Camata quer CPI para investigar denúncias contra Renan Calheiros
"Quero cumprimentar o PT pela competência e habilidade genial com que conseguiu começar a extinção do Senado". A observação irônica foi feita pelo senador Gerson Camata (PMDB-ES) que, nesta quinta-feira (13), disse que o PT deu um golpe de morte no Senado "com a posição dos gays cívicos, que não são sim, nem não, estão na coluna do meio, a da abstenção". O senador referia-se às seis abstenções ocorridas na votação em que foi preservado o mandato de Renan Calheiros. Camata defendeu a extinção do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa e a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as denúncias contra Renan.
Na avaliação do senador pelo Espírito Santo, o Conselho de Ética ficou desmoralizado após ter sua decisão de aprovar em votação aberta parecer pedindo a cassação de Renan Calheiros contrariada pelo Plenário, em votação secreta. Ele opinou que o fato de a sessão ter sido também secreta levou a Casa a ser motivo de chacota na imprensa nacional, já que várias páginas na Internet noticiaram passo a passo os acontecimentos do Plenário que, teoricamente, deveriam estar transcorrendo em sigilo.
Para Camata, a criação de uma comissão parlamentar de inquérito, que apelidou de CPI da Ratoeira, acabaria com o problema que o conselho enfrenta de não poder abrir sigilos. Ele considerou que, se uma investigação ampla não for realizada, o Senado permanecerá durante muito tempo exposto à execração pública.
- Se não passarmos esse iodo, esse álcool, esse inseticida, esse germicida em cima dessa chaga, o Senado vai continuar exposto ao ridículo e à vergonha da Nação. Se não tomarmos providências, vamos carregar o defunto de ontem nas costas por esse tempo afora - afirmou Camata.
13/09/2007
Agência Senado
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