Calheiros relembra episódio da chacina de Vigário Geral
A tragédia ocorreu na noite de 29 de agosto de 1993, quando mais de 30 homens invadiram a favela Vigário Geral, no subúrbio do Rio de Janeiro, para vingar a morte de quatro policiais militares que tinham sido assassinados por traficantes na véspera, durante uma extorsão. Os invasores não localizaram os bandidos, mas deixaram 21 trabalhadores executados e quatro sobreviventes.
Segundo o líder do PMDB, 11 anos depois da chacina, das 71 pessoas denunciadas pelo Ministério Público, apenas seis foram condenadas e, até agora, somente duas delas estão cumprindo pena. Ele defendeu a adoção de medidas que promovam uma reparação social para as comunidades atingidas pela violência em todo o país, sugerindo um esforço nas áreas de educação, saúde, habitação, transporte, cultura e lazer.
- Tenho insistido também em medidas complementares ao investimento social. Temos de pensar num projeto sistêmico de reforma das polícias, da carreira policial e dos órgãos de segurança pública. Também é necessário um maior controle social dos instrumentos de repressão do Estado, em caráter emergencial. É preciso garantir a proteção jurídico-social e a reparação moral e de direitos, de forma prioritária, às vítimas da violência e aos seus familiares - afirmou Calheiros.
Outras medidas defendidas pelo senador são a atualização dos códigos brasileiros para mudar a forma de investigação, a implantação de juizados de instrução e uma melhor organização do sistema penitenciário. Ele cobrou ainda a definição de metas de redução da violência, a formação continuada dos policiais e agentes penitenciários em disciplinas que englobem os direitos humanos e a implementação de um plano de valorização e de cargos e salários para a carreira policial.
26/10/2004
Agência Senado
Artigos Relacionados
Vigário Geral sediará eventos da Flupp
Oficina de dança, de 4 a 8 de novembro, em Vigário Geral, Rio
CCDH relembra cinco anos do episódio de Eldorado dos Carajás
Calheiros remete à Corregedoria Geral denúncias contra ACM
Covatti acusa governo de passar o conto do vigário nos gaúchos
CDH vai acompanhar investigação de chacina em Belém do Pará