Candidatos se despedem sem novidade










Candidatos se despedem sem novidade
Nem continuar, nem se aventurar. É Ciro Gomes, 23. "Você, com seu voto vai ter oportunidade de decidir o que queremos", afirma Ciro na sua despedida do horário eleitoral. Ciro garante que procurar apresentar propostas simples, com o pé no chão, sem promessas mirabolantes "para conseguirmos o que queremos para o nosso País". Segundo ele, "querem que você acredite nas mentiras que forjaram, que desista do seu sonho de um país melhor". Mas, para Ciro, o voto do eleitor não tem preço, por isso é preciso votar com fé e coragem.

Garotinho voltou a garantir que não deixará nenhum aposentado ou pensionista receber diferente daquilo que contribuiu. Ele mantém a decisão de aumentar o salário mínimo para R$ 280, de proteger os aposentados e acabar com as vantagens dos banqueiros. E conclama os indecisos a optarem pelo seu voto.

Zé Maria reclamou não ter sido convidado para o debate dos presidenciáveis na Rede Globo: "No debate só foi excluído quem está contra o FMI".

Lula fez uma viagem no tempo e buscou sua primeira campanha, a do refrão "Lula, lá". Nesses nove anos para cá, ele garante ter acumulado muita experiência e maturidade para essa primeira missão especial do Século 21. Lula pede aos indecisos e às mulheres o apoio para o projeto que criou para o novo Brasil.

Rui Costa Pimenta acha que Lula passou para o outro lado, pois está trazendo de volta todos aqueles que o povo desprezou. E conclama o povo a não votar em patrão.

Serra cedeu metade de seu espaço a um direito de resposta do PT. Primeiro o presidente do partido, deputado José Dirceu, que mostrou jamais ter incitado as pessoas a agredirem o governador Mário Covas, de quem sempre foi amigo. Depois, uma nota de repúdio mostrou que não é preciso ter diploma para ser um governante.

Finalmente, Serra encerrou o programa remexendo em alguns programas que pretende executar em seu governo, como o programa agrícola que será uma importante fonte de geração de milhares de empregos.


Luta pela segunda vaga
No debate da TV Globo, Serra e Garotinho buscam a polêmica, tentando garantir passagem para uma disputa final com Lula

O debate da TV Globo ontem à noite pode ter decidido até se haverá ou não segundo turno. As pesquisas dirão. Mas quem mais procurou ocupar espaços, bem ou mal, foi quem busca a segunda vaga nesse segundo turno, ocorra ou não: Anthony Garotinho e José Serra assumiram as posturas mais agressivas e buscaram tenazmente a polêmica. E assumiram essa condição. Ambos se dirigiam a Lula como ao futuro adversário. Serra chegou a dizer isso, expressamente.

Lula apareceu muito mais preparado que em oportunidades anteriores. Primeiro, com mais informação. Por exemplo, quando Serra tentou acuá-lo com uma questão sobre direitos trabalhistas, evitou uma resposta precisa e desviou o assunto, batendo no adversário ao lembrar que ele tirou 3,5 em uma avaliação sobre desempenho na Constituinte, nessa mesma área. Serra tinha como se defender, mas acabou na defensiva. Segundo, com mais jogo de cintura. Em outro confronto com Serra, Lula antecipou-se à armadilha para que confessasse que desconhece o preço da passagem, dizendo que não mora lá, mas em São Bernardo, e de novo virou o jogo, ao dizer que nunca ouvira queixas sobre as passagens, a não ser de Serra, que não anda de ônibus. À parte momentos como esses, Lula evitou entrar em bola dividida. Abriu assim a guarda para uma dura estocada de Garotinho, que o interpelou: "Lula, responda alguma coisa. Nessa campanha você não responde nada".

Serra tentou antecipar a batalha do segundo turno, agindo como se Ciro e Garotinho tivessem passado a meros coadjuvantes e se orientando contra Lula. Nem Ciro, nem Garotinho permitiram isso. Bateram muito mais em Serra que em Lula, especialmente Garotinho. Insistiu em ligar Serra ao Governo Fernando Henrique – e motivou assim a melhor cartada de Serra, dizendo que ele estava na TV certa, mas no programa errado, pois seu lugar seria no Casseta e Planeta. Ciro adotou postura mais modesta, mas teve o grande final, ao criticar a "arrogância dos que já se julgam vitoriosos".

O debate alcançou 37 pontos de audiência, segundo a Rede Globo. O Jornal Nacional tem média de 40 pontos, o que representa cerca de 45 milhões de telespectadores.


