CAE examina isenção de IR para aposentados por doenças graves do fígado



A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado examinará nesta terça-feira (16), a partir das 10h, projeto do senador Tião Viana (PT-AC) que isenta do pagamento de Imposto de Renda os aposentados por doenças hepáticas graves (fígado) ou por fibrose cística (pâncreas ou pulmões). Atualmente, não pagam IR os aposentados por várias outras doenças, como Aids, cardiopatias graves, câncer, cegueira e transtornos mentais.

Tião Viana argumenta que as doenças hepáticas graves e a fribrose cística são crônicas e, quando não levam o paciente à morte, exigem a realização de cirurgia complicada, como o transplante de fígado. Mesmo com transplante, a vida do doente não volta à normalidade, pois é obrigado a tomar medicamentos de forma permanente, especialmente aqueles destinados a evitar a rejeição do órgão transplantado. Tais tratamentos exigem gastos dos pacientes, mesmo que sejam feitos em hospitais públicos e, assim, é justo que os doentes não paguem Imposto de Renda sobre a aposentadoria.

O mesmo projeto retira da lista de isenções os aposentados por terem contraído tuberculose ou hanseníase, sob a argumentação que hoje estas doenças já são curáveis e o SUS oferece tratamento gratuito às pessoas por elas afetadas. A proposta conta com parecer favorável, apresentado pelo senador Arlindo Porto (PTB-MG).

Também nesta terça (dia 16), a CAE deve discutir projeto de lei do senador Edison Lobão (PFL-MA) que institui o Programa Nacional de Bolsas de Estudo, destinado a beneficiar estudantes pobres de municípios onde há falta de vagas nas escolas públicas. A Constituição prevê que, quando o estado não tiver condições de oferecer gratuitamente o ensino básico, a União oferecerá bolsas nas escolas religiosas, comunitárias ou filantrópicas, desde que não sejam lucrativas.

O projeto apresenta as condições que devem ser seguidas para que a União compre as vagas nas escolas privadas e como serão selecionados os alunos para receber as bolsas. Caberá à União fixar o valor de cada bolsa, definir critérios para a seleção dos candidatos nos estados e estabelecer a cota de bolsas para cada estado. Terão preferência estudantes de 7 a 14 anos que morem nos municípios onde ficar comprovada a falta de vagas nas escolas públicas. A proposta recebeu parecer favorável do senador Freitas Neto (PFL-PI).

Outro projeto incluído na pauta da CAE da terça-feira prevê redução na cobrança de multas aplicadas às prefeituras que devem ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A redução poderá chegar a 80%, desde que a prefeitura regularize a dívida junto à Caixa Econômica Federal em 90 dias depois que o projeto se transformar em lei. O benefício cairá gradualmente, ficando em apenas 10% após 12 meses.

11/10/2001

Agência Senado


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