CARLOS PATROCÍNIO DEFENDE NOVA LEI PARA SOCIEDADES ANÔNIMAS
Baseando-se em dados publicados pelo jornalista Celso Pinto, Patrocínio destacou que há um crescente volume de negócios com ações de empresas brasileiras na Bolsa de Nova York, enquanto a Bovespa estaria "derretendo", segundo o jornalista. Em 1996, o volume de ADRs brasileiras - papéis que representam ações de outros países - correspondeu à média de 28% do volume negociado na Bovespa; em 1997, 48%; em 1998, 68% e, em 1999, 66%. "Nos cinco primeiros meses deste ano, as ações de empresas brasileiras negociadas em Nova York já equivalem a 93% do volume negociado na Bovespa", observou.
Uma das razões que recomendam a aprovação da nova Lei das SA, na opinião do senador, é a necessidade de fortalecer o mercado de capitais no Brasil, pois o esvaziamento da Bovespa torna o país mais dependente dos mercados financeiros internacionais e "lança uma sombra de dúvidas sobre a capitalização de médias e pequenas empresas brasileiras, que não têm acesso ao mercado de Nova York".
Entre as qualidades da proposta de reformulação da Lei das SA encaminhada pelo Poder Executivo, Patrocínio ressaltou a proteção aos direitos dos acionistas minoritários, o que ampliará a base de investidores. O projeto estabelece prioridade para o pagamento de dividendos às ações preferenciais - aquelas que, ao contrário das ações ordinárias, não dão direito a voto. Além disso, acrescentou o senador, os proprietários de ações preferenciais, quando totalizarem 10% do capital total de uma empresa, terão representação no conselho de administração.
Outro ponto importante, no entendimento de Patrocínio, é a obrigação de que, em caso de venda da empresa, as ações preferenciais recebam pelo menos 80% do valor pago aos controladores. No caso de fechamento de capital, o ressarcimento aos minoritários deverá se basear no valor econômico da empresa apurado por consultoria independente. "O que ocorre hoje é que os controladores ao vender a empresa ou ao fechar o capital, costumam pagar aos minoritários valor inferior ao que teriam direito", comparou.
07/08/2000
Agência Senado
Artigos Relacionados
HARTUNG DEFENDE TRAMITAÇÃO RÁPIDA DA NOVA LEI DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS
Nova Lei das Sociedades Anônimas marcou a semana
CCJ e CAE voltam a debater a nova Lei das Sociedades Anônimas
CCJ debate projeto de nova Lei das Sociedades Anônimas
Hartung pede aprovação da nova Lei das Sociedades Anônimas
Hartung pede urgência na votação da nova Lei das Sociedades Anônimas