDB-SP) que, na ocasião,acolheu uma emenda do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ao seu parecer. A emenda de Suplicyestabelece que os recursos a serem injetados em Santa Catarina, por meio desse novoprojeto, sejam depositados em conta especial vinculada, que só poderá ser movimentadapelo Ipesc com a exclusiva finalidade de pagamento das aposentadorias e pensões que sãodevidas. A utilização desses recursos para outros fins implicará nos crimes deimprobidade e responsabilidade, sem prejuízo das sanções penais e administrativascabíveis, de acordo com a proposta do senador petista acolhida pelo relator. O parecer dorelator foi aprovado por todos os integrantes da comissão, à exceção do senador PauloHartung (PSDB-ES). Segundo Pedro Piva, "a operação pleiteada pelo governo de SantaCatarina insere-se no conjunto dos objetivos macroeconômicos do país, na medida queviabilizará a redução dos encargos e o alongamento do prazo de amortização do estoqueda dívida refinanciada, induzindo ao ajuste fiscal, em decorrência dos compromissosassumidos pelo estado". Antes de chegar ao Senado, a matéria recebeu parecerfavorável do Banco Central e da equipe econômica do governo. Muitos senadores criticarama mudança de posição do ministro da Fazenda, Pedro Malan, que foi contra esse pleito deSanta Catarina anteriormente. O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) chegou a cobrar umaexplicação da equipe econômica sobre sua mudança de posição quanto à assunçãodessa dívida pela União. Pedro Simon (PMDB-RS) também comentou a mudança de posiçãode Malan. Embora favorável ao projeto, Maldaner questionou a situação dos outrosestados, que também deverão pleitear as mesmas condições para sanar suas dívidas.Roberto Saturnino (PSB-RJ) defendeu uma espécie de Plano Brady, como ocorreu nos EstadosUnidos, onde o governo perdoou parte das dívidas dos estados e voltou a renegociar oscontratos de rolagem. Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) e Carlos Bezerra (PMDB-MT) tambémquestionaram a situação de outros estados, que estão em situação semelhante à deSanta Catarina. Por fim, o governador de Santa Catarina, Esperidião Amin, presentedurante todo o debate, fez questão de esclarecer pessoalmente o pleito do estado. SegundoAmin, a situação de Santa Catarina é diferente dos demais estados, pois lá a Justiçajá anulou as letras financeiras do tesouro que foram emitidas para pagar precatórios,considerados irregulares pela CPI do Senado que investigou o assunto. Por esse motivo,Amin garantiu aos senadores que o estado não poderia utilizar esses títulos novamente,ressaltando, porém, que eles ainda representam uma dívida para o estado, pois sãoconsiderados um ativo para efeito da lei. - Estamos pleiteando o cancelamento dessestítulos, para que sejam eliminados juridicamente e parem de ser considerados receita doestado. Acredito que somente o Supremo Tribunal Federal poderá decidir essa questão -afirmou. Amin esclareceu que esses títulos estão fazendo com que o estado viva umasituação dúbia e esdrúxula: "Não se pode usar e tem que se pagar por eles",explicou. O governador informou ainda que o estado está começando a pagar as trêsfolhas atrasadas do funcionalismo e as dívidas com instituições internacionais.

17/08/1999

Agência Senado


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