CAE votará na terça-feira pedidos de audiência com Meirelles e Casseb
As audiências poderão ser realizadas em conjunto com a Comissão de Fiscalização e Controle (CFC), que já aprovou na última quarta-feira (4) os requerimentos dos senadores Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM) e Duciomar Costa (PTB-PA), apresentados em separado, para ouvir Meirelles e Casseb. A decisão dependerá de entendimentos entre os senadores Ramez Tebet (PMDB-MS) e Ney Suassuna (PMDB-PB), que presidem, respectivamente a CAE e a CFC.
O presidente do BC deverá explicar as suspeitas de ter apresentado declarações de renda conflitantes ao Fisco e à Justiça Eleitoral. O requerimento baseia-se nas recentes reportagens das revistas Isto É e Veja, envolvendo denúncias de omissão de bens e movimentações financeiras à Receita Federal que motivaram a investigação de Meirelles pelo Ministério Público e pela CPI do Banestado, além da suspeita de evasão de divisas obtidas de transações imobiliárias.
Apesar de não constar do requerimento de Sérgio Guerra, deverá ser também discutida na CAE a nova denúncia divulgada nesta quinta-feira (5) pela revista Veja em seu site na Internet de que Meirelles teria remetido US$ 50,67 mil de uma conta pessoal no banco norte-americano Goldman Sachs para uma conta corrente de doleiros que estão sendo investigados no Brasil por lavagem de dinheiro, fora a falta de registro dessa operação na sua declaração de imposto de renda de 2003.
Os outros dois requerimentos pretendem obter esclarecimentos de Casseb e sua equipe. Um deles trata dos R$ 70 mil gastos pelo BB na compra de ingressos e mesas do show da dupla Zezé di Camargo e Luciano. Denúncias veiculadas pela imprensa apontam irregularidades na concessão desse patrocínio, já que parte da renda desse evento era destinada à construção da nova sede do PT em São Paulo.
Sérgio Guerra e Agripino querem que também sejam convidados o diretor de Marketing e Comunicação do BB, Henrique Pizzolato, e o tesoureiro do PT, Delúbio Soares, com quem, segundo a imprensa, Pizzolato mantém estreita ligação. Além deles, o requerimento solicita o comparecimento do presidente do Banco Popular, Ivan Guimarães, também envolvido no episódio.
O presidente do BB deverá esclarecer ainda suas movimentações bancárias no exterior, entre junho de 1999 e maio de 2002, no valor de US$ 593,85 mil (correspondentes a R$ 1,1 milhão pelo câmbio nas datas das operações), que não teriam sido declaradas ao Fisco. Outro assunto sobre o qual os senadores querem explicações é o envolvimento de Casseb na briga entre a Brasil Telecom e a Telecom Itália, empresa da qual foi conselheiro em 2000.
Naquela época, o telefone de Casseb teria sido grampeado pela Kroll Associates, contratada pelo banqueiro Daniel Dantas, do Banco Opportunity, acionista controlador da Brasil Telecom, para espionar a Telecom Itália - o que teria permitido, segundo a imprensa, a descoberta de um encontro secreto entre executivos da empresa italiana, que teria ocorrido em maio do ano passado em Portugal.
Esse assunto já motivou uma correspondência da presidente da Brasil Telecom S.A., Carla Cico, ao presidente do Senado, José Sarney, com cópia para os presidentes da CAE e da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), na qual a executiva prontifica-se a prestar esclarecimentos sobre as denúncias veiculadas pela imprensa, envolvendo a empresa que dirige.
06/08/2004
Agência Senado
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