Cândido anuncia paralisação de trabalhadores no dia 21
O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) disse, em entrevista à Agência Senado, que esta quinta-feira (21) será um dia importante para os trabalhadores brasileiros demonstrarem o descontentamento com a política econômica, social, salarial e trabalhista do governo de Fernando Henrique Cardoso. Nesta data, anunciou o senador, os trabalhadores filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a outras centrais sindicais irão realizar uma paralisação geral em todos os estados.
Ele explicou que o movimento não será uma greve, mas um dia de alerta em que os trabalhadores realizarão atos de protestos, passeatas, discursos e manifestações políticas contrárias ao governo. O motivo principal das críticas, atentou Cândido, será o projeto do Executivo que altera regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A matéria já foi aprovada pela Câmara e está sendo examinada pelo Senado, sendo que o governo aceitou retirar o regime de urgência em que a matéria tramitava, para que os senadores possam aprofundar as discussões sobre as mudanças propostas.
- Nós não queremos apenas a retirada da urgência, mas sim a retirada da matéria da pauta do Senado. O governo está atuando de forma estratégica para poder votar o projeto depois das eleições. Esse projeto é uma afronta aos trabalhadores, pois revoga direitos trabalhistas duramente conquistados, como a licença-maternidade, o 13º salário e o pagamento de férias - protestou Cândido.
Ele disse também que os empregados não aceitam as alegações de que essas mudanças serão benéficas para a sociedade ou para os sindicatos, como vem sendo afirmado pelos representantes governamentais.
- Isso não é verdade. Já temos experiências anteriores que demonstram que ações deste tipo não geram mais emprego ou estabilidade aos trabalhadores. Também é falso dizer que os sindicatos serão fortalecidos. Eles serão, isso sim, enfraquecidos, pois não têm o mesmo poder de fogo dos patrões e acabarão aceitando, sob a pressão do risco de demissões, as condições impostas por estes.
O senador acrescentou que a matéria é tão prejudicial aos trabalhadores que a própria justiça trabalhista, por meio da associação dos magistrados e juízes desse setor do Judiciário, já se manifestou contrariamente às modificações, alertando para os riscos de grandes perdas para as categorias regidas pela CLT.
19/03/2002
Agência Senado
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