CÂNDIDO APONTA AUMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER



Ao chamar atenção para o aumento da incidência de violência contra a mulher, o senador Geraldo Cândido (PT-RJ) afirmou que a única forma de resolver o problema é romper a barreira do medo, da vergonha e da crença na impunidade. O senador lembrou a passagem do Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, no último dia 25.
Geraldo Cândido disse que as mulheres vítimas de violência devem sempre buscar ajuda e denunciar seus agressores. "Só assim cairão os números da triste estatística da violência contra a mulher. Se hoje existem leis que avançam no campo dos direitos humanos outras ainda precisam ser alteradas com urgência", frisou.
Conforme o senador, a violência contra a mulher é um problema mundial que atinge mulheres independentemente de idade, cor, etnia, religião, nacionalidade, opção sexual ou condição social, afetando sobretudo o bem-estar, a segurança, as possibilidades de educação e desenvolvimento pessoal e a autoestima das mulheres.
Com base em relatório da Organização das Nações Unidas, Geraldo Cândido ressaltou que a preferência por filhos do sexo masculino afeta mulheres de muitos países, particularmente na Ásia. Ele disse que, na Índia, pratica-se a seleção do sexo do bebê, onde cerca de 95% dos abortos voluntários são de fetos do sexo feminino.
As estatísticas da violência contra a mulher, considerado um "crime menor" pela sociedade, disse o senador, mostram uma ocorrência a cada dia maior de crimes dessa natureza. Cândido citou o dossiê "Violência Contra a Mulher", elaborado pela Rede nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos, que, segundo o senador, apresenta um panorama mundial bastante preocupante.
Ele também se reportou ao livro Primavera já partiu - Retrato dos Homicídios Femininos no Brasil, da professora do Departamento de Sociologia da UNB Lourdes Bandeira, lançado no ano passado e que aponta a escalada da violência em todo o país. Cândido disse que a obra da professora Lordes Bandeira demonstra que a erradicação da violência contra a mulher requer um esforço diário da sociedade.
Entre as conclusões do trabalho da professora, Geraldo Cândido ressaltou a informação de que a maioria das agressões acontecem dentro de casa e são cometidas, pelos pais, padastros ou parceiros. Além disso, aponta o estudo, 60% das denúncias de estupro são contra pessoas conhecidas das vítimas.

30/11/1999

Agência Senado


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