Calheiros pede atenção para problemas na cultura do coco



O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) pediu ao governo federal, na manhã desta quinta-feira (dia 23), atenção especial para os problemas que vêm sendo verificados na importação do coco. De acordo com denúncias do senador, há casos de triangulação comercial, risco de infestação de lavouras brasileiras com pragas exóticas e, ainda, queda inexplicável nos preços depois da elevação da taxa de importação. Calheiros informou que, segundo o Sindicato Nacional de Produtores de Coco, 4 milhões de trabalhadores vivem direta ou indiretamente dessa cultura, sendo que o Nordeste responde por 85% da produção nacional.

O senador contou que há um ano e meio solicitou atenção ao Ministério da Agricultura e do Abastecimento e ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, à Receita Federal e ao Ministério Público, sobre a ocorrência de triangulação nas importações de coco. De acordo com Renan, depois de o governo brasileiro fixar direitos compensatórios para o coco importado da Indonésia, Filipinas, Malásia e Costa do Marfim, os importadores passaram a trazer o produto da Suíça. "A triangulação é uma prática comercial ilícita, de acordo com a Organização Mundial do Comércio", afirmou.

Outro problema apontado pelo senador na compra do coco subsidiado dos países africanos e asiáticos é que, conforme laudo técnico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Centro de Pesquisas Agropecuárias dos Tabuleiros Costeiros, o produto importado pode infectar lavouras nacionais com pragas até então inexistentes no Brasil. "Nesse caso, há duas manifestações contraditórias: o primeiro parecer técnico aponta o risco e o segundo parecer técnico desautoriza o primeiro. É com base no segundo laudo e liminares na Justiça que os importadores prosseguem na farra da importação", afirmou.

O senador afirmou também que, após a elevação das taxas de importação em outubro de 2000, os preços do coco importado caíram estranhamente. Até julho de 2000, o preço médio do quilo do coco era de US$ 1,42. Em fevereiro deste ano, o valor chegou a US$ 0,71. "É preciso proceder a uma revisão fiscal nos casos de importação", sugeriu.

23/08/2001

Agência Senado


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