CÂNDIDO CRITICA TRATAMENTO DE FHC A OPOSITORES
O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) criticou nesta quinta-feira o tratamento dispensado pelo governo a entidades de oposição como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Para Cândido, o presidente Fernando Henrique Cardoso tem optado pela repressão aos seus opositores como forma de impor uma política econômica e social voltada aos interesses dos banqueiros internacionais.Cândido citou especificamente o episódio da morte de trabalhadores rurais no Paraná, vítimas de ação repressiva do governo. O senador lembrou também que recentemente o líder do MST João Pedro Stédile foi impedido de aparecer em entrevista na TV Educativa do Rio de Janeiro, por intervenção do secretário de Comunicação do Palácio do Planalto, Andrea Matarazzo, que não permitiu a transmissão do material.- Cai a máscara do sociólogo (Fernando Henrique), assume-se o discurso da caserna tão comum nas ditaduras militares. O Estado de Direito e as liberdades democráticas já estão em franca degeneração - disse o senador.Geraldo Cândido chamou a atenção para o grave quadro social, aparente na favelização das populações urbanas, no recurso aos assaltos e roubos como meio de vida e em outros fenômenos violentos. Essa situação, segundo o senador, resulta da visão e da política de Fernando Henrique - o presidente chegou a classificar o Brasil como um país que vai "de mal a menos mal".O senador citou uma série de estatísticas que comprovariam os maus resultados da política econômica adotada por Fernando Henrique: endividamento externo na casa dos US$ 230 bilhões; estagnação do crescimento econômico; déficit em transações correntes (rombo nas contas externas) de US$ 3,1 bilhões; e alta concentração de renda, com o 1% mais rico da população detendo 13,8% da renda total.Após o seu discurso, Geraldo Cândido leu artigo do jornalista Elio Gaspari publicado pelo jornal, contendo críticas à postura assumida pelos integrantes do governo e de aliados como o governador de São Paulo, Mário Covas, em relação a opositores e manifestantes. Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), disse que recebeu de Matarazzo a promessa de que entrevista com Stédile seria transmitida pela TVE.
01/06/2000
Agência Senado
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