CAS aprova regulamentação de profissão de transcritor e revisor de texto em braile



A regulamentação da profissão de transcritor e de revisor de textos em braile, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), foi aprovada, nesta quarta-feira (22), pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS), em decisão terminativa.  Além de regulamentar o exercício das profissões, o projeto torna obrigatória a presença desses profissionais na atividade de produção de textos em braile.

De acordo com o projeto de lei do Senado (PLS 67/2011), poderão exercer as profissões aqueles que tenham completado pelo menos o ensino médio e que possuam certificado de habilitação expedido por órgão oficial, reconhecido pelo Ministério da Educação ou por entidades representativas dos deficientes visuais. Estarão dispensados do certificado os profissionais tenham exercido o ofício por pelo menos três anos antes da promulgação da lei. Para o caso de transcritor, além do período de experiência, será exigida aprovação em exame oficial a ser definido em regulamento.

O projeto estabelece ainda que a duração máxima do trabalho de transcritor e de revisor de textos em Braille será de seis horas diárias e de 30 horas semanais. O texto também prevê que o empregador deve assegurar aos profissionais acesso à internet, a códigos de transcrição em braile, às normas técnicas aplicáveis a esse sistema e a dicionários.

Na justificação da matéria, Paim argumenta que, apesar de estarem estabelecidas há décadas, essas profissões ainda não foram regulamentadas na legislação brasileira. Com o projeto, o senador quer acabar com essa indefinição jurídica, proteger os profissionais envolvidos na atividade e garantir qualidade aos trabalhos de transcrição e revisão de textos voltados para as pessoas com deficiência visual.

Em seu relatório, a senadora Ângela Portela (PT-RR) ressaltou que a qualidade dos trabalhos de transcrição e revisão em Braille reflete na formação dos leitores com deficiência visual e na motivação, principalmente de crianças, para a leitura nesse sistema.

- Em última instância, o conhecimento e a cidadania das pessoas com deficiência visual está diretamente vinculado aos produtos culturais colocados à disposição com o uso desta técnica – observou a relatora.

A proposta, explicou o senador Paulo Paim, partiu de sugestão de dois servidores de seu gabinete, que têm deficiência visual. O texto foi elaborado por eles com base no Estatuto da Pessoa com Deficiência, também de Paim, e é "uma homenagem aos brasileiros afetados com cegueira".



22/05/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Regulamentação de profissões ligadas à produção de texto em braile na pauta da CAS

CAS aprova regulamentação da profissão de decorador

CCJ aprova regulamentação da profissão de taxista

CE aprova regulamentação da profissão de musicoterapeuta

CCT aprova regulamentação de profissão de geofísico

CCJ aprova regulamentação da profissão de historiador