Lula na capa do The Economist
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, é o tema de capa da edição da revista The Economist, que chega hoje às bancas. Com a manchete O significado de Lula, a publicação britânica, uma das mais respeitadas publicações especializadas no mundo, traz editorial e reportagem sobre o petista, tratado como "o mais provável vencedor" das eleições no Brasil.
Num balanço do governo Fernando Henrique Cardoso, a reportagem afirma que o País melhorou em diversas áreas, mas diz que, se vencer, "o trabalho de Lula será o de continuar e melhorar o pacote de reformas não finalizado do senhor Cardoso".

Segundo a The Economist, um governo bem sucedido de esquerda no Brasil pode se tornar um modelo para a América do Sul. "Mas, se Lula ganhar, ele fará bem em reconhecer que o sucesso virá tanto da continuidade de políticas quanto das mudanças", diz a publicação.

Em editorial, a revista afirma que uma vitória de Lula seria um "triunfo para a democracia brasileira". Numa região governada durante muito tempo por generais, "a história de vida de Lula é uma saga de mobilidade social digna de uma novela de TV brasileira", diz.

Segundo a revista, o sucesso de um eventual governo Lula dependerá da forma como ele conduzirá a economia. O próximo governo irá receber uma herança difícil, com a desvalorização do real e a alta dos juros ameaçando tornar a dívida pública inadministrável. "Sua [de Lula] conversão para a realidade econômica é recente demais para estar acima de suspeita e, mesmo se verdadeira, sua falta de experiência pode levá-lo a cometer erros", afirma.

A revista destaca que Lula até há pouco elogiava a Cuba de Fidel Castro. "Mas, para ter sucesso, ele terá que estabelecer relações de trabalho com os Estados Unidos."


Investidor foge dos fundos de renda fixa
Bancos esperavam que aplicadores retornassem, mas saques superaram investimento pelo sétimo mês seguido

Pelo sétimo mês consecutivo, os fundos de investimentos tiveram captação líquida negativa. Em setembro, os resgates superaram as aplicações em R$ 3,94 bilhões. No ano, os saques chegam a R$ 60,6 bilhões e já corroeram 18,35% do patrimônio dos fundos, hoje em R$ 304,58 bilhões.
O cálculo foi feito pelo site Fortuna, com base nos dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento, a Anbid. O valor de setembro é bem inferior ao registrado nos últimos três meses – só em agosto, as saídas líquidas chegaram a R$ 14,35 bilhões – mas é superior às estimativas do mercado, que previa captação positiva.

''Está muito difícil fazer projeções sobre a captação dos fundos", diz Marcelo D'Agosto, diretor do Fortuna. "Além de existir insegurança em relação ao próximo governo, as pessoas estão com menos recursos para investir devido à retração da atividade econômica."

A falta de dinheiro, diz D'Agosto, pode ser percebida nos fundos de varejo, que são destinados ao pequeno investidor. Nos últimos dez dias, a retirada nos produtos de varejo foi dez vezes maior do que a observada nos fundos de atacado, para grandes aplicadores.

Os fundos que apresentaram mais resgates em setembro foram os DI, dos quais saíram R$ 2 bilhões. Segundo cálculos do Fortuna, para cada R$ 1 que foi investido em fundos DI no mês passado, R$ 13 foram sacados. Nos fundos de renda fixa, as retiradas somaram mais de R$ 1 bilhão. Para cada R$ 1 investido, saíram R$ 2.

Os fundos de previdência continuam na liderança de captação. Em setembro, receberam R$ 335,6 milhões. O segundo lugar ficou com os fundos de ações, nos quais entraram R$ 322,4 milhões.


Muda o horário para receber FGTS
Agências da Caixa abrem duas horas mais cedo, às 9h, para atender aos 18,4 milhões que têm saldos até R$ 2 mil para serem pagos

A correção do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), referente aos planos Verão e Collor I, já está disponível para 18,4 milhões de trabalhadores com saldos até R$ 2 mil. A Caixa Econômica Federal (CEF) está com um novo esquema de funcionamento de suas agências para atender a essas pessoas.

Desde a última terça-feira, a CEF está abrindo mil agências, em todo o País, duas horas mais cedo (às 9h). Acabou o esquema especial de abertura das agências aos sábados. O calendário de pagamento também foi cumprido. Com isto, os trabalhadores com saldos até R$ 1 mil, ou com mais de 70 anos de idade, podem procurar a Caixa, assim como aqueles com créditos entre R$ 1 mil e R$ 2 mil e que ainda não retiraram a primeira parcela do pagamento.

