Carlos Bezerra apela ao governo pela realização de campanha educativa para o trânsito



O senador Carlos Bezerra (PMDB-MT) fez um apelo ao governo federal para que realize uma intensa campanha publicitária visando a conscientizar os motoristas e a população em geral quanto aos riscos dos acidentes automobilísticos, com atenção especial para o esclarecimento das formas corretas de acomodar crianças e gestantes no interior dos veículos.

Pesquisa recente realizada pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, no Rio de Janeiro, disse o senador, apontou a falta do uso do cinto de segurança no banco traseiro a principal causa de lesões traumáticas entre crianças em acidentes de automóvel. Segundo médicos, informou o senador, uma criança sem a proteção do cinto pode sofrer lesões em curvas e freadas bruscas, e não apenas quando há ocorrência de acidente.

Carlos Bezerra lembrou que embora a frota brasileira seja sete vezes menor do que a norte-americana, o trânsito no Brasil produz um número de mortos e feridos similar ao verificado nos Estados Unidos. Segundo o senador, até a entrada em vigor do Código de Trânsito Brasileiro, em 1998, cerca de 40 mil pessoas morriam todos os anos em acidentes de trânsito e outras 500 mil sofriam lesões. Este número foi reduzido em 10%, passando para 36 mil óbitos por ano, após a edição do código, informou.

O senador ressaltou que 62% dos leitos de traumatologia dos hospitais do Brasil são ocupados por acidentados de trânsito e citou pesquisa de um especialista da Universidade de Brasília segundo a qual o país perde por anos cerca de R$ 20 bilhões com acidentes de trânsito.

A persistência de índices elevados de acidentes e vítimas, segundo o senador, é resultado da resistência da população em obedecer as leis de trânsito. Ele lembrou que os ocupantes dos assentos traseiros dos veículos raramente usam cinto de segurança e o uso abusivo de telefones celulares por parte dos motoristas, além da desobediência geral á faixa de pedestres em todo o país, com exceção do Distrito Federal.

Carlos Bezerra classificou a violência no trânsito como uma "verdadeira questão de saúde pública no Brasil", e ressaltou que o problema deve ser combatido por meio de um trabalho educativo firme e continuado que vise à redução do número de mortes em acidentes de automóveis e o número de pessoas, geralmente jovens, que ficam deficientes devido à seqüelas dos acidentes.

15/10/2001

Agência Senado


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