CAE realiza no segundo semestre amplo debate sobre a Alca



A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou nesta terça-feira (dia 26), por unanimidade, proposta do seu presidente, senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), para que a comissão estude os parâmetros que devem ser seguidos pelo Brasil no processo de negociação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

Para o senador Paulo Hartung, relator da proposta de Alcântara na CAE, a Alca somente será bem-vinda se puder significar, efetivamente, o acesso aos mercados mais dinâmicos do continente, beneficiando inclusive setores brasileiros mais competitivos como os de aço, calçados, têxteis e suco de laranja, produtos sobretaxados nos Estados Unidos. A integração tecnológica e o fim do protecionismo, inclusive os do setor agrícola, segundo o relator, têm de fazer parte da negociação sobre a formação daquele bloco econômico.

O senador Arlindo Porto (PTB-MG) defendeu um exame cuidadoso da questão da Alca e do relacionamento entre países ricos e em desenvolvimento, principalmente porque, até aqui, os países desenvolvidos defendem uma abertura geral de mercado para os seus produtos, mas não aceitam discutir a abertura dos seus mercados para os produtos agrícolas de outros países.

O senador Roberto Saturnino (PSB-RJ) elogiou a iniciativa de Alcântara, e informou estar apresentando uma proposta para a realização de um plebiscito, por ocasião das eleições de 2002, sobre o ingresso do Brasil na Alca.

O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse não acreditar na eficácia de um plebiscito sobre a Alca, porque, na sua opinião, o povo teria dificuldades em compreender a importância do tema. Ressaltou que a CAE precisa aprofundar-se na questão das barreiras não-tarifárias impostas principalmente pelos Estados Unidos contra os produtos brasileiros. Se esse assunto não for bem conduzido, disse Ney Suassuna, a Alca pode vir a tornar-se um "cavalo de Tróia" para o Brasil - um "presente" que pode representar a ruína do país.

Os debates e estudos da CAE sobre as vantagens e desvantagens de adesão do Brasil à Alca terão início no segundo semestre deste ano.

26/06/2001

Agência Senado


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