A Caixa já pagou R$ 5,8 bilhões em créditos complementares do FGTS para 16,3 milhões de trabalhadores. Sem calendário especial de pagamento, a CEF decidiu estender em duas horas o horário de funcionamento de parte de suas agências, esquema que funcionará até o dia 11 próximo. Por um período, este ano, as agências estavam com quatro horas extras para atender à demanda.

A agência da CEF no Conjunto Nacional funcionou com esse esquema de julho até meados do mês passado. Como a demanda diminui, a agência está atendendo em seu horário normal (11h às 16h).
A CEF prevê o pagamento da segunda parcela de quem tem entre R$ 1 mil e R$ 2 mil e a primeira parcela dos trabalhadores que estão com créditos entre R$ 2 mil e R$ 5 mil em janeiro do ano que vem. Até o mês passado, a Caixa tinha recebido 28 milhões de adesões. Quem ainda não aderiu tem prazo até 30 de dezembro de 2003.

Nem todos conseguem
Tem gente que ainda está tendo dificuldades para receber os expurgos do FGTS. É o caso da operadora de telemarketing Dione Pereira de Araújo, 34 anos, que está fazendo uma verdadeira via- crúcis para receber a primeira parcela da correção, reconhecida pela Justiça.

"Está havendo um desencontro de informações na própria Caixa. Há quatro meses, tento receber o dinheiro e não consigo", reclama. O problema, informa a CEF, é que ela não tem a rescisão contratual de dez anos atrás. Dione não consegue também localizar o código do saque do FGTS e diz não saber mais o que fazer. "Mas, agora, vou até o fim. Nem que seja para recorrer à Justiça", garante. Ela tem cerca de R$ 2 mil para receber.

A digitadora Ieda Maria Rodrigues, 48 anos, teve mais sorte. Ontem, ela conseguiu sacar R$ 237 dos expurgos do FGTS, mas aguarda o pagamento de uma outra conta. "Com este dinheiro, vou pagar contas de água, luz e telefone que estão atrasadas", revela Ieda Rodrigues.


Internet mostrará voto em tempo real
Qualquer pessoa poderá consultar os resultados oficiais do TSE, a partir das 17h de domingo

Qualquer pessoa que tiver acesso à Internet vai poder acompanhar em tempo real a apuração dos votos no dia da eleição. O programa Divinet, que permite a consulta, foi desenvolvido pela Secretaria de Informática do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e já está disponível.

Segundo o analista de divulgação de resultados do TSE, Marcos Aurélio Macedo, o site do tribunal não vai divulgar a apuração no dia da eleição. Para isso foi desenvolvido o Divinet. Macedo lembra ainda que o usuário deve ler atentamente as instruções para que não haja erro na instalação do programa.

Para instalar o Divinet, o internauta deve entrar na página do TSE, clicar no selo Vota Brasil, e copiar o programa no próprio computador. No site estão todas as informações para que a instalação seja feita com sucesso. O internauta também deverá escolher um dos parceiros da Justiça Eleitoral para acompanhar os resultados. A lista desses sites pode ser visualizada ao abrir o Divinet. Caso a transmissão dos resultados esteja lenta, o usuário poderá trocar de parceiro.
A primeira parcial dos votos para governadores será divulgada a partir das 17h – o horário de encerramento da votação na maior parte do Brasil. A totalização para presidente da República só será veiculada depois das 19h, quando estiver encerrada a votação no Acre, que tem duas horas a menos de fuso horário em relação ao resto do País.


Artigos

legado (possível) da era FHC
Ricardo Mendes

A esta altura do mandato, Fernando Henrique Cardoso deve estar pensando sobre a marca que deixará para a posteridade. José Sarney foi o presidente da transição democrática. Fernando Collor, o fracasso da idéia de que se pode governar sozinho, de costas para a sociedade e as instituições políticas – foi o presidente da ressaca democrática. Itamar Franco, em outro período de transição, serviu como prova de maturidade institucional, mais pelo fato de a sua posse ter sido o maior marco de respeito à Constituição de 1988. Como nos lembraremos da era FHC?

Olhando pelo retrovisor, vemos ações e passagens bem-sucedidas (como a consolidação do real, o fim da cultura inflacionária, a melhora obtida nas telecomunicações com as privatizações, a municipalização da execução de programas assistenciais, a reeleição). Também houve insucessos (a escalada dos juros, o desemprego, o crescimento pífio, a execução do Proer sem ampla apuração sobre os responsáveis pela ameaça de colapso do sistema financeiro, etc).

