CARLOS BEZERRA VAI LUTAR PARA MANTER RECURSOS DA REFORMA AGRÁRIA



Os cortes anunciados na proposta orçamentária de 1999 para programas de reforma agrária terão um forte opositor na Comissão Mista de Orçamento. Foi o que anunciou nesta quarta-feira (dia 25) o senador Carlos Bezerra (PMDB-MT), ao criticar a falta de uma política específica do governo federal para a agricultura.- Cada vez mais são menores os recursos para a agricultura e para a pesquisa. Assim, a extensão rural não existe. O pouco que se faz nessa área não atinge o produtor rural, principalmente o pequeno - afirmou.O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) informou que os cortes não se restringem ao orçamento de 1999. De acordo com o senador paraibano, o governo está providenciando contenções, ainda para este ano, em "áreas fundamentais", como o combate a doenças no rebanho e compra de sementes para a próxima safra.Carlos Bezerra relatou a invasão de agências do Banco do Brasil em seu estado por agricultores assentados em projetos de reforma agrária, desesperados com as dificuldades de financiamento à produção. O mais grave, no entender do senador mato-grossense, é que os parcos recursos que existem "não são acompanhados de qualquer orientação técnica, provocando investimentos errados e impossibilitando os produtores de honrarem seus compromissos".- O número de assentamentos cresceu e chegamos a um ponto de estrangulamento, porque faltam recursos - analisou.Na opinião de Carlos Bezerra, nos últimos anos o setor agrícola perdeu força no comando da economia do país, "mais preocupado com o setor industrial". Ele acredita que essa seja a razão da produção de grãos no Brasil "patinar" há dez anos no nível das 80 milhões de toneladas.- Durante o governo José Sarney, quando o ministro da Agricultura era o senador Iris Resende (PMDB-GO), atingimos o patamar de 80 milhões de toneladas de grãos, e a produção corre o risco de diminuir - lamentou.Também preocupado com a estagnação da produção, o senador Osmar Dias (PSDB-PR) afirmou que as perspectivas não são as melhores. "Atravessamos um momento crítico, com o mercado internacional praticando preços baixos. O corte de recursos para a safra tira qualquer perspectiva de ampliação e problemas climáticos podem agravar o quadro ainda mais." O senador José Alves (PFL-SE) acusou o governo de privilegiar os grandes conglomerados econômicos em detrimento da população que vive no campo.Para o senador Edison Lobão (PFL-MA), não foi dada continuidade ao trabalho iniciado ainda no governo José Sarney. O resultado, na sua avaliação, é que o país acaba importando uma série de gêneros agrícolas, o que agrava o desemprego no campo.O senador Levy Dias (PPB-MS) criticou a excessiva importância que se dá às crise financeiras. Ele acha que o país deve se voltar para o interior e valorizar a agricultura. Já o senador Iris Resende disse que os parlamentares devem ocupar as tribunas das duas casas do Congresso Nacional e insistirem na necessidade de maior apoio à agricultura. - Devemos fazer isso, até que aqueles que têm responsabilidade no governo aprendam que a solução dos inúmeros problemas do país está na agricultura. Ao fazer o Plano Real, o governo entendeu que era preciso garantir os produtos básicos para a população. Mas, em vez de estruturar a agricultura, foi providenciar os alimentos fora, e hoje importamos arroz, trigo, milho, alho. Isso constitui um comportamento criminoso contra a agricultura nacional - analisou.

25/11/1998

Agência Senado


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