Marisa Serrano se diz contra a inclusão de novas denúncias na investigação sobre Renan Calheiros



A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), uma das relatoras do processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, afirmou, em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (9), que é contra a inclusão, no processo investigatório, de novas denúncias de supostas irregularidades envolvendo o senador, publicadas pela revista Veja neste fim-de-semana.

- Só se passasse pelo plenário do conselho a abertura de uma nova sindicância. O que nós temos oficialmente é aquilo que o PSOL pediu, aquilo que foi votado. Essa é a linha com a qual estamos trabalhando - disse a senadora.

Segundo a Veja, Renan Calheiros teria beneficiado a Schincariol de Alagoas depois que a fabricante de cervejas comprou uma fábrica de seu irmão, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), em Murici (AL), por um preço acima do mercado.De acordo com a Veja, em contrapartida, Renan teria evitado a cobrança de dívidas da cervejaria com o INSS e com a Receita Federal.

Informada por jornalistas de que o senador José Nery (PSOL-PA) teria anunciado a intenção de incluir as denúncias sobre a Schincariol nas investigações, Marisa Serrano reafirmou que, em sua opinião, casos que fujam à formulação inicial apresentada pelo partido devem, antes de mais nada, passar pela deliberação do conselho. A representação protocolada pelo PSOL tem o objetivo de investigar o suposto envolvimento do senador Renan Calheiros com um funcionário da empreiteira Mendes Júnior.

- Se o senador Nery apontar essa questão da Schincariol entre os quesitos que o PSOL vai sugerir para a perícia da PF, resta saber se os companheiros todos, pelo menos os nossos relatores, vão aceitar a inclusão de casos que não tenham passado pelo plenário do conselho que sejam alheios ao caso inicial - disse.

O Conselho de Ética deverá receber, nesta terça-feira (10) a relação de quesitos elaborados tanto pelo PSOL quanto pelo senador Renan Calheiros para complementar a perícia da Polícia Federal nos documentos apresentados pelo presidente do Senado em sua defesa. Segundo Marisa Serrano, também nesta terça, o conselho solicitará à Mesa do Senado que requisite formalmente à Polícia Federal o aprofundamento da perícia. Também será encaminhado ao senador o pedido para a complementação da documentação.

Marisa ressaltou que o recesso parlamentar não deverá atrapalhar o andamento das investigações do conselho, desde que a Mesa encaminhe a solicitação à Polícia Federal ainda esta semana.

- Em 20 dias a partir da entrega dos documentos, a PF terá condições de nos entregar um relatório avalizado e conclusivo - afirmou.

Relatório anulado

Na última quinta-feira (5), após reunião administrativa com os relatores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), o presidente do Conselho de Ética, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) informou que o relatório elaborado pelo senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), relator inicial da representação, não tinha mais validade. Os votos em separado apresentados por Demóstenes Torres (DEM-GO), Jefferson Péres (PDT-AM), Valter Pereira (PMDB-MS) e pelo PSDB também são considerados prejudicados.

09/07/2007

Agência Senado


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