CARLOS PATROCÍNIO DEFENDE PROJETO PARA FLORESTAS DE BABAÇU
Num momento em que gerar empregos e fixar o homem no campo são prioridades, na opinião do senador, projetos como o das quebradeiras de coco podem garantir emprego e sustento a milhares de pessoas que, assim, "não se tornarão massa de manobra, facilmente manipulável, para aqueles que ocultam interesses escusos sob a dobras do estandarte da justiça social".
Entidade não-governamental modelar, conforme o senador, a Asmubip associou-se à iniciativa privada e a órgãos e instituições especializados - como a UERJ, USP e Embrapa - para elaborar o projeto "Alternativas Sócio-Ambientais e Econômicas ao Processo de Fragmentação de Florestas de Babaçu". Por depender, agora, da aprovação do Conselho do Programa Nacional da Diversidade Biológica (Pronabio), Carlos Patrocínio disse ter procurado o ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, para relatar-lhe as necessidades e expectativas das mulheres que integram a Asmubip.
Entre os principais objetivos da proposta, Carlos Patrocínio ressaltou o combate ao desmatamento, à fragmentação das florestas de babaçu e à desestruturação e proletarização das comunidades agroextrativistas. Outro aspecto positivo, segundo o senador, estaria no fato de que a valorização econômica da exploração racional do babaçu permitirá o aproveitamento integral do produto.
O Brasil, observou o senador, já domina a tecnologia para esse aproveitamento, mas 93% da matéria-prima ainda são desperdiçados. O potencial anual do babaçu, observou o senador, hoje é de 40 milhões de toneladas, podendo atingir cerca de 120 a 200 milhões de toneladas com a adoção de tratos culturais simples. Esse aumento de produtividade, por sua vez, pode repercutir em vários setores produtivos que utilizam a matéria-prima, pois o babaçu presta-se à produção de álcool, carvão, óleos, cera, medicamentos, alimentos, perfumaria, cosméticos, ração animal, fertilizantes e bebidas finas.
Lúdio Coelho (PSDB-MS) também entusiasmou-se com o projeto, entendendo-o como proposta da "maioria silenciosa" que quer trabalhar, e não "da minoria que invade prédios públicos". Ramez Tebet (PMDB-MS) conjeturou se não se seria melhor para o país abandonar megaprojetos em favor dos pequenos. Gerson Camata (PMDB-ES), por sua vez, salientou a importância de Carlos Patrocínio ter revelado "problemas que não estão à vista de todos", como o da cultura do babaçu. Para Leomar Quintanilha (PPB-TO), no entanto, projetos que propiciem o aproveitamento do potencial econômico dos estados mais pobres têm enfrentado dificuldades acentuadas, devido ao "apelo ambiental crescente".
16/05/2000
Agência Senado
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