Capiberibe relata participação em reunião sobre Alca
O senador João Capiberibe (PSB-AP) relatou nesta terça-feira (15) a sua participação e do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) na 14ª Reunião do Comitê de Negociações Comerciais da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), ocorrida de 6 a 11 de julho, em El Salvador. Ele assinalou que, embora as relações do Brasil com o Mercosul estejam consolidadas, -é indiscutível o peso do mercado americano para nossas exportações-. Para o senador, a viagem foi -extremamente produtiva-.
Pela primeira vez, segundo o senador, o governo brasileiro convidou parlamentares para integrar, como observadores oficiais, a delegação brasileira na Alca. Ele disse que a -surpresa desagradável- foi ver que o Brasil continua a ser tratado como um país estranho em relação aos outros países das Américas.
- Todos os documentos oficiais e as traduções simultâneas usam apenas a língua inglesa e o espanhol - comentou.
Capiberibe alertou que a sociedade brasileira ainda não se deu conta da importância crucial das negociações em torno da formação da Alca para o futuro social e econômico do país.
- Há na opinião pública uma percepção de que a Alca será simplesmente algo semelhante ao Mercosul ou uma generalizada zona franca de comércio. Não é bem assim. A proposta hegemônica é a dos Estados Unidos e fala claramente em um -tratado- de integração de mercados e não simplesmente de uma -área de comércio multilateral- - afirmou.
O senador Eduardo Azeredo elogiou as iniciativas de inclusão do Poder Legislativo no processo de negociações em torno da Alca.
- Pudemos ver a importância da atuação conjunta dos países que integram o Mercosul - disse ele, para quem essa negociação é difícil e é importante que o Senado brasileiro esteja participando dela.
Capiberibe explicou que, sozinho, os Estados Unidos responderam, no ano passado, por US$ 15,5 bilhões das exportações brasileiras, ou 25,7% das vendas totais de US$ 60,36 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 10,43 bilhões ou 22,09%.
O senador chamou a atenção para o momento histórico que o mundo vive. Ele apontou a recessão brasileira - que fez o Produto Interno Bruto (PIB) cair ao patamar de 10 anos atrás -, a crescente integração entre as grandes economias européia e americana, a hegemonia política e militar dos Estados Unidos e a necessidade do Brasil negociar sua presença no cenário internacional sem perda de soberania.
- Mas não podemos adotar uma atitude isolacionista. Essa postura nos obriga a conhecer e acompanhar as negociações da Alca e apresentar nossos interesses de forma clara - frisou.
15/07/2003
Agência Senado
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