Carlos Bezerra apóia aumento de 38% em recursos para safra agrícola



Ao elogiar e dar o seu apoio ao Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2002/2003, o senador Carlos Bezerra (PMDB-MT) destacou que o documento, elaborado pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), contém 25 reivindicações do setor para o próximo plano de safra, que deve ser anunciado nos próximos dias pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

- A principal reivindicação é a destinação de R$ 25 bilhões para o custeio e a comercialização da próxima safra. Se levarmos em conta que a atual safra contou com cerca de R$18 bilhões de dinheiro público para essa finalidade, a proposta atual corresponde a um aumento, bastante razoável, de 38% - afirmou.

Outro item é a correção de preços mínimos. O aumento do custo de produção sempre foi superior ao aumento do preço mínimo, para todos os produtos, conforme o senador. A menor diferença ocorrida foi com o algodão, 22%, e a maior diferença, com a mandioca, foi de 74%. A soja, por exemplo, teve seus custos de produção aumentados em 45% a mais do que a correção de seu preço mínimo. O senador acredita que esses números, pesquisados pela CNA, comprovam parte da corrosão que sofreu a renda agrícola no último ano.

A utilização da safra como garantia dos empréstimos tomados é outra reivindicação contida no documento, e foi destacada por Carlos Bezerra como medida que representa uma evolução. Por enquanto, disse ele, a prática é corrente apenas no Mato Grosso, onde 80% dos financiamentos têm essa garantia. No restante do Brasil, acrescentou, o costume é aceitar como garantia apenas as terras dos agropecuaristas.

Por fim, o senador enfatizou o pedido de aumento do limite de empréstimo por produtor rural, que é definido em razão da região e do produto. O documento da CNA/OCB propõe que no Centro-Oeste, por exemplo, o limite passaria para R$ 300 mil para o sojicultor e para R$ 500 mil para o produtor de algodão, informou.

Em apoio às reivindicações, Carlos Bezerra argumentou ainda que, no Brasil, não há atividade econômica que, a cada centavo investido de recursos públicos, crie maior quantidade de empregos e maior quantidade de divisas com exportação:

- A agropecuária é a atividade sobre a qual podemos dizer, sem medo de errar, que somos um dos países mais competitivos no mundo. Conseguimos sê-lo mesmo tendo de concorrer com os produtos altamente subsidiados de Estados unidos, União Européia e países da Ásia, inclusive o Japão - observou.



13/06/2002

Agência Senado


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