Suplicy propõe amplo debate sobre a Alca



A constituição da Área de Livre Comércio nas Américas (Alca) deve ser objeto de amplos debates entre políticos, empresários, trabalhadores e especialistas. Essa é a proposta apresentada em Plenário, na tarde desta quarta-feira (dia 11), pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Ele endereçou um requerimento à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), em que solicita a realização de uma série de audiências públicas, em cooperação com a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), para discutir a adesão do Brasil à Alca.

- Os acordos comerciais celebrados pelo Brasil nem sempre atendem aos interesses nacionais. O Congresso Nacional tem ficado à margem dessas questões, o que enfraquece a posição brasileira - disse, citando os acordos junto à Organização Mundial de Comércio (OMC) e ao Mercosul. Ele teme a perda de autonomia do país com a constituição da Alca.

Suplicy lembrou, que após a primeira reunião de cúpula, em Miami (EUA), as quatro rodadas de negociações em torno da Alca - Denver (EUA), Cartagena (Colômbia), Belo Horizonte (Brasil) e San José (Costa Rica) - foram conduzidas por uma agenda determinada essencialmente pelos Estados Unidos. Ele apontou para as profundas diferenças entre os países americanos, salientando a hegemonia dos EUA, que, de acordo com o Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea), respondem por 60% de todo o comércio na região. O Nafta, acordo de livre comércio entre EUA, Canadá e México, representa 85% do comércio no continente.

Suplicy também defendeu a livre circulação de trabalhadores nas Américas e chamou atenção para o muro erguido na fronteira dos Estados Unidos com o México. Ele destacou que a Alca significará a liberação de comércio de bens e serviços e o estabelecimento de regras comuns em questões como investimentos estrangeiros, compras governamentais, patentes e defesa da concorrência. Suplicy, no entanto, lamentou as restrições aos produtos brasileiros na economia norte-americana, com inúmeras barreiras não-tarifárias que impedem a entrada de nossos produtos. O senador lembrou que os EUA recusam-se a colocar em pauta a legislação antidumping, barreiras fitossanitárias e outras restrições não-tarifárias.

11/04/2001

Agência Senado


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