Carlos Wilson anuncia punição de servidores envolvidos na violação do painel do Senado



O primeiro-secretário do Senado, Carlos Wilson (PPS-PE), anunciou, nesta quinta-feira (dia 2), a punição aos servidores envolvidos com a fraude no painel eletrônico de votação, durante a sessão secreta em que foi cassado o mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF), realizada no dia 28 de junho de 2000. Ex-diretores do Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado (Prodasen), Regina Borges e Ivar Ferreira, seu marido, serão suspensos por 90 dias, enquanto Heitor Ledur e Hermilo Nóbrega vão ser afastados do trabalho por 30 dias.

Ao assumir a total responsabilidade pela definição da pena, Carlos Wilson admitiu que sua decisão foi influenciada pelo fato de Regina Borges e os demais servidores terem colaborado com as investigações do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar sobre o episódio.

- Que eles cometeram uma falha, um gesto brutal no que se refere à imagem da instituição, eu não tenho nenhuma dúvida. Mas eu acho que esse erro pode ser punido através de uma suspensão - afirmou.

Segundo o primeiro-secretário, os próprios integrantes do Conselho de Ética teriam alertado, durante o depoimento de Regina Borges, que se ela colaborasse com as investigações poderia ter sua pena atenuada. Além de levar em conta essa observação dos senadores, Carlos Wilson ponderou que "não deve ser muito bom" para um funcionário com cerca de 30 anos de serviço, caso de Regina Borges e Ivar Ferreira, se aposentar com um registro de pena de suspensão na ficha funcional pela prática de um ato ilícito.

Questionado sobre se a punição proposta não teria sido branda, o senador pernambucano disse que se tivesse optado pela pena de demissão, sua atitude seria vista como um "desestímulo" a servidores que, no futuro, possam estar envolvidos e queiram colaborar na elucidação de crime semelhante. "O servidor iria ficar com medo de colaborar, porque iria ficar patente que a corda sempre parte do lado do mais fraco", declarou.

Durante o período de afastamento, os servidores punidos não vão receber salário, devendo Regina Borges se aposentar logo após cumprir a suspensão. Carlos Wilson negou ter sofrido qualquer tipo de pressão por parte de senadores ou funcionários nesse processo, assegurando ter tomado a decisão que sua consciência determinou. Na sua opinião, o desfecho desse caso vai mostrar a outros servidores que eles não estão obrigados a cumprir uma ordem errada, partindo de quem quer que seja.

02/08/2001

Agência Senado


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