CARLOS WILSON HOMENAGEIA CAPIBA



A memória do compositor pernambucano Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba, falecido no dia 31 de dezembro, fazendo com que a música soasse "um pouco mais melancólica neste ano novo", foi exaltada pelo senador Carlos Wilson (PSDB-PE). Para ele, Capiba "era um ilustre filho" de Pernambuco, que contribuiu para projetar a criatividade dos artistas do estado para todo o país.

- Embora tenha ficado conhecido como compositor de frevos - o que de fato era, e do bons -, Capiba era um músico completo, não se resumindo sua genialidade musical a esse gênero. Ele compôs, em mais de 70 anos de carreira, uma infinidade de valsas, tangos, polcas, guarânias, modinhas, choros, missas, lundus, dobrados, maracatus, cocos, cirandas, marchas, cantigas e música harmonial, além de música para teatro e cinema - lembrou o senador.

Carlos Wilson disse que, "como um bom filho do Nordeste, região de onde recebeu influências e de cuja cultura bebeu para criar sua obra", Capiba nunca aceitou mudar-se "de sua amada Recife" para uma cidade do Sudeste em que, conforme acentuou o senador, provavelmente poderia ter tido maior acesso à mídia.

De acordo com o senador, Capiba foi um dos últimos representantes de uma geração de músicos que teve "figuras de expressão", como Noel Rosa, Lamartine Babo e Ari Barroso, "e o seu falecimento, portanto, traz enorme perda ao nosso patrimônio cultural".

Lembrando que o primeiro grande sucesso nacional de Capiba veio com o frevo É de amargar, que ganhou um concurso em 1934, Carlos Wilson lembrou que nos anos seguintes o compositor teve lugar garantido em todos os carnavais de Pernambuco e ajudou a projetar o frevo fora do estado.

- Mestre Capiba - ressaltou Carlos Wilson - amoroso que era, nos deixou seu legado, que é um arsenal de músicas alegres para o divertimento de nosso povo. E é com as palavras de seu primeiro choro famoso que eu penso que os brasileiros podiam saudá-lo: "Eu bem sabia/ Que esse amor, um dia/ Também tinha seu fim:/ Esta vida é mesmo assim/ Não penses que estou triste/ Nem que vou chorar/ Eu vou cair no frevo/ O que é de amargar".

16/01/1998

Agência Senado


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