Cândido defendeu união do movimento pelos direitos da mulher com os dos trabalhadores



No dia 8 de março, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o senador Geraldo Cândido (PT-RJ) defendeu a necessidade de união dos movimentos pelos direitos da mulher com os movimentos gerais dos mais pobres, sem que as militantes feministas deixem de levantar reivindicações específicas. Para o senador, é preciso haver uma articulação entre a luta socialista no Brasil com o combate à dominação secular do mundo masculino sobre o feminino. "A luta das mulheres não pode ser algo estranho à luta mais global dos trabalhadores", disse Cândido.

O senador acredita que não basta a igualdade jurídica formal, que constitui avanço importante em muitos aspectos da vida civil, mas é incapaz de, por si só, garantir a igualdade real e a aplicação de políticas que, de fato, combatam as diversas manifestações da opressão feminina. "Como os homens são considerados provedores e chefes da família, o trabalho da mulher é sempre visto como secundário e supõe-se que seus ganhos apenas complementam a renda doméstica", disse Cândido.

O senador destacou que estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicou que, em 1998, 26% das famílias brasileiras eram chefiadas por mulheres. Portanto, para mais de um quarto das famílias brasileiras, resumiu o senador, os rendimentos das mulheres são responsáveis pela manutenção da casa. Ainda assim, o rendimento médio real anual das mulheres que trabalham nas regiões metropolitanas analisadas pelo Dieese correspondem a menos de 70% dos auferidos pelos homens. Além de tudo isso, destacou, as mulheres são responsáveis pelos trabalhos domésticos na maioria dos lares, o que implica dupla jornada de trabalho.

O senador lembrou que o Dia Internacional da Mulher foi criado em 1910 para homenagear 129 mulheres operárias que morreram carbonizadas em 1857 ao serem reprimidas em uma greve por melhores salários.

08/03/2001

Agência Senado


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