JÚNIA APONTA DISCRIMINAÇÃO PROFISSIONAL CONTRA MULHER



A senadora Júnia Marise (PDT-MG), falando durante a comemoração do Dia Internacional da Mulher,afirmou hoje (dia 10) que "no limiar do terceiro milênio, quando a humanidade alcança progressos nunca vistos, em espantosa velocidade, a mulher é relegada a um plano inferior, e essa discriminação se revela claramente no campo profissional, onde as tarefas mais importantes ainda são reservadas aos homens, assim como os melhores salários".

Ele disse que mesmo representando 52% da população mundial, a mulher, ainda assim, enquadra-se no conceito de minoria - no caso, minoria ideológica -, como os negros, os deficientes, os analfabetos e outros tantos excluídos de uma sociedade cuja classe dominante insiste, a seu ver, em perpetuar um modelo espúrio de relações de poder.

Júnia citou dados de uma pesquisa da Codeplan (órgão do governo do Distrito Federal), realizada entre dezembro de 1996 e setembro do ano passado, segundo a qual as mulheres de Brasília ganham 31,8% a menos do que os homens que exercem a mesma função.Conforme a pesquisa, dos 156 mil e 600 desempregados de Brasília, 84 mil e 600 eram mulheres, contra 72 mil homens.

A senadora disse que na administração direta do governo federal, embora as mulheres sejam maioria, os cargos de DAS são reservados preferencialmente aos servidores do sexo masculino. Segundo informou, no nível mais baixo, o DAS contempla 45% das mulheres servidores; no nível mais elevado apenas 14%. Além disso, conforme a senadora, as mulheres ganham 46% menos que os homens, exercendo as mesmas funções.

- No Brasil, situado no penúltimo lugar entre os países de contigente populacional mais pobre do mundo, constata-se que 70% são constituídos de mulheres e o governo não pode fecharos olhos a esta realidade. Faz-se necessário implantar planos de moradia que possam atender principalmente as mulheres chefes de família e qualificação profissional -afirmou



10/03/1998

Agência Senado


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