CAS irá discutir novos usos do FGTS



A utilização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em modalidades não previstas na atual regulamentação será discutida em audiência pública da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) para instruir a deliberação do projeto de lei da Câmara nº 18, de 2002, que possibilita a liberação desses recursos para compra de lote popular de uso residencial com até 250 metros quadrados.

Na reunião desta quinta-feira (7), a CAS aprovou requerimento, por meio do qual os senadores Eurípedes Camargo (PT-DF), Fátima Cleide (PT-RO) e Patrícia Saboya (PPS-CE) pedem a presença na comissão do secretário executivo do Conselho Curador do FGTS, Paulo Furtado, do diretor do FGTS na Caixa Econômica Federal (CEF), Joaquim Lima, e da secretária executiva do Ministério das Cidades, Ermínia Maricato.

A proposta tramita em conjunto com outros seis projetos de lei, que propõem a liberação de recursos do FGTS para outras finalidades, como pagamento de cirurgias, abertura de negócio próprio por desempregados e aquisição de microcomputador.

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) pediu celeridade na realização da audiência e informou que ele também apresentou um projeto, ainda em fase de relatoria, para que o FGTS possa ser liberado para pagamento de faculdade. Para mostrar a importância da iniciativa, ele disse que os pedidos de crédito educativo somam praticamente o dobro do volume solicitado em 2002.

Flora brasileira

A CAS aprovou mais quatro requerimentos para a realização de audiências públicas. O primeiro, de autoria da senadora Fátima Cleide (PT-RO), tem por objetivo subsidiar as discussões sobre o registro de marcas e patentes referentes à biodiversidade brasileira. Levantamento recente mostrou que há mais de 50 registros feitos por empresas internacionais relativos a produtos tipicamente brasileiros, como açaí, andiroba, copaíba e cupuaçu.

- Precisamos saber o que o governo está fazendo para proteger a nossa biodiversidade - justificou a senadora. Pelo requerimento, Fátima Cleide pede que sejam ouvidos representantes do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi); do Conselho Nacional de Gestão do Patrimônio Genético, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente; do grupo interministerial que estuda mudanças na legislação de propriedade intelectual, sob a coordenação do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e do Instituto Brasileiro de Direito do Comércio Internacional, da Tecnologia da Informação e do Desenvolvimento.

A presidente da CAS, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), subscreveu solicitação de audiência pública encaminhada pelo 1º vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), para que sejam debatidas as propostas que vêm sendo negociadas para fusão das companhias aéreas Varig e TAM. Com esse intuito devem ser ouvidos o ministro da Defesa, José Viegas, o vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os economistas Paulo Rabelo de Castro, coordenador da proposta dos trabalhadores, e Luciano Coutinho, que coordena a proposta de fusão das empresas.

Outro requerimento aprovado pela CAS, de autoria da senadora Patrícia Saboya, visa instruir o projeto de lei do Senado nº 195, de 2003, que assegura o direito das parturientes serem acompanhadas nas internações hospitalares pelo Sistema Único de Saúde (SUS) durante o trabalho de parto e no período pós-parto. Ela propôs que sejam ouvidos representantes do Ministério da Saúde e da Rede pela Humanização do Parto e do Nascimento.

A CAS também decidiu novo procedimento para evitar atrasos na votação de matérias na comissão. Segundo a senadora Lúcia Vânia, os projetos serão redistribuídos se os relatores se ausentarem por duas sessões seguidas da CAS. Ela informou que há cerca de 200 projetos a serem examinados pela comissão.



07/08/2003

Agência Senado


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