CAMPOS PEDE FIM DA DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER



Ao fazer um apelo ao presidente Fernando Henrique Cardoso para que redefina e valorize o papel do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), o senador Júlio Campos (PFL-MT) pediu ao governo que adote políticas públicas sérias e eficientes que permitam às mulheres ocupar um papel de destaque na sociedade.

O senador afirmou que a igualdade entre homens e mulheres caminha a passos lentos. "É indispensável a presença da mulher na tomada de decisões nacionais, na elaboração de políticas econômicas, culturais e sociais. Só assim ela sedimentará suas conquistas e exercerá, com plenitude, sua cidadania", disse.

Campos destacou que a participação da mulher, principalmente na vida pública, ainda é irrisória. "Não temos hoje nenhuma ministra, poucas ocupam cargos no segundo escalão dos ministérios. A representação legislativa é pequena, são 33 deputadas e seis senadoras", destacou o senador.

- As diferenças de tratamento entre o trabalho masculino e feminino são verificadas não só na contratação, mas também na remuneração e nas condições de trabalho - afirmou. Segundo a ONU, comentou o senador, o trabalho, remunerado e não remunerado, executado pelas mulheres corresponde a US$ 11 bilhões anuais.

Ainda citando dados da ONU, Campos ressaltou que as mulheres são responsáveis por 2/3 de horas trabalhadas no mundo, recebem apenas 10% da massa salarial e detêm somente 1% da propriedade.

"É preciso que as mulheres continuem unidas, lutando para eliminar as desigualdades salariais", disse Júlio Campos. O senador acredita que, nas próximas eleições, os candidatos à presidência devem esclarecer qual é a sua proposta de política pública sobre a ótica do gênero, para que as mulheres possam votar defendendo seus direitos.

05/06/1998

Agência Senado


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