Carlos Wilson diz que empresas aéreas devem ter projeto de saneamento e evitar demissões



O senador Carlos Wilson (PTB-PE), primeiro-secretário da Mesa, disse que é grave a situação das empresas aéreas brasileiras e pediu aos representantes do setor que apresentem projeto concreto de saneamento de seus empreendimentos, mas "coloquem a mão na consciência" quanto à decisão de demitir em massa os trabalhadores. "A cada trabalhador demitido, condenam toda uma família ao sofrimento", observou.

- As empresas aéreas brasileiras reduziram drasticamente a utilização de mão-de-obra, seja no serviço de apoio em solo, seja embarcado. O recente atentado contra a cidade de Nova York, no dia 11 de setembro passado, a questão da dolarização dos componentes da indústria da aviação, a aplicação de tarifas (ainda que consideradas as mais altas do mundo) irreais para fazer frente aos custos, atualização tecnológica, tudo isso serve de desculpa para que se empreenda uma onda enorme de demissões - afirmou.

A Varig, "que já foi orgulho da aviação civil brasileira", disse o senador, luta com dificuldades contra um prejuízo gigantesco, tendo cancelado uma série de rotas nacionais e internacionais e se desfeito de boa parte de sua frota, além de anunciar a demissão de 1.750 trabalhadores. A Transbrasil, acrescentou, que já foi "glória da livre iniciativa brasileira", está com as aeronaves sucateadas, reduziu suas rotas ao mínimo, limitou sua frota e demitiu centenas de trabalhadores, além de enfrentar dificuldades para pagar direitos trabalhistas como férias, décimo terceiro salário e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

- Não vou falar da VASP, não é preciso. Desafio meus colegas a empreender uma corajosa aventura a bordo de suas aeronaves. A maioria delas com mais de 20 anos de uso. Não é raro encontrarmos registros de pousos de emergência e de aeronaves que ficam no solo com defeitos insanáveis - disse.

Um fato curioso, segundo o senador, é que as estatísticas revelam um crescimento expressivo no mercado de transporte aéreo, graças às atividades da TAM e da GOL, novas empresas que deram salto na oferta de vôos e assentos e inseriram-se no mercado com sucesso, fruto sobretudo de um novo conceito de companhia aérea.

23/11/2001

Agência Senado


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