Carlos Sampaio apresenta dados sobre 37 parlamentares e 60 prefeituras



O sub-relator de Sistematização da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), entregou nesta quinta-feira (31) à secretaria da comissão fluxogramas que apontam o envolvimento de 60 prefeituras com a chamada "máfia das ambulâncias". O cruzamento de dados liga essas prefeituras a 37 parlamentares que teriam recebido propina do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, sócio da empresa Planam.

Sampaio informou que são três os tipos de fluxograma apresentados: o primeiro relaciona cada parlamentar às emendas que apresentou para aquisição de ambulâncias; outro traz o fluxo financeiro, que detalha as possíveis fontes para o pagamento de propina aos parlamentares; e um terceiro documento refere-se às 60 prefeituras para as quais Vedoin teria pagado propina.

- O fluxograma liga o parlamentar que apresentou emenda e recebeu propina com o município que, segundo Vedoin, também recebeu propina. É uma triangulação que havia e que estamos fechando neste primeiro momento em relação aos 37 parlamentares que receberam propina em suas próprias contas bancárias, através de assessores ou parentes - explicou o sub-relator.

Sampaio disse que, para a elaboração dos fluxogramas, foram analisadas todas as emendas orçamentárias apresentadas pelos 37 parlamentares especificamente para compra de ambulâncias, excluindo-se as destinadas a outras áreas da saúde, e foram verificados para quais municípios o congressista apresentou tais emendas. Depois disso, esses dados foram comparados com o depoimento de Luiz Antônio Vedoin para verificar quais os prefeitos que, segundo o depoente, teriam recebido propina.

- Segundo Vedoin, 60 prefeitos municipais receberam propina. Temos que identificar e construir as provas para que o sub-relator do Executivo [deputado Júlio Redecker (PSDB-RS)] possa investigar esses municípios - explicou.

Sampaio disse ainda que a comissão deve estar sempre disponível para receber eventuais novas provas contra parlamentares que o empresário Luiz Antônio Vedoin possa vir a apresentar. Ele observou que sempre que Vedoin apresentou alguma nova informação, comprovou o que dizia.

- A CPI não pode dizer que ele se lembrou tardiamente. Não importa o momento em que Luiz Vedoin se lembre de um nome de parlamentar. O que importa é se ele vai trazer provas contra esse parlamentar. Se ele for trazer, qualquer momento é oportuno para que possamos investigar, qualquer que seja o parlamentar. Tentar desacreditá-lo só interessa aos envolvidos - disse Sampaio.

31/08/2006

Agência Senado


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