Talvez precisemos de alguns anos para avaliar o saldo entre êxitos e fracassos. Mas arrisco um palpite: se não houver nenhum grande abalo até o fim de 2002, o governo FHC ficará conhecido como aquele que recuperou nossa credibilidade na comunidade internacional, abalada desde a moratória de Sarney.

Para examinar o palpite, não podemos confundir os humores dos especuladores com a avaliação oriunda de organismos internacionais e governos estrangeiros. Os primeiros surgem de uma massa heterogênea que inclui especialistas em lucrar com o pânico. Os organismos e governos, em contraponto, tendem a reagir mais em função das perspectivas em médio e longo prazos. É para esses atores que nossa imagem evoluiu.

Prova dessa evolução foi o recente acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional, que disponibilizou empréstimo de U$$ 30 bilhões – dinheiro que serve de garantia aos compromissos assumidos pelo Brasil. O valor é recorde na história do FMI, e ainda assim há quem defenda lá fora a ampliação do auxílio.

Como lembrou Lula, o ideal seria não precisar do empréstimo. Mas sua concessão mostra que os líderes do mundo capitalista acreditam ser um bom negócio investir na estabilidade da nossa economia. Menos sorte tem a Argentina, que teve representantes humilhados pela direção do FMI em reunião na última segunda-feira. Saíram de Washington com a garantia de levar "zero dólares" até o fim de 2003.

Não somos mais vistos como uma republiqueta qualquer. E a eventual posse de um candidato da oposição, dentro da normalidade democrática, pode reforçar a imagem de seriedade que construímos.


Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

Surpresa: PT ajudou Serra a subir
O comitê do PSDB não entendeu o súbito crescimento de José Serra nas pesquisas em Pernambuco, onde o governador e candidato à reeleição, Jarbas Vasconcelos (PMDB), fez um grande esforço para se "descolar" do tucano. É que os marqueteiros locais do PT acharam inteligente espalhar em todo o estado o bordão "Jarbas é Serra". Resultado: o governador (que deve vencer no primeiro tur no) não caiu nas pesquisas, mas Serra subiu.

Pensando bem...
...o Rio é o crème de la crime em matéria de poder paralelo.

Ibope sob suspeita
O ex-governador José Richa afirmou que tem "todo o direito" de suspeitar dos números do Ibope, no Paraná, porque o presidente do instituto, Carlos Augusto Montenegro, "foi protegido pelo senador Álvaro Dias na CPI do Futebol". Ele está inconformado com o terceiro lugar do filho Beto Richa, na disputa pelo governo. Dias e Roberto Requião estão empatados.

Cabeça de papel
Comprova-se a "desordem pública" com as Forças Armadas mantendo a "ordem pública". Depois, salve-se quem puder.

Debate enfadonho
Poucos debates foram tão chatos quanto o da Bahia. O enfadado mediador William Waak, a certa altura, chamou o petista Jacques Wagner de "Jaques Félix". Desculpou-se: "Freud explica". É que, àquela hora, ele certamente estaria melhor no conforto de sua casa, na paulistana Rua Jaques Félix.

Compra dificultada
O procurador Marcus Vinícius Aguiar Macedo soube que no Acre agências bancárias providenciavam a reserva de R$ 2,5 milhões em cédulas de R$ 10 e R$ 50, em lotes de R$ 50 mil, para serem pagos hoje, na boca do caixa, objetivando a velha compra de votos no dia da eleição. Obteve na Justiça a proibição de saque superior a R$ 10 mil por conta corrente.

Aos inimigos, a lei
Nada como ter a máquina na mão. No Mato Grosso do Sul, o governador Zeca do PT mandou a Polícia Militar ocupar os 20 municípios controlados por opositores para fazer o que só se faz aos inimigos: cumprir a lei. Nesses lugares, dá cadeia distribuir cestas básicas ou comprar de votos.

Acusada ganha prêmio...
O Ministério da Justiça nomeou no comitê gestor do "Portal do Cidadão" a servidora suspeita de enviar um e-mail anônimo, em tom ameaçador, para um cidadão – o professor George Felipe Dantas, doutor em Políticas Públicas, de Brasília. Foi uma resposta à mensagem que ele encaminhou ao ministro, em tom respeitoso, com sugestões sobre segurança pública.

...no Ministério da Justiça
Rastrearam e-mail ameaçador ao professor de Brasília e foi constatado que ele saiu do próprio Ministério da Justiça. A coluna revelou o caso em maio. Em agosto, uma sindicância apontou o possível envolvimento de Maria Angélica Gonsalves Corrêa, da Secretaria Nacional de Segurança Pública do MJ. A 12 de setembro, ela ganhou espaço no "Portal do Cidadão".

Beijou, morreu
O candidato ao Senado pela Bahia Haroldo Lima (PCdoB) chamou de "o beijo da morte" a troca de amabilidades entre Ciro e ACM, que decretou o começo do fim do projeto do PPS. Ciro chegou a beijar a mão do babalaô.

Alma petista
Dono de impressionante trajetória profissional, chegando a presidir o BankBoston, Henrique Meirelles será o que quiser, num eventual governo Lula. Ele faz a cabeça de José Dirceu e a do próprio candidato. Nem se importam com o fato de ele ser candidato a deputado pelo PSDB de Goiás.

Arbítrio redivivo
A Justiça Eleitoral não apenas impede os jornalistas de exercerem livremente o ofício, como lhes assegura a Constituição, vetando críticas a candidatos e impondo até "direitos de resposta" mentirosos. No Brasil, agora, há quase tantos jornais, sites e emissoras sob censura, alguns fechados, como a ditadura militar produziu nos seus piores momentos.

Uau, Disney!
Se depender de setores do governo do Rio, Fernandinho Beira-Mar tem grande chance de conhecer Pateta, o verdadeiro, que mora na Disneylândia.

Revanche no ar
Indignado com as gestões de Leonel Brizola pregando a renúncia de Ciro Gomes, o presidente regional do PTB no Rio, Roberto Jefferson, pediu aos candidatos a deputado federal e estadual da Frente Trabalhista que façam boca-de-urna para o pastor Manoel Ferreira, do PPB de Francisco Dornelles. Pode ser a pá de cal na cambaleante candidatura do velho Briza.

Ecco!
Não existe o menor perigo de a eleição acabar em pizza. O preço do óleo e da mussarela aumentou, segundo a Fipe.

Operação salva-vidas
A imprensa européia confirma a crise na France Telecom, já noticiada na coluna. Seu novo presidente é Thierry Breton, que salvou a Thompson Multimedia, a empresa mais endividada do mundo. A FT enfrenta na Justiça seus sócios na Globecast do Brasil: já em fase de penhora, pedido de prisão dos ex-gestores e possível suspensão de licenças da Anatel.

Poder sem pudor

Mãos que cortam
Ulysses Guimarães discursava num comício "Diretas Já", no regime militar, em Manaus (AM), quando jogaram uma corrente nos fios de alta tensão, provocando blecaute. Depois, outro gaiato (ou araponga) cortou o fio do microfone. O "Senhor Diretas" desistiu:
- Vou dar a vocês o que vocês querem: a voz do governador Mestrinho.

- Amazonenses! O canalha que cortou o fio que se cuide, pois a mesma coisa poderá acontecer com as suas mãos! - atacou Gilberto Mestrinho.

Papo furado: o governador foi acusado de fazer a mesma coisa num comício de Jânio Quadros, nos anos 60, e nem por isso perdeu as mãos.


Editorial

IMAGEM E ELEIÇÕES LIMPAS

Nas eleições que terão sua primeira, e talvez definitiva, etapa no próximo domingo, os brasileiros darão um passo firme na consolidação da maturidade democrática do País. Será a primeira vez desde 1960 que um presidente eleito pelo povo passará a faixa a seu sucessor, também escolhido nas urnas. O ideal é que esse momento histórico – no qual o presidente Fernando Henrique Cardoso tem um papel decisivo – seja a semente de muitas outras transmissões pacíficas da faixa presidencial.

Mas para isso é preciso que o governo federal conjugue todos os esforços para garantir a segurança no processo eleitoral. Não se pode permitir que uma democracia como a brasileira, estabelecida depois de tantas lutas e tanto trabalho, seja ameaçada por poderes paralelos, sustentados por criminosos, que ensaiam demonstrações de poder no Rio de Janeiro e em São Paulo.

O presidente Fernando Henrique Cardoso teve o grande sucesso diplomático e gerencial de convencer o mundo inteiro e os próprios brasileiros de que o Brasil não é uma republiqueta, mas sim um país pronto para investimentos e desenvolvimento. Nada pior para o curso democrático do que ameaças do crime organizado no dia da votação. A firmeza para garantir eleições tranqüilas será um grande ato do presidente que se despede do Palácio do Planalto.


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10/04/2